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Marcos A. S. Lima
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JANO, o Lanterneiro

8 de Setembro de 2013, 13:37 , por Marcos A. S. Lima - | No one following this article yet.
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LEMBRETE

10 de Setembro de 2013, 14:56, por Marcos A. S. Lima - 0sem comentários ainda
LEMBRETE

Amanhã acontecerá o ato MANIFESTO DOS SEM-MÍDIA em frente à sede da Folha de São Paulo, às 10:00h, na capital paulista, em favor de um jornalismo correto, fiel, plural e honesto. Leia o manifesto postado logo abaixo.
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Postado por Marcos "Maranhão" em 14 de setembro de 2007, às 14:26h



A lanterna de Diógenes e os moços “bonzinhos”

10 de Setembro de 2013, 14:53, por Marcos A. S. Lima - 0sem comentários ainda
A lanterna de Diógenes e os moços “bonzinhos”

Tenho dito que a perfeição anda longe de mim, assim como a pretensão de dar aulas de moral e ética – quem sou eu?! Desde ontem à noite pude perceber em programas de rádio e tevê que alguns rotos se mostram aptos a criticarem os esfarrapados. Refiro-me à imprensa e algumas instituições que tentam colocar o discurso de que a absolvição de Renan Calheiros indigna setores da sociedade, a começar por eles próprios, como se não tivessem culpa no cartório.

Vou tomar emprestada a lanterna de Diógenes, que coloquei na mão de Jano aí em cima, no desenho que fiz, e dar uma passada superficial pra ver se eu encontro justeza nesses críticos.

Quando liguei a tevê pra ver as primeiras repercussões, deparei-me com o Jornal Nacional, onde os senadores da oposição avisavam que possivelmente passariam a obstruir os trabalhos no Senado (lembrei-me de Arthur Virgílio, do PSDB, e Agripino Maia, do DEM, só para citar dois dos mais entusiastas que defenderam voto aberto para a sessão de cassação do alagoano). Vi, também, um representante da CNBB criticando o resultado, assim como um membro da OAB que falava alguma coisa sobre impunidade. No Bom dia Paraná, divulgaram, ao final do programa, imagens dos tumultos entre deputados, senadores e seguranças na entrada do Senado, colocando a figura do Lula e Renan no fim, tudo isso com a música cantada ao fundo “Brasil, mostra a tua cara!”. No Bom dia Brasil, se falava em reações fortes contra todos os políticos nas ruas de Brasília.

Ora, não vejo tanta ética da Globo assim (assistam o vídeo, no YouTube, ou no meu Orkut, “Muito além de cidadão Kane” e saberão do que estou falando; aproveitem a visita e vejam também o que disse o governador Requião após o término da campanha eleitoral de 2006 a respeito da filial dessa emissora aqui no Paraná. Os mesmos “éticos” defensores do voto aberto hoje, os psdebista e democrata, Virgílio e Maia, não pensavam assim no dia 13 de março de 2003 quando discursaram defendendo o voto secreto para cassações no Senado, como disse Helena Chagas via Blog do Mello – link tá nas Leituras que Recomendo, aqui do lado. O representante da CNBB, que parecia cobrar moral, nada falou sobre os escândalos de pedofilia, nem citou que seus colegas dos EUA vão indenizar famílias vítimas dos padres tarados. O membro da OAB também “se esqueceu” de dizer que outros colegas seus estavam lá dentro tentando livrar a cara do acusado e acusador.

Resumo da ópera: ninguém pode falar de ninguém. Os moços e suas instituições “bonzinhos”, que se apresentaram nos noticiários, querem alguma coisa quando se mostram portadores da moral e ética. Um doce pra quem adivinhar.

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Postado por Marcos "Maranhão" em 13 de setembro de 2007, às 11:01h



O PARTIDO DA MÍDIA

10 de Setembro de 2013, 14:47, por Marcos A. S. Lima - 0sem comentários ainda
O PARTIDO DA MÍDIA
 
Vejam o que encontrei na internet:
Por Gilson Reis*

Caro leitor e leitora.
Neste artigo proponho a constituição de um estatuto para regulamentar definitivamente as relações institucionais da grande mídia brasileira com o universo político nacional. Como sabemos a mídia nacional vem há muito tempo substituindo os partidos políticos liberais na disputa de projetos no seio da sociedade. Segue então a proposta de estatuto do Partido Midiatico Brasileiro.

