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Leandro

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

O preconceito contra a inclusao e permanência

31 de Maio de 2016, 0:00, por leandro alves dos santos - 0sem comentários ainda

Historicamente prevaleceu o ideário de que os jovens pobres não poderia ter acesso à educação superior, se tivesse não poderia permanecer e se permanecer não poderia estudar. Desta forma a universidade mantém pratica excludentes, perceptíveis nas precariedades das políticas de permanência e no preconceito contra a presença destes estudantes na universidade.

A realidade do perfil socioeconômico dos estudantes das universidades públicas federais frente às políticas de expansão e acesso ao ensino superiores realizadas na última década já são conhecidas. Em 2010 mais de 40% dos estudantes eram das classes C, D e E, 40% se declaravam pretos e pardos, 50% eram oriundos da escola pública e mais de 20% eram filhos de pais que possuíam apenas o ensino médio conforme análise mais detalhada no artigo Qual Politica de Permanencia Queremos.

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, esta inserida nesta realidade socioeconômica que apresenta condições de vulnerabilidade e dependência das políticas públicas de permanência para se manterem nos bancos da universidade.

No entanto, a partir de hoje, no campus Curitiba 63,5% dos estudantes estão com seus benefícios de auxílio-moradia, auxilio básico e restaurante universitário negado, pois tiveram seus pedidos indeferidos. No Campus de Vizinhos são 68% de indeferimento, Francisco Beltrão são 59% e a situação se repete no outros dez campus espalhados pelo interior do estado.

O edital ASSAE 001/2016 que indeferiu todas essas bolsas sofreu nada menos que 13 irregularidades que incluem 27 retificações após o seu lançamento, ocorrendo retificação ate mesmo após a data final para a entrega dos documentos. Pela segunda vez foi protocolado denuncia no Ministério Publico pelos discentes dependentes da aplicação eficaz da política de permanência, onde são apontadas todas as irregularidades do processo de seleção 001/2016. Informações mais detalhadas sobre esse processo no artigo A Assessoria de Assuntos Estudantis da UTFPR é autuada pelo Ministério Público Federal

Desde que foi criada em julho de 2013, a Assessoria de Assuntos estudantis – ASSAE, órgão que seria provisório e teria por objetivo estruturar e pensar a Pró-reitoria de assuntos estudantis e acadêmico, mas que se tornou permanente e a pró-reitoria uma promessa não cumprida, tem sido prática recorrente da UTFPR suspende a cada novo edital no início do semestre todos os benefícios por período de ate 2 meses ate a conclusão da análise dos novos pedidos. Neste intervalo de tempo os estudantes ficavam sem condições mínimas de permanência. Neste semestre, no entanto, houve organização e resistência dos estudantes e atos foram realizados em frente a porta da reitoria, que cancelou, ainda que houve atrasos, a suspensão dos benefícios.

De forma unilateral por parte da ASSAE sem qualquer dialogo com os estudantes foi imposta lista unificado em substituição a distribuição proporcional de bolsas de acordo com o número de alunos de cada campus e a aplicação de um índice vulnerabilidade que sofre modificações a cada novo semestre desde que foi criado, com retiradas e/ou acréscimos de novas questões e variação nos valores das questões, provocando uma enorme confusão e potencializando as dificuldades em analisar os pedidos bem como as precariedades das condições de trabalho dos funcionários que já se deterioravam de forma natural pela criação de novas vagas, cursos e campus e aumento zero de funcionários assistentes sociais e técnicos administrativos. Novamente o artigo A falácia do Auxílio Estudantil da UTFPR… Programa para quem? descreve e denuncia a situação da assistência estudantil na UTFPR.

Fica evidente que as políticas de permanência que são direitos preconizados na constituição/1988 e também pelo PNAES/2010 são negligenciadas e tratadas com descaso pela universidade. A análise de vulnerabilidade e identificação das fragilidades sociais foi substituída por uma análise meramente documental que penaliza qualquer erro ocorrido pela impossibilidade de se interpretar um edital que sofreu 27 retificações e tantos outros problemas e inconsistências. As consequências são inevitavelmente a retenção e evasão dos estudantes, interrompendo sonhos e possibilidade de romper ciclos viciosos de pobreza. Muitos estudantes dependentes destas políticas são os primeiros na família a ter um curso superior em uma universidade pública.

Na busca de melhor condição de estudar e permanecer na universidade, estudantes das classes sociais desprivilegiadas procuram se inserir entre as várias modalidades de bolsas de pesquisas e esbarra muitas vezes no preconceito, situação corriqueira enfrentada no dia a dia do estudante pobre.

Sobre o argumento de não manterem rendimento acadêmico satisfatório, analisando tão somente o desempenho individualizado e abrindo mão de uma análise mais qualificada e justa considerando o desempenho da turma, os estudantes são vítimas de injustiça e impedidos de participarem ou são excluídas de programas de pesquisa como educação tutoria (PET), iniciação a docência (PIBID) e iniciação científica (PIBIC). O argumento do cumprimento da lei que rege da necessidade de bom rendimento acadêmico para ter direito a bolsas de pesquisa esconde o motivo perverso do preconceito e o incomodo que provoca a presença de estudantes com origem pobre na universidade, que passa a agir de forma a manter o status quo do elitismo e negar ao estudante acesso a melhores condições de igualdade e possibilidade de estudar e participar da vida acadêmica de forma mais intensa, interativa e humana.

