Ex-Secretário e atual Diretor do BANRISUL Armazéns Gerais, Agostinho Meirelles é apontado como beneficiário direto de propinas pagas por empresários por conta de Serviços no DMAE.
Parece que a notória disposição de entregar o público ao Privado, esta deixando uns fios soltos e mostrando que aparições e falas públicas podem até ser diferentes, mas a privataria sem vergonha iguala Leite e Melo. Já pensou se mais fios soltos forem encontrados, já que no caso do DMAE, há interesses da turma que também “ganhou” a CORSAN a um preço bem abaixo do mercado e depois de muito sucateamento da empresa…
Siga lendo e entenda a tramoia…

Agostinho Meirelles recebe os cumprimentos de Eduardo Leite
Foto Reprodução
Em oitiva da CPI do Desmonte do DMAE, Luiz Augusto França afirmou que o ex-secretário do Estado, Agostinho Meirelles é o chefe do esquema de desmonte da autarquia
O ex-diretor executivo da MG Terceirizações, Luiz Augusto França Pinto, apresentou um extenso e detalhado relato na primeira oitiva da CPI do Desmonte do DMAE, sobre o suposto esquema de corrupção que operava dentro do Departamento de Porto Alegre, apontando como chefe da organização o ex-secretário estadual Agostinho Meirelles, aliado do governador Eduardo Leite. Atualmente ele ocupa o cargo de Diretor do Banrisul Armazéns Gerais (Bagergs), nomeado pelo governador.
Segundo o depoente, os problemas começaram em janeiro de 2021, já na gestão do atual prefeito Sebastião Melo, quando a MG enfrentava atrasos nos pagamentos por parte da autarquia, mesmo tendo contrato em vigor desde 2019. Em busca de solução, França procurou o então diretor-geral do DMAE, Alexandre Garcia, nomeado por Melo, que teria se recusado a liberar os pagamentos com a justificativa de que os funcionários estavam em greve. Foi nesse contexto que surgiu a proposta de pagamento de propina para liberar os valores devidos.
França disse que, após a reunião com Garcia, recebeu ligação de Valnei Tavares, político de Pelotas (PTB), que indicou seu filho, Fabrício Tavares, ex-vice-prefeito de Pelotas (2009-2012) e integrante da gestão de Eduardo Leite na cidade, como alguém que poderia “ajudar”. Dias depois, Fabrício foi até Porto Alegre para discutir o pagamento e apresentou a proposta de propina: 10% sobre o valor do contrato, posteriormente reduzido para 5%. A negociação foi intermediada por Marcos Aurélio Garcia, diretor financeiro da MG.
Os pagamentos teriam sido divididos em 1% por depósito bancário para Fabrício, disfarçado sob contrato de advocacia de fachada, e 4% pagos em espécie, que seriam repassados ao então diretor Alexandre Garcia e, segundo os áudios apresentados, ao Agostinho.
“É inaceitável que, mesmo com provas concretas de um esquema de corrupção, o governo tenha mantido essas pessoas nos cargos por tanto tempo. A CPI não será conivente com esse silêncio. Vamos seguir investigando, responsabilizando e exigindo justiça.”, disse a presidente da Comissão, Natasha Ferreira.
A primeira depoente da manhã, a deputada estadual Luciana Genro (PSOL), que tornou a denúncia pública, exibiu áudios e mensagens trocadas entre França e Fabrício, nos quais o pagamento da propina é explicitamente discutido. Em uma das gravações, Fabrício reconhece que mais de R$400 mil já haviam sido pagos em propina e revela a insatisfação de um “superior” de Garcia com os atrasos, esse, segundo França, seria Meirelles.
Genro revelou que recebeu documentos, planilhas e provas materiais de França em 2023, e a partir disso, encaminhou o caso ao Ministério Público, que denunciou Alexandre Garcia e Fabrício Tavares em agosto de 2024.
O depoente afirma que após a denúncia à prefeitura, passou a sofrer retaliações e perseguições institucionais, incluindo sanções indevidas aplicadas pelo governo estadual, mesmo sem ser o proprietário formal da empresa. Finalizou dizendo que tentou por diversas vezes entregar os documentos à Secretaria de Transparência de Porto Alegre, e só foi ouvido após ameaçar tornar o caso público. Mesmo assim, Garcia permaneceu como diretor do órgão por 1 ano após a denúncia.
Ao final dos depoimentos foram encaminhados os requerimentos de convocação do ex-secretário de Estado, Agostinho Meirelles e do ex-secretário de transparência da época da denúncia, Gustavo Firenze.
A próxima reunião da CPI está marcada para o dia 04/08, com visita externa nas casas de bomba 17 e 18 para verificação das obras.
Natasha Ferreira (PT) Preside a CPI DO DESMONTE DO DMAE