CAPITULO I

DO PARTIDO

Artigo 1 - O Partido Midiatico Brasileiro, fundado no século 18 com a chegada da família imperial no Rio de Janeiro, fortalecido ao longo do século 20 e consolidado durante a ditadura militar. Organização política de caráter fascista, consciente da teoria política ultraconservadora e da doutrina liberal, elaborada por teóricos da burguesia e desenvolvida pela grande mídia nacional. O partido tem, como grande expoente histórico, o jornalista Carlos Lacerda.

O partido midiático brasileiro, luta para manter as desigualdades sociais, a concentração de renda e as barbáries sociais, praticadas contra o povo brasileiro ao longo da história. O PMB visa manter o poder político e econômico nas mãos da grande burguesia nacional: banqueiros e industriais. Burguesia que representa 1% da população brasileira e detém 50% de toda a riqueza nacional. Tem, como objetivo superior, destruir qualquer possibilidade de construção de um pais mais justo e democrático. Lutar contra qualquer possibilidade de desenvolvimento nacional que vise construir e distribuir riqueza. Lutar contra qualquer governo que não seja do seu próprio bloco de poder. Lutar contra todos os trabalhadores, públicos e privados que visam melhorar seus salários e condições de vida. Finalmente, lutar contra a possibilidade do Brasil avançar de forma soberana e altiva.

CAPITULO II

OS MEMBROS DO PARTIDO

Artigo 2 – O Partido Midiático Brasileiro é uma associação limitada aos detentores dos grandes meios de comunicação: Televisão, Jornais, Revistas e rádios. Em caráter excepcional, poderão filiar artistas de telenovelas, apresentadoras de programas de auditório e cantoras de músicas de axé. Ser membro do partido significa criar crises permanentes, quando surgir qualquer possibilidade de mudanças estruturais na política econômica e social brasileira, mudanças essas que representem distribuir minimamente a renda nacional, contrariando os interesses da grande burguesia brasileira. A condição de membro do partido implica assegurar, em qualquer situação, os interesses dos grupos econômicos que investem milhões de reais todos os anos em forma de propaganda e anúncios.

Artigo 3 – A condição de membro do partido é ser proprietário de uma grande empresa de comunicação como: Rede Globo, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, Rede Bandeirante de televisão, Jornal o Globo, Sistema Brasileiro de Televisão, Revista Veja, Revisa Istoé, CBN e mais meia dúzia de empresas do mesmo ramo. A proposta de filiação de qualquer outro membro deve ser abonada por alguma meio de comunicação acima descrito, ou então, por algum grande empresário ou banqueiro que mantém financeiramente a estrutura partidária.

SEUS DIREITOS

Artigo 4 – Participar do processo político nacional, expressando livremente suas opiniões, denunciando, achincalhando, condenando e destruindo qualquer pessoa, entidades dos movimentos e partidos populares, organizações sociais, governos e parlamentares, que estejam lutando para alterar a situação política e social no Brasil. Os membros do PMB, em nome da liberdade de imprensa, colocam-se na condição superior ao Estado, as Leis e a sociedade, desconstruindo cotidianamente a verdade, não permitindo à sociedade estabelecer qualquer limite ético e moral a sua ação político institucional.

SÃO DEVERES

Artigo 5 – Atuar de acordo com os princípios e normas estabelecidos neste presente estatuto, observando a disciplina partidária; atuar diretamente na instabilidade política, quando o governo representar um mínimo de perigo ao poder político e econômico constituído. Atuar em defesa do mercado financeiro não permitindo qualquer mudança na política econômica e macroeconômica que diminua a rentabilidade dos seus parceiros comerciais. Atua, denunciando os lideres partidários e representantes dos poderes legislativos como forma de estabelecer crises permanentes, transmitindo à sociedade a impressão de que a política é suja e corrupta. Pressionar o parlamento que constitua permanentes CPIs, como forma de manter o governo e o estado sob pressões permanentes, através de denuncias, mesmo que não comprovadas. Atuar permanentemente no sentido de envolver o Presidente da Republica nas crises políticas, não excluindo de suas denúncias filhos, irmãos, amigos, etc. Atuar pressionando o poder judiciário como forma de legalizar as ações contra qualquer pessoa ou instituição que atrevesse o seu caminho, inclusive o Supremo Tribunal Federal e seus juizes.

