O deputado Halley Lino realizou audiência pública para discutir as oportunidades e os desafios da utilização de matérias-primas renováveis na Refinaria Riograndense e o papel do Rio Grande do Sul na preparação para essa nova realidade.
A Refinaria Riograndense, controlada por Petrobras, Braskem e Grupo Ultra, está sendo transformada em biorrefinaria com investimentos de cerca de R$ 5,5 bilhões para produzir combustíveis 100% renováveis como Diesel Verde (HVO), Combustível de Aviação Sustentável (SAF) e Nafta Verde, utilizando principalmente óleos vegetais, gorduras animais, óleo de cozinha usado (UCO) e bio-óleo obtido da pirólise de biomassa celulósica como massa de eucalipto.
A iniciativa da Audiência foi uma proposta conjunta da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo e da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa.
O projeto de transformação da Refinaria Riograndense — instalada em Rio Grande e que tem potencial para se tornar a primeira biorefinaria do Brasil — já avançou em duas das três etapas previstas. Agora aguarda a aprovação do conselho de investidores, formado pela Petrobras, Ultra e Braskem, que deve ocorrer no final deste ano. A proposta prevê a substituição progressiva de matérias-primas fósseis por renováveis, com impacto positivo para toda a cadeia produtiva do Estado.
Durante o encontro, o deputado Halley Lino destacou que o momento é estratégico. “Temos, juntos, que seguir construindo para aproveitar essa excelente oportunidade para o Estado se tornar pioneiro, impulsionando a economia e enfrentando os desafios da preservação ambiental”, afirmou.
O deputado federal Alexandre Lindenmeyer ressaltou que se trata de um projeto que vai além do município de Rio Grande. “É uma política que transcende a cidade, abrindo caminho para rever o modelo de produção, ampliar mercados compradores e contribuir para a sustentabilidade”, assinalou.
A prefeita de Rio Grande, Darlene Pereira, reforçou a importância do diálogo com a população. “É fundamental mostrar à sociedade os estudos dessa transformação, extremamente positiva para o meio ambiente e para toda a cadeia de produção que começa em Rio Grande e se estende por todo o Estado”, avaliou.
O superintendente da Refinaria Riograndense, Felipe Jorge, apresentou as etapas da transformação, as expectativas para os próximos anos com a mudança completa da empresa, com amplo portfólio de produtos sustentáveis em escala mundial. E relembrou que a Refinaria Riograndense também foi a primeira do Brasil.
Já o chefe-geral da Embrapa, Leonardo Dutra, agradeceu o interesse político contínuo em ciência e tecnologia, destacando que os indicadores de sustentabilidade desenvolvidos pela instituição são essenciais para viabilizar o projeto. Com a aprovação dos investidores, a exepctativa é que o Estado assuma protagonismo na transição para energias mais limpas e sustentáveis, abrindo novas possibilidades econômicas e ambientais para as próximas décadas.
Também participaram da audiência o presidente da Comissão de Agricultura, deputado Zé Nunes, o vice-prefeito Rio Grande, Renato Gomes; e o vereador Maurício de Freitas, de Santa Vitória do Palmar.
Texto e fotos: Nathan Oliveira