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BBB: A“BIG MEDIOCRIDADE BRASIL” ou O NOVO CIRCO ROMANO (Por Sérgio Macedo)

января 28, 2017 10:22 , by Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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bbb

 Por  Sergio Macedo

A Rede Globo é capaz de fazer a melhor televisão do mundo. Além das grandes reportagens, as novelas, minisséries e programas infantis levaram pérolas de nossa literatura para todos os cantos do mundo, em produções de invejável qualidade técnica e artística. Mesmo assim, a emissora não abre mão de continuar levando ao ar programa copiado de TV estrangeira, o chamado “BIG BROTHER BRASIL”, o que faz, provavelmente, pelo alto nível de audiência já revelado pelo original importado.

Ao assistir ao Big Brother não pude deixar me questionar: Por que os brasileiros apreciam tanto a miséria humana? Sim, porque o Big Brother Brasil apresenta o mais miserável da espécie. Consiste em um grupo de pessoas em confinamento, que disputando um prêmio em dinheiro, utilizam como arma a falsidade, a mentira, a falcatrua e a hipocrisia. Emergem também no programa a inveja, a cobiça, a avareza e outros sentimentos menores. Quase nada se pode apreciar nos que se submetem àquela situação. Pobres homens e mulheres que se pensam artistas, mas não passam de micos de circo. Nada mais do que micos de circo para uma plateia que é composta em parte pela ignorância, e noutra pelo interesse de alienar.

Contudo, a qualidade do que se transmite pela televisão não importa. O conteúdo da comunicação é secundário. O que interessa é os índices de audiência, o retorno do investimento do patrocinador. Esta é a lógica do liberalismo. Porém, o mais triste é termos que admitir que o povo aprecie a mediocridade. Que a mediocridade vende mais do que o realmente belo e cultural.

Talvez um pouco de critério por parte das empresas concessionárias de serviços de comunicação fosse aconselhável. Sim, porque a comunicação é um serviço público conferido pelo Estado ao particular mediante determinadas condições, entre as quais o de atender aos interesses da sociedade. Não sei no que um programa dessa qualidade, ou ausência de qualidade, pode contribuir para o enriquecimento da cidadania.

Há ainda uma analogia que não pode deixar de ser feita. O Big Brother é a versão moderna do Coliseu de Roma. Quando os telespectadores votam por meios eletrônicos para escolher quem sai ou quem se mantém na casa, fazem o mesmo que a platéia do Circo Romano, que através da indicação do dedo polegar decidiam entre a vida ou a morte do gladiador vencido na batalha. São versões diferentes de um mesmo Circo. “Pão e Circo é do que necessita o povo”. Isso é o que diziam as elites romanas há mais de dois mil anos. Tal fato nos permite depreender que as elites são iguais em qualquer tempo, alterando-se apenas a forma de dominação.

Na verdade, este programa, digo este circo, não está no ar apenas pelo retorno financeiro que traz a emissora e aos patrocinadores. O Big Brother cumpre muito bem o papel do Circo, porque entretém as massas sem educar, ao contrário do teatro, do cinema, da música ou mesmo da telenovela, inspirada na boa literatura.

Diante de tudo isso, só me resta recordar o livro de Ernest Hermingway, “Por quem os Sinos Dobram”, na parte em que diante do badalar dos sinos da pequena cidade, pela morte de algum desconhecido, em plena Guerra Civil Espanhola, o protagonista responde: “Não pergunte por quem os sinos sobram. Os sinos dobram por ti!” A alusão é feita pela constatação de que quando alguém morre leva consigo parte de nós. Da mesma forma devemos responder ao questionamento sobre o sucesso da mediocridade neste programa. Afinal ele é o reflexo do que ainda há de pobre e primitivo no ser humano.



Источник: https://luizmuller.com/2017/01/28/bbb-abig-mediocridade-brasil-ou-o-novo-circo-romano-por-sergio-macedo/

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