CAPITULO III.

NORMAS GERAIS DO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO PARTIDO

Artigo 6 – O partido constitui-se de um sistema de organização articulada, disposta segundo o critério da divisão territorial administrativa do país. O PMB tem com núcleo de poder os grandes veículos de comunicação, porém, enraizado e altamente articulado com os sistemas de comunicações regionais e locais, constituindo assim uma rede de informação eficaz e eficiente, garantindo, em todos os recantos do território nacional, a sua política e ação institucional.

CAPITULO IV

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Artigo 7 - Fica assegurado o funcionamento permanente do Partido Midiático Brasileiro, como forma de garantir o controle patrimonialista dos seus sócios e a manutenção dos seus interesses inadiáveis. Nos períodos de dificuldades dos demais partidos da burguesia, o Partido Midiático Brasileiro, deverá assumir todas as iniciativas políticas de confronto e garantir o papel de único interlocutor entre os seus interesses e a sociedade desinformada.


*Gilson Reis, Presidente do Sinpro - MG - Sindicato dos Professores e dirigente nacional da CSC.

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Postado por Marcos "Maranhão" em 13 de setembro de 2007, às 07:56h



Manifesto dos Sem-mídia

10 de Setembro de 2013, 14:39, por Marcos A. S. Lima - 0sem comentários ainda

Manifesto dos Sem-mídia


Sábado, dia 15, será realizado uma manifestação (é apenas o começo) em São Paulo, em frente ao prédio da Folha de São Paulo. São pessoas que não querem mais ficar reclamando da mídia tendenciosa apenas através de textos escritos em blogs. A idéia foi do blogueiro Eduardo Guimarães (Blog Cidadania.com - o link está ali do lado, onde recomendo leituras, e no final do manifesto). Entrei em contato com ele e o autorizei a colocar meu nome no Manifesto, já que não poderei ir a São Paulo, bem como ofereci uma faixa - aliás, se alguém daqui de Maringá puder ir ao ato, favor entrar em contato comigo a fim de que eu doe o que prometi. Esta é uma causa importante, apartidária. As concessões públicas dadas aos donos de tevês, rádios, revistas, jornais, etc., não são para que os que a obtenham dêm suas opiniões e façam da notícia um meio de arregimentarem eleitores: os fatos devem ser noticiados isentamente, tais quais aconteceram ou o venham a ser. Leiam.

Manifesto dos Sem-mídia

Vivemos um tempo em que a informação se tornou tão vital para o homem que passou a integrar o arcabouço de seus direitos fundamentais. Defender a boa qualidade da informação, pois, é defender um dos mais importantes direitos fundamentais do homem. É por isso que estamos aqui hoje. No transcurso do século XX, novas tecnologias geraram o que se convencionou chamar de mídia, isto é, o conjunto de meios de comunicação em suas variadas manifestações, tais como a secular imprensa escrita, o rádio, o cinema, a televisão e, mais recentemente, a internet. Essa mídia, por suas características intrínsecas e por suas ações extrínsecas, tornou-se componente fundamental da estrutura social, formada que é por meios de comunicação de massa. Em todas as partes do mundo - mas, sobretudo, em países continentais como o nosso -, quem tem como falar para as massas controla um poder que, vigendo a democracia, equipara-se aos Poderes constituídos da República. E, vez por outra, até os suplanta. Essa realidade pode ser constatada pela simples análise da história de regiões como a América Latina, em que o poder dos meios de comunicação logrou eleger e derrubar governos, aprovar leis ou impedir sua aprovação, bem como moldar costumes e valores das sociedades. Contudo, há fartura de provas de que, freqüentemente, esse descomunal poder não foi usado em benefício da maioria.