O preconceito é visível e tão naturalizado ao ponto de não causar qualquer enfrentamento ou contestação da comunidade acadêmica. Desde o primeiro dia na universidade o estudante dependente das políticas de permanência é confrontado com situação em que a ele é atribuída a culpa pela ruína e precarização da universidade, sendo tachado de peso negativo dentro da instituição e desprovido de base adequada para avançar e ter bom desempenho no curso. São argumentos mentirosos, sem fundamento teórico e já derrubado, pois o desempenho dos estudantes em fragilidade socioeconômica é o igual aos dos estudantes com todas as condições socioeconômicas favoráveis e justificam-se somente em face da descriminação e do preconceito.

Atrasos recorrentes dos pagamentos provocados por esquecimento dos gestores, suspensão dos auxílios, programas ineficazes e deficitários e preconceitos de classe, gênero e raça são situações que mostram que se por um lado as barreiras do acesso estão sendo rompidas, as muralhas que impedem a permanência continuam firmes na intenção proposital de mantêm as características de uma universidade primitiva de quando apenas uma parcela minoritária e privilegiada tinha acesso e direito a este espaço e procuram convencer as classes empobrecidas de que este é um espaço inadequado não pensado para ela. Não existe base adequada que seja capaz de superar as adversidades provocadas por toda esta situação de desrespeito, descaso, má gestão publica e preconceitos causadores de transtornos emocionais, depressão, desanimo, tristeza e muitas vezes geram a incerteza na pessoa de ser realmente capaz de frequentar e pertencer aquele espaço.

Produção científica, semanas acadêmica, mesas de debates que discuta a construção de uma universidade mais democratizante, justa e participativa terão pouco ou nenhum valor e reconhecimento, pois sendo muitas vezes conduzidas por estudantes em situação socioeconômica desfavorável não serão aceitas pela universidade e não produzira efeito pratico para a promoção de políticas públicas de efetivação dos direitos constitucionais.



A cultura do estupro na mídia e no golpe de estado mostram a necessidade do feminismo

26 de Maio de 2016, 0:00, por leandro alves dos santos

Não é apenas um caso isolado, é mais uma vitima na cultura do estupro e violência contra as mulheres.

Estupro coletivo não é exclusividade da Índia, esta tão perto e faz parte da rotina desse pais.

Não eram homens doentes, eram homens normais e saudáveis na mais perfeita condições físicas e mentais a cometerem crime.

A mídia não esta abafando o caso por acaso ou para garantir lisura de investigação e evitar expor os envolvidos. Não é notícia por que a mídia hegemônica é parte importante que legitima e sustenta essa cultura de violência que todos os dia vítima milhares de mulheres pelo feminicidio e estupro.

Uma revista de ampla circulação nacional estampa na capa o título "bela, recatada e do lar" com a imagem estereotipada da mulher ideal, casada com um homem 40 anos mais velho, as novelas e BBB's que prendem a atenção de milhares de espectadores, comprova e evidência esse papel da mídia e se faz perceptível nos comentários do vídeo que expõe a mulher adolescente vitima de estupro, que não tive o desprazer de ver. São comentários que culpa a vítima, a mulher.

Armou-se uma guerra contra a educação de gênero nas escolas, conduzida pelos bispos e pastores das igrejas, que na maior das hipocrisias os mesmo bispos e pastores se calam quando um ator de filme pornô vai ao MEC levar propostas para a educação. O mesmo ator que já confessou em rede nacional sobre o aplauso da plateia em programa de publico predominantemente jovem ter cometido crime de estupro e continuou livre e impune.

Pois é, esse estupro coletivo e um golpe de estado que levou ao poder homens velhos, religiosos, machistas, corruptos e ricos não são coisas distintas mas estão interligados e fazem parte de uma escalada do fascismo no Brasil que tem por objetivo muito além de abafar os crimes dos corruptos, criminalizar as lutas populares dos oprimidos, mulheres, negros periféricos, indígenas, gays, sem tetos e tantos outros.

O primeiro ato do governo golpista foi por fim no Ministério das Mulheres, igualdade racial e direitos humanos. Esse ministério não eram qualquer coisa, foi criado a partir de amplos debates com os movimentos sociais e sociedade civil organizada e tinha por objetivo colocar a questão da violência contra a mulher uma política publica do estado e era fundamental para combater ao genocídio, feminicidio e toda violência de gênero. A extinção do ministério não tem nenhum efeito para a econômica do país mas representa uma grande perda para a efetivação de politicas publicas democratizantes e praticas modernas da presença do estado brasileiro a combater as opressões históricas.

Mais do que nunca a bandeira vermelha do feminismo, contra todo genocídio, contra a homofobia, das lutas populares se faz necessária e urgente e em todos os lugares.

 

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