Os preços dos alimentos e bebidas subiram 7,69% em 2024, acima da taxa de inflação geral, que foi de 4,83% segundo dados do IBGE.
O tal Agronegócio produz muitos grãos, carnes e outros produtos, mas exporta a maioria a título de “commodities” .
É inexplicável que o Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, tenha que encarar aumentos absurdos de preços na comida do dia a dia.
Sem falar do absurdo de encarar golpes escancarados como foi o do Arroz durante as enchentes no RS. Fazendeiros e atravessadores tentaram forçar um aumento de preços com a mentira de que tinham perdido quase tudo nas enchentes. Na verdade, a Safra ja tinha sido quase toda colhida.
E ainda vivemos a maracutaia dos atravessadores de Café e cafeicultores bolsonaristas que resolveram aumentar o preço do Café em 50% no grito, com o mesmo argumento da tal “alta do dólar”.
Muito dinheiro pro agronegócio que ainda tem isenções e incentivos pra exportar.
Com um PAC-Programa de Aceleração do Crescimento para a Agricultura Familiar, a produção destes agricultores vai aumentar, o que com certeza influirá para manter os preços estaveis.
Não dá pra esquecer que 70% do que comemos, vem justamente da Agricultura Familiar.
Diante deste cenário, o presidente Lula afirmou no dia 20 de janeiro que uma das prioridades do governo federal para 2025 é baratear o preço dos alimentos. Nesta sexta-feira (31), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS) divulgou uma nota sobre o assunto, cobrando maior atenção dos governos federal e estadual para a agricultura familiar e defendendo a criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Agricultura Familiar.
Na nota, a Fetraf expressa preocupação com a alta nos preços dos itens da cesta básica e pondera que o aumento do poder de compra da classe trabalhadora contribui para a maior demanda por alimentos e, por consequência, para elevação dos preços. “Embora o aumento seja, em alguma medida, necessário para a agricultura familiar, é fundamental que haja equilíbrio e estabilidade, buscando um preço justo para os produtores e os consumidores”, diz a nota.
A entidade também pondera que os governos Temer e Bolsonaro desmantelaram políticas públicas voltadas para a agricultura familiar e que, apesar de políticas terem sido retomadas no atual governo, elas ainda estão aquém do necessário. Para a Fetraf, são necessários investimentos em políticas de ampliação do acesso a máquinas e tecnologias adaptadas à realidade da agricultura familiar, na qualificação e ampliação do acesso ao seguro agrícola e de incentivo à transição para outro modelo produtivo mais sustentável, que possibilite ampliar a produção de alimentos reduzindo o custo de produção, com maior sustentabilidade.
Para que esses investimentos sejam possíveis, a Fetraf pontua que a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf) propôs a criação do PAC da Agricultura Familiar, que buscaria congregar um conjunto de medidas para fortalecer a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis. Além disso, a entidade argumenta que os governos federal e estadual devem garantir maior segurança na comercialização de alimentos, o que seria fundamental para encorajar a ampliação da produção.
“Diante do contexto das mudanças climáticas, é preciso garantir amparo aos agricultores familiares que sofrem com seus impactos, no sentido de redução da severidade, por meio de medidas de mitigação e de adaptação ao novo contexto. Avaliamos com preocupação a inação do governo do Estado diante do aumento do preço dos alimentos e consideramos inadequada a proposta do governo federal, de redução da alíquota de importação de alimentos que estejam com preço superior ao praticado no mercado externo a fim de baixar o custo dos itens da cesta básica para valores iguais ou menores aos praticados no exterior, de forma a pressionar o mercado interno a ajustar os preços para baixo”, diz a nota.
A Fetraf pontua que a redução de tributos para importação de alimentos pode resultar em efeitos negativos para a agricultura familiar, destacando que a redução da alíquota do leite durante o governo Bolsonaro gerou uma crise na cadeia produtiva.
“Diante disso, reforçamos que a estratégia deve ser a ampliação da produção interna de alimentos e que as medidas propostas pela Fetraf-RS podem ter efeitos mais assertivos e positivos no curto, médio e longo prazo, equalizando a problemática atual e contribuindo no processo de estruturação produtiva, possibilitando o aumento da produção de alimentos, de forma sustentável e a preço justo, tanto para quem produz quanto para quem consome”, diz a entidade.