Não se nega, de maneira alguma, que as mídias, sobretudo a imprensa escrita, foram bem usadas em momentos-chave da história, como nos estertores da ditadura militar brasileira, quando a pressão (tardia) de parte dessa imprensa ajudou a pôr fim à opressão de nossa sociedade pelo regime dos generais. Todavia, é impossível ignorar que a ditadura foi imposta ao país graças, também, à mesma imprensa que hoje vocifera seus neo pendores democráticos, nascidos depois que sua recusa pretérita de aceitar governos eleitos legitimamente atirou o país naquela ditadura de mais de vinte anos. O lado perverso da mídia também se deve, por contraditório que possa parecer, à sua natureza privada, uma natureza que também é - ou deveria ser - uma de suas virtudes. Nas mãos do Estado, a mídia seria uma aberração, mas quando é pautada exclusivamente por interesses privados, seu lado obscuro emerge tanto quanto ocorreria na primeira hipótese, pois um poder dessa magnitude acaba sendo usado por diminutos grupos de interesse. Nas duas situações, quem sai perdendo é a coletividade, pois o interesse de poucos acaba se sobrepondo ao de todos. A submissão da mídia ao poder do dinheiro é um fato, não uma suposição. Os meios de comunicação privados nada mais são do que empresas que visam lucro e, como tais, sujeitam-se a interesses que, em grande parte das vezes, não são os da coletividade, mas os de grandes e poderosos grupos econômicos. Estes, pelo poder que têm de remunerar o "idealismo" que lhes convêm, cada vez mais vão fazendo surgir jornalistas dispostos a produzir o que os patrões requerem, e o que requerem, via de regra, é o mesmo que aqueles grupos econômicos, o que deixa a sociedade desprotegida diante da voracidade daqueles que podem (?) esmagar divergências simplesmente ignorando-as. É nesse ponto que jornalistas e seus patrões contraem uma união estável com facções políticas e ideológicas que não passam de braços dos interesses da iniciativa privada, dos grandes capitais nacionais e transnacionais, do topo da pirâmide social. E a maioria da sociedade fica órfã, indefesa diante do poder dos de cima de alardearem seus pontos de vista como se falassem em nome de todos.

Agora mesmo, na crise que vive o Senado Federal, vemos os meios de comunicação alardearem uma suposta "indignação nacional" com o presidente daquela Casa. Esses meios dizem que essa indignação é "da opinião pública", apesar de que a maioria dos brasileiros certamente está pouco se lixando para a queda de braço entre o presidente do Congresso e a mídia. Nesse processo, a "indignação" de meia dúzia de barões da mídia é apresentada como se fosse a "da opinião pública".

O poder que a mídia tem - ou pensa que tem - é tão grande, que ela ousa insultar a ampla maioria dos brasileiros, maioria que elegeu o atual governo. A mídia insulta a maioria dizendo que esta tomou a decisão eleitoral que tomou porque é composta por "ignorantes" que se vendem por "bolsas-esmola". Retoma, assim, os fundamentos do voto censitário, que vigeu no alvorecer da República, quando, para votar, o cidadão precisava ter um determinado nível de renda e de instrução. E o pior, é que a teoria midiática para explicar por que a maioria da sociedade não acompanhou a decisão eleitoral dos barões da mídia, esconde a existência de cidadãos como estes que aqui estão, que não pertencem a partidos, não recebem "bolsas-esmola" e que, assim mesmo, não aceitam que a mídia tente paralisar um governo eleito por maioria tão expressiva criando crises depois de crises.

É óbvio que a mídia sempre dirá que suas tendências e pontos de vista coincidem com o melhor interesse do conjunto da sociedade. Dirá isso através da confortável premissa (para os beneficiários preferenciais do status quo vigente) de que as dores que a prevalência dos interesses dos estratos superiores da pirâmide social causa aos estratos inferiores, permitirão a estes, algum dia, ingressarem no jardim das delícias daqueles. É a boa e velha teoria do "bolo" que precisa primeiro crescer para depois ser dividido.

Os meios de comunicação sempre tomaram partido nos embates políticos. Demonizam políticos e partidos que grupos de interesses políticos e econômicos desaprovam e, quando não endeusam, protegem os políticos que aqueles grupos aprovam. Isso está acontecendo hoje em relação ao governo federal e à sua base de apoio parlamentar, por um lado, e em relação à oposição a esse governo e a seus governos estaduais e municipais, por outro. Resumindo: a mídia ataca o governo central em benefício de seus opositores.

