O significado de minha tatuagem
10 de Setembro de 2013, 15:24 - sem comentários aindaO significado de minha tatuagem
Conta-se que, quando eu tinha um ano e pouco de vida, pegaram-me tomando meia lamparina de querosene. Noutra ocasião, já na pré-adolescência, durante um bom tempo eu vendia, na minha rua, desenhos feitos pra mim por um colega da quinta série como se fossem obras minhas, até um belo dia em que refleti que se os compradores me pedissem pra fazer um desenho na frente deles, minha mentira seria descoberta – isso bastou pra nascer minha vontade de aprender a desenhar. Mas as situações mais desafiadoras que passei foram quando tive que pedir esmolas pra sobreviver quando das minhas viagens pelo Brasil a partir dos 19 anos, já relatadas nesse blog. Dou referência a estes exemplos de superação na minha vida porque julgo importante explicar o significado da tatuagem feita no meu braço direito em maio de 2003, cujo simbolismo passa por perseverança, espírito de luta, força de vontade... Ei-la:
Tive a inspiração a partir da famosa cena final do filme “Planeta dos macacos”, o clássico de 1968, quando se vê a estátua da liberdade enterrