“É de se desconfiar que Tarcísio de Freitas inicie um novo golpe contra a democracia ao articular a votação da anistia a golpistas logo depois da Operação Carbono Oculto ter identificado profundos laços do crime organizado com o mercado financeiro e provavelmente com o mundo político.”
Essa declaração reflete preocupações sobre a articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em favor de projetos de lei que concederiam anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, justamente em um período marcado por revelações explosivas sobre infiltração do crime organizado no sistema financeiro.
O timing das ações de Tarcísio, que coincidem com o início do julgamento de figuras como Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto no Supremo Tribunal Federal (STF), levanta questionamentos sobre possíveis motivações ocultas.
Mas a proximidade com a Operação Carbono Oculto, deflagrada em 28 de agosto de 2025, adiciona camadas de suspeita, sugerindo conexões entre crime organizado, finanças e política.
Revelações sobre Crime Organizado e Mercado Financeiro A Operação Carbono Oculto, considerada a maior ação contra o crime organizado na história do Brasil pela Receita Federal e pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), desmantelou um esquema bilionário de sonegação fiscal, fraude em combustíveis e lavagem de dinheiro.
Liderada pela Polícia Federal, Receita Federal e outros órgãos, a operação mirou mais de 350 alvos, incluindo postos de gasolina, distribuidoras, fintechs e fundos de investimento, com movimentações estimadas em R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.
Mais alarmante, a operação expôs laços profundos com o mercado financeiro: recursos ilícitos eram ocultados em fundos de investimento e fintechs na Faria Lima, centro financeiro de São Paulo. Cerca de 1.000 postos e 40 fundos foram envolvidos, com indícios de que o crime organizado atuava como um “conglomerado empresarial” sofisticado.
Suspeitas de ramificações políticas surgiram rapidamente. Delatores e evidências apontam para possíveis conexões com figuras do Congresso, incluindo acusações de que políticos recebiam dinheiro vivo do esquema. Um exemplo notável é a menção a Ciro Nogueira (PP), com delações sugerindo entregas de recursos ilícitos.
Esses fatos alimentam a ideia de que o crime organizado pode influenciar decisões políticas, especialmente em um contexto de instabilidade.
Um “Novo Golpe”? Paralelamente às revelações da Carbono Oculto, Tarcísio de Freitas intensificou esforços em Brasília para pautar projetos de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.
O governador, visto como potencial candidato à Presidência em 2026 pela direita, reuniu-se com líderes do Centrão, incluindo Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara, para pressionar pela votação urgente. Partidos como PP, União Brasil e Republicanos declararam apoio à anistia, coincidindo com sua saída da base governista de Lula. A proposta beneficiaria não só manifestantes comuns, mas potencialmente líderes como Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe.
Nas Redes Sociais, usuários identificam e denunciam a manobra como um “golpe continuado”, ligando-a à operação: “Após Carbono Oculto expor PCC na Faria Lima, Tarcísio pressiona por anistia aos golpistas”.
O STF criticou abertamente a articulação, vendo-a como interferência no julgamento iniciado em 2 de setembro de 2025. Ministros avaliam que a sustentação da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi robusta, contrastando com defesas dos réus. Analistas como Octavio Guedes questionam se a anistia é uma “consagração da impunidade”.
Crime, Finanças e Política Interligados? A frase em questão sugere que a push pela anistia pode ser uma reação à Carbono Oculto, talvez para proteger interesses políticos ameaçados pelas investigações. Partidos do Centrão, como PP e União Brasil, saíram do governo Lula logo após a operação, declarando apoio à anistia – um movimento visto como “efeito político” das revelações.
Há especulações sobre vazamentos e pressões, com prisões de alvos do PCC e impactos em fundos de investimento. Na sociedade, reações são polarizadas. No X, tags como “Hugo Motta Sem Anistia” e “Tarcísio Golpista” ganham tração, com usuários ligando o governador ao PCC devido à operação em São Paulo. Jornalistas e analistas alertam para a “mexicanização” da violência, com o crime organizado infiltrando a economia e a política.
Implicações para a Democracia Brasileira Se aprovada, a anistia poderia anular condenações do STF, sinalizando impunidade e enfraquecendo instituições. Juristas argumentam sua inconstitucionalidade para crimes violentos.
A suspeita de que Tarcísio usa a pauta para pavimentar sua candidatura em 2026, aliada às revelações da Carbono Oculto, reforça temores de um “novo golpe” – não armado, mas legislativo.
O Brasil enfrenta um teste: priorizar a justiça ou ceder a pressões? Como alertam ativistas, “sem anistia para golpistas”, a democracia não se sustenta com impunidade. A vigilância da sociedade civil e da mídia é crucial para desvelar quaisquer laços ocultos entre crime, finanças e poder.