Eles são investigados por participar de um esquema de fraudes em registros sindicais no Ministério do Trabalho

Jefferson teve prisão pedida pela PF, mas STF negou. Paulinho e Arantes foram alvo de buscas em seus gabinetes
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira 30 uma operação para apurar fraudes em registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho. Entre os alvos estão os deputados Paulinho da Força (SD-SP), líder da Força Sindical, Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB). Em seus gabinetes, estão sendo feitas buscas para a obtenção de provas. Por ora, os deputados não tiveram a reclusão determinada.
Condenado no “mensalão” do PT, o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, também é investigado. A Polícia Federal chegou a pedir sua prisão, mas o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, não autorizou.
De acordo com o Ministério Público Federal, o esquema de fraudes nos registros sindicais funcionava em secretarias da pasta responsáveis por analisar pedidos de registro. As fraudes incluiriam desrespeito à ordem cronológica dos requerimentos e direcionamento dos resultados dos pedidos. Os pagamentos irregulares chegam a 4 milhões de reais pela liberação de apenas um registro sindical, de acordo com a investigação.
A operação, batizada Registro Espúrio, começou a ser organizada em 3 de maio e conta com a autorização de Fachin. Cerca de 320 policiais cumprem 64 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão preventiva e 15 de prisão temporária, além de outras medidas cautelares.
De acordo com a PF, as investigações começaram a um ano e revelaram “um amplo esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares”.
Paulinho da Força e Jovair Arantes apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff na Câmara. O primeiro chegou a pertencer à base do governo de Michel Temer. Já Arantes foi relator do processo de afastamento da ex-presidenta.
Também entusiasta do impeachment, Jefferson indicou recentemente sua filha Cristiane Brasil ao Ministério do Trabalho. A Justiça impediu sua posse por ela ter sido condenada em ações trabalhistas.