Os meios de comunicação se defendem dizendo que atacam o governo central também porque ele nada faz de diferente - ou de melhor - do que fazia a facção política que governava antes, e diz, ainda por cima, que o atual governo produz "mais corrupção". Alguns veículos, mais ousados, acrescentam que os que hoje governam favorecem mais o capital do que seus antecessores. Outros veículos, mais dissimulados, ainda adotam um discurso quase socialista ao criticarem os lucros dos bancos e o cumprimento dos contratos que o governo garante. A mídia chega a fazer crer que apoiaria esse governo se ele fizesse despencar a lucratividade do sistema bancário e se rompesse contratos. Faz isso em contraposição ao que dizia dos políticos que agora estão no poder, porém no tempo em que estavam na oposição, ou seja, dizia que não poderiam chegar ao poder porque, lá chegando, descumpririam contratos e prejudicariam o sistema bancário...

A mídia brasileira garante que é "isenta", que não é pautada por ideologias ou por interesses privados, e que trata os atuais governantes do país como tratou os anteriores. Não é verdade. Bastaria que nos debruçássemos sobre os jornais da época em que os que hoje se opõem ao governo federal estavam no poder e comparássemos aqueles jornais com os de hoje. Veríamos, então, como é enorme a diferença de tratamento. Nunca a oposição ao governo federal foi tão criticada pela mídia quanto na época em que os que hoje estão no governo, estavam na oposição; nunca o governo foi tão defendido pela mídia quanto era na época em que os que hoje estão na oposição, estavam no governo. Não é preciso recorrer a registros históricos para comprovar como os pesos e medidas da mídia diferem de acordo com a facção política que ocupa o poder. Basta, por exemplo, comparar a forma como os jornais paulistas cobrem o governo do Estado de São Paulo com a forma como cobrem o governo do país. A mesma facção política governa São Paulo há mais de uma década. Nesse período, o Estado foi tomado pelo crime organizado. A Saúde pública permanece - ou se consolida - como um verdadeiro caos, apesar das novas tecnologias e da enorme quantidade de recursos que transitam por São Paulo. A Educação pública permanece como uma das piores do país a despeito da pujança econômica paulista. Assim, começaram a eclodir desastres nunca vistos na locomotiva do Brasil que é São Paulo. Ano passado, uma organização criminosa aterrorizou este Estado. Essa organização nasceu e se fortaleceu dentro dos presídios controlados pelo governo paulista. A Febem, destinada a recuperar jovens criminosos, consolidou-se como escola de crimes, e as prisões para adultos alcançaram o status de faculdades do crime. No início deste ano, uma rua inteira ruiu por causa de uma obra da linha quatro do metrô paulistano, administrado pelo governo paulista. Várias pessoas morreram. Foi apenas mais um entre muitos outros acidentes que ocorreram nas obras do metrô de São Paulo e a mídia não noticia nada disso, o que lhe deixa escandalosamente óbvio o intuito de proteger o grupo político que governa o Estado mais rico da Federação e que se opõe ferozmente ao governo federal. A mídia exige CPIs para cada suspeita que a oposição levanta sobre o governo federal, mas não diz uma palavra de todos os escândalos envolvendo o governo de São Paulo. Omite-se quanto à violação dos direitos das minorias parlamentares na Assembléia Legislativa paulista, violação perpetrada pelas maiorias governistas, maiorias que nos últimos anos enterraram dezenas de pedidos de investigação do governo paulista, controlado por políticos que estão entre os que mais exigem investigações sobre o governo federal.

Seria possível passar dias escrevendo sobre tudo o que a imprensa paulista deveria cobrar do governo do Estado de São Paulo, mas não cobra. Ler um jornal impresso em São Paulo ou assistir a um telejornal produzido aqui só serve para tomar conhecimento do que faz de ruim - ou do que a mídia diz que faz de ruim - o governo federal. Dificilmente se encontra informações sobre o governo paulista, e críticas, muito menos. O desastre causado pela obra da linha quatro do metrô paulistano, por exemplo, foi coberto pela mídia, mas por pouco tempo - questão de dias. Depois, o assunto desapareceu do noticiário e nunca mais voltou. Dali em diante, a mídia passou a esconder e a impedir qualquer aprofundamento no caso, fazendo com que a sociedade permaneça sem satisfação quase nove meses depois da tragédia. Mas o "caos aéreo" não sai da mídia um só dia já há quase um ano. Assim é com tudo que diga respeito a políticos e partidos dos quais a imprensa paulista gosta. E o mesmo se reproduz pelo país inteiro. A mídia carioca, a mídia baiana, a mídia gaúcha, as mídias de todas as partes do país fazem o mesmo que a paulista, pois todas são uma só, obedecem aos mesmos interesses, controladas que são por um número ridiculamente pequeno de famílias "tradicionais", por uma oligarquia que domina a comunicação no Brasil desde sempre. O lado mais perverso desse processo é o de a mídia calar divergências. Cidadãos como estes que assinam este manifesto são tratados pelos grandes meios de comunicação como se não existissem. São os sem-mídia, somos nós que ora manifestamos nosso inconformismo. Muito dificilmente é dado espaço pela mídia para que quem pensa como nós possa criticar o seletivo moralismo midiático ou as facções políticas amigas dos barões da mídia. A quase totalidade dos espaços midiáticos é reservada àqueles que concordam com os grandes meios de comunicação. Jornalistas que ousam discordar, são postos na "geladeira". A mídia impõe uma censura branca ao país. Isso tem que parar.

