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Bashar Al-assad, a Guerra Hibrida dos EUA contra a Síria e as “revoluções coloridas de 2011” nas Nações Arabes

December 9, 2024 12:19 , by Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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Por mais que a Dinastia Assad tenha governado por 50 anos, chama a atenção, que as menções sobre guerra, guerra civil, etc… aparecem mesmo é de 2011 para cá. Este é o ano onde se ouve falar no mundo pela priveira vez, de “revoluções coloridas” e no mundo árabe, a tal “Revolução dos Jasmins”.

A guerra híbrida dos EUA contra a Síria no século XXI é um exemplo de como as estratégias de conflito evoluíram para incluir uma combinação de guerra convencional, guerra irregular e guerra cibernética. Este tipo de guerra utiliza uma variedade de táticas, incluindo operações de informação, apoio a grupos insurgentes e sanções econômicas, para desestabilizar o governo sírio e alcançar objetivos estratégicos.

Durante as Primaveras Árabes, a internet e as redes sociais foram usadas como ferramentas de mobilização popular, ajudando a organizar protestos e disseminar fakenews. A guerra híbrida dos EUA contra a Síria também envolveu o uso de organizações não governamentais de direitos humanos para influenciar a opinião pública local e mundial e legitimar intervenções.

Assim como no Iraque, Líbia e outras nações árabes, o objetivo estratégico dos EUA incluía o controle dos recursos naturais de gás e petróleo e a mudança de regime na Síria. No entanto, o sucesso dessas operações foi parcial, com os EUA conseguindo ocupar apenas um terço do território sírio.

Os EUA apoiaram várias organizações na Síria para concretizar sua estratégia de guerra híbrida contra o regime de Bashar al-Assad. Entre as principais estão:

  1. Forças Democráticas Sírias (SDF): Uma coalizão de milícias curdas e árabes que lutaram contra o Estado Islâmico e o regime de Assad. As SDF receberam apoio militar e financeiro significativo dos EUA.
  2. Exército Sírio Livre (FSA): Um grupo rebelde que foi um dos primeiros a se levantar contra o regime de Assad. O FSA recebeu apoio dos EUA em forma de treinamento, armas e financiamento.
  3. Unidades de Proteção dos Povos (YPG): Um grupo curdo que faz parte das SDF e também recebeu apoio dos EUA.

Esses grupos desempenharam papéis cruciais na guerra civil síria e na morte de mais de 500 mil Sírios durante ela, cada um com seus próprios objetivos e alianças.

Diferente de outras nações Árabes como a Líbia e o Iraque que tiveram sua institucionalidade e cultura destruídas e líderes assassinados pelas ditas “Revoluções Coloridas” de 2011, financiadas e apoiadas pelo Império, A Síria sob Bashar al-Assad conseguiu resistir às tentativas dos EUA e de outros atores internacionais de derrubá-lo por meio de uma combinação de alianças estratégicas, uso da força militar e controle interno rigoroso.

  1. Alianças Estratégicas: Assad contou com o apoio de potências regionais como Rússia e Irã, além do grupo militante Hezbollah. Essas alianças forneceram suporte militar e econômico crucial, ajudando a manter seu regime no poder.
  2. Uso da Força: O regime de Assad utilizou a força militar para reprimir protestos e combater grupos rebeldes. Isso incluiu o uso de forças aéreas e terrestres para manter o controle sobre áreas estratégicas do país.
  3. Controle Interno: Assad implementou políticas de controle interno rigorosas, incluindo a repressão de dissidências e a promoção de lealdade entre certos grupos étnicos e religiosos. Isso ajudou a manter uma base de apoio dentro do país.
  4. Táticas de Guerra Híbrida: O regime de Assad também empregou táticas de guerra híbrida, combinando operações militares convencionais com ações de informação e propaganda para desacreditar os opositores e manter o controle sobre a narrativa.

Esses fatores combinados permitiram que Assad resistisse às tentativas de derrubá-lo por parte dos EUA e de outros atores internacionais, mantendo seu regime no poder por mais de uma década.

Depois de tudo isto, por que bashar al assad acabou derrubado?

Bashar al-Assad foi derrubado após uma ofensiva coordenada por grupos rebeldes liderados pelo Hayat Tahrir al-Sham (HTS). A ofensiva começou em novembro de 2024 e resultou na captura de várias cidades estratégicas, incluindo Homs, Aleppo e Hama. O cerco à capital, Damasco, culminou na queda do regime de Assad em 8 de dezembro de 2024.

Alguns fatores que contribuíram para a queda de Assad incluem:

  1. Redução do Apoio de Aliados: A Rússia, um dos principais aliados de Assad, estava focada em sua própria invasão na Ucrânia, o que enfraqueceu o suporte militar e econômico ao regime sírio.
  2. Intensificação das Ofensivas Rebeldes: Os rebeldes intensificaram suas campanhas militares, capturando rapidamente áreas estratégicas e cercando Damasco.
  3. Desgaste Interno: O longo conflito civil e as sanções internacionais enfraqueceram a economia e a infraestrutura do país, aumentando a pressão sobre o regime.

A queda de Assad marca o fim de uma dinastia que governava a Síria por mais de cinco décadas e abre um novo capítulo na história do país, com desafios significativos para a reconstrução e estabilização.

O que é o Hayat Tahrir al-Sham (HTS)

O Hayat Tahrir al-Sham (HTS) é um grupo militante jihadista que surgiu na Síria durante a guerra civil. Ele foi formado em 2017 através da fusão da Frente al-Nusra (também conhecida como Jabhat Fateh al-Sham), que era uma afiliada da Al-Qaeda, com outros grupos jihadistas menores. O HTS é liderado por Abu Mohammed al-Jawlani.

O grupo controla principalmente a província de Idlib, no noroeste da Síria, e tem sido um dos principais adversários do regime de Bashar al-Assad. Embora o HTS tenha rompido com a Al-Qaeda em 2016, ele continua a ser designado como uma organização terrorista pelos Estados Unidos, pela ONU e por outros países.

O HTS tem uma história complexa de infiltração e conflito com outros grupos rebeldes na Síria, e suas ações têm sido controversas, incluindo atentados mortais e a imposição de sua interpretação da Sharia em áreas sob seu controle.

Leia mais sobre as consequências da Guerra Hibrida do Império contra o Mundo Árabe nos links a seguir:


Source: https://luizmuller.com/2024/12/09/bashar-al-assad-a-guerra-hibrida-dos-eua-contra-a-siria-e-as-revolucoes-coloridas-de-2011-nas-nacoes-arabes/

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