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Homenagem a Marcos Klassman no aniversário de sua cassação pela Ditadura Militar(Por Selvino Heck)

February 17, 2017 10:45 , von Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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No Gabinete do Deputado Adão Villaverde é possível ver,ainda hoje, afixado Cartaz de propaganda de Marcos Klassmann, a época candidato a Vereador

Do Selvino Heck  no seu Facebook

Em 15 de fevereiro de 1977, o então vereador de Porto Alegre, Marcos Klassmann, foi cassado, por defender o vereador Glênio Peres, cassado dias antes pela ditadura e para que o MDB perdesse a maioria que tinha conseguido eleger, com apoio e voto de muitos de nós, em 1976 (o prefeito indireto/biônico era Guilherme Socias Villeta). Dia 16 de fevereiro, saiu o Decreto oficial da cassação do Marcão. Comoção geral!!! Fui descobrir/relembrar tudo isso pelo Almanaque Gaúcho de hoje da Zero, onde o Cadão teve a dignidade de noticiar este fato histórico. Como estou remexendo meus guardados de  textos/poemas/artigos/estudos/diários daqueles tempos – e de bem antes! – aproveitando minha aposentadoria, não política, nuns dias em Floripa, redescobri um poema que fiz pro Marcos no dia 15 de fevereiro de 1977, devidamente lido e entregue a ele! Mais adiante, nos atribulados tempos em que fui professor do Anchieta, 1979/80 -, onde fui acusado de ‘fazer a cabeça da gurizada’ de classe média e alta, e de onde, pra variar, depois de pressões de D. Vicente e Igreja – o caso chegou no Vaticano – pressões do governo militar, SNI e Cia Ltda (tenho todos os documentos a respeito vindos diretamente do Arquivo Nacional) fui demitido, o Marcão, já de volta à Câmara com a Anistia. foi dos que mais me defendeu. Viva o companheiro Marcão, Marcos Klassmann:

 

AO MARCOS

Ao Marcos Klassmann, no dia de sua cassação

 

Calaram o canto

do meu irmão,

canto de amor,

canto do continente.

Fecharam sua voz,

impuseram o pranto,

o silêncio é total.

 

Já não é tempo

de liberdade.

Estamos presos,

temos o corpo

contra o muro,

cada dia mais

cerram as cortinas,

põem grades nas janelas.

lama nos ouvidos,

algemas nos pulsos.

 

A voz não é nossa,

meu irmão.

Bradamos roucos

nas esquinas.

Quem nos ouve,

quem ainda respira?

 

Meu irmão está mudo

por dez anos.

Nós estamos casados

com o medo

e a mentira,

somos caçados

por todos os lados,

cassaram-nos as frestas

e a esperança

 

Quem se preocupa

com nossa escravidão?

Quem olha

nosso coração

que não consegue balbuciar

a palavra de libertação?

 

Mas existe no nosso centro,

por dentro de nós,

Um frêmito

que ninguém tira,

um ardor

que não nos roubam:

o sopro da revolução.

 

Não te abandonamos,

meu irmão,

no desespero

e na escuridão.

 

Cantaremos por ti.

Emprestaremos nossa voz

a teu canto

e à tua esperança.

 

Contigo abriremos

o mundo à ternura,

o continente à vida.

 

Calaram o canto,

mas não calam a idéia.

Calaram  o canto,

mas não calam o pensamento,

meu irmão.

 

Selvino Heck

Em quinze de fevereiro de mil novecentos e setenta e sete



Quelle: https://luizmuller.com/2017/02/17/homenagem-a-marcos-klassman-no-aniversario-de-sua-cassacao-pela-ditadura-militarpor-selvino-heck/

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