Nada mais simbólico que o desenho junto ao Editorial da Zero Hora,onde esta festeja o fato de que empresários vão doar armas e equipamentos a Polícia. Nada de novo. A época da ditadura militar este blogueiro ainda morava no interior do RS. Os empresários davam dinheiro para a gasolina e mantinham as viaturas da PM. Em troca é claro, os empresários bonachões, preocupados com a “segurança pública”, tinham era direito a uma proteção maior as suas próprias propriedades. Esta ação de hoje, elogiada pela RBS, é na verdade a retomada da velha pratica. De forma escancarada o Estado, que deveria ser de todos, é “obrigado” a aceitar este tipo de doação. O resultado será o recrudescimento da violência e do crime organizado nos bairros mais pobres, onde não moram empresários bonachões e aumento da “segurança pública” em torno da propriedade privada dos que tem dinheiro para estas doações. Depois do Secretário de Educação do Estado ter defendido fechar e vender escolas públicas para trocá-las por vagas em presídios, agora a Zero Hora publica este desenho simbólico: Um lápis desenhando uma Arma. Então tah!
E pra não dizerem que eu estou exagerando, publico o Editorial da Zero Hora de Hoje: Nada mais claro. E nem é “inédita” a ação, como diz a Zero Hora, por que como eu disse, na Ditadura isto era bem frequente. Na verdade o empresariado esta armando o Estado para conter as mobilizações que vão ocorrer em cada vez maior número, com o aumento do desemprego, da fome e da miséria. O fascismo avança cada vez mais também sobre o Estado, suas Estruturas e suas corporações. Dá para entender conivência da polícia gaúcha com as agressões a Estudantes e mulheres na fronteira gaúcha durante a passagem de Lula. Até agora ninguém foi preso e ao que tudo indica, querem até criminalizar as mulheres por terem estado onde estavam, em manifestação pacífica. O discurso fascista se fecha mas páginas da Zero Hora: As vítimas são s responsáveis pelos ataques violentos por que não deveriam ter ido a praça e as ruas se manifestarem. E se insistem, além de jagunços e milícias, as polícias também aumentarão a repressão aos que insistirem em ir onde a Zero Hora e certos empresários não querem que eles vão.
Cerimônia marcada para hoje de manhã em Porto Alegre tem todas as condições de significar ao mesmo tempo um marco e um alento na área de segurança pública no Rio Grande do Sul. Líderes empresariais, representados pelo Instituto Cultural Floresta, fazem a primeira entrega formal ao poder público gaúcho de equipamentos adquiridos por meio de contribuições privadas para reforçar a atuação das polícias civil e militar. Simultaneamente, formalizam o encaminhamento ao governo do Estado de uma proposta de mudança na legislação que, a exemplo da existente hoje na área cultural, facilite a doações para a segurança. Diante de um setor público sem condições de investir o mínimo necessário no combate ao avanço da criminalidade, a iniciativa inaugura uma perspectiva nova, que precisa de apoio coletivo.
Como reconhecem os responsáveis pelo projeto, a falta de condições do setor público para agir de forma ostensiva na segurança pública, dispondo de policiais em número adequado e bem equipados nas ruas, e punitiva, com presídios capacitados para a ressocialização, é apenas uma das razões do aumento da violência. Ainda assim, é a mais fácil de ser enfrentada, com a alocação de recursos em volume adequado e sua destinação eficaz, como a que resultou nas primeiras doações, incluindo fuzis e equipamentos de rádio a dezenas de viaturas.
O aumento da criminalidade é uma questão para a qual não se pode esperar soluções apenas por parte dos políticos
O volume de doações só não é maior neste primeiro momento porque os empresários gaúchos motivados por essa causa ainda esbarram em uma série de entraves burocráticos que precisam ser enfrentados com mudanças na legislação, em âmbito estadual e federal. No plano local, a expectativa é de que, se a proposta de criação de uma espécie de Lei Rouanet nessa área for adiante e aprovada pela Assembleia, os jovens passem a migrar menos para o crime, contribuindo assim para aumentar a sensação de segurança da sociedade de maneira geral.
Um dos maiores méritos da ação de líderes empresariais gaúchos em favor de mais segurança no Estado é o de promover uma inédita união de esforços entre setor privado e poder público. O aumento da criminalidade é uma questão para a qual não se pode esperar soluções apenas por parte dos políticos. Como argumentam os responsáveis pela iniciativa, não faz sentido esperar resultados diferentes se as ações para alcançá-los continuarem as mesmas.