Claro precisa ficar que os cidadãos que assinam este manifesto não pretendem, de forma alguma, calar a mídia. Os que qualificam qualquer crítica a ela como tentativa de calá-la, agem com má-fé. É o contrário, o que nos move. O que pedimos é que a mídia fale ou escreva muito mais, pois queremos que fale ou escreva tudo o que interessa a todos e não só aquilo que lhe interessa particularmente e àqueles que estão ao seu lado, pois a mídia tem lado, sim, apesar de dizer que não tem, e esse lado não é o de todos e nem, muito menos, o da maioria. Mais do que um direito, fiscalizar governos, difundir idéias e ideologias, é obrigação da mídia. Assim sendo, os signatários deste manifesto em nada se opõem a que essa mesma mídia critique governo nenhum, facção política nenhuma, ideologia de qualquer espécie. O que nos indigna, o que nos causa engulhos, o que nos afronta a consciência, o que nos usurpa o direito de cidadãos, é a seletividade do moralismo político midiático, é o sufocamento da divergência, é o soterramento ideológico de corações e mentes. Por tudo isso, os signatários deste manifesto, fartos de uma conduta dos meios de comunicação que viola o próprio Estado de Direito, vieram até a frente desse jornal dizer o que ele e seus congêneres teimam em ignorar. Viemos dizer que existimos, que todos têm direito de ter espaço para seus pontos de vista, pois a mídia privada também se alimenta de recursos públicos, da publicidade oficial, e, assim sendo, tem obrigação de não usar os amplos espaços de que dispõe como se deles proprietária fosse. Seu papel, seu dever é o de reproduzir os diversos matizes políticos e ideológicos, de forma que o conjunto da sociedade possa tomar suas decisões de posse de todos os fatos e matizes opinativos. Em prol desse objetivo, hoje está sendo fundado o Movimento dos Sem-Mídia. Trata-se de um movimento que não está cansado de nada, pois mal começou a lutar pelo direito humano à informação correta, fiel, honesta e plural. Aqui, hoje, começamos a lutar pelo direito de todos os segmentos da sociedade de terem como expor suas razões, opiniões e anseios e de receberem informações em lugar desse monstrengo híbrido - gerado pela promiscuidade entre a notícia e a opinião - que a mídia afirma ser "jornalismo". São Paulo, 15 de setembro de 2007

Signatários:
1º____Eduardo Guimarães______

Escrito por Eduardo Guimarães

Blog Cidadania.com (http://edu.guim.blog.uol.com.br/index.html)

Postado por Marcos "Maranhão" em 09 de setembro de 2007, às 12:46h



CPI do Grupo Abril

10 de Setembro de 2013, 14:36, por Marcos A. S. Lima - 0sem comentários ainda
CPI do Grupo Abril

Acabei de ver o vídeo “Os negócios nebulosos do Grupo Abril” (postado no meu orkut e no Blog do Mello - links estão aqui ao lado). O vídeo mostra uma reportagem da Band sobre as obscuridades de negócios feitos por esta empresa que também edita a revista Veja, que toda semana fala mal do Lula ou de quem o apóia, pregando a abertura de CPI’s para tudo que é lado. Mas ela não diz uma palavra sobre a CPI que pode ser criada para investigá-la, aliás, já corre notícia (clique em Grupo Beatrice pra ver) de que estão tentando abortar esta investigação (já tem 182 assinaturas, 11 a mais do que o mínimo necessário para instaurá-la). Por que será, hein?
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Marcos "Maranhão" em 09 de setembreo de 2007, às 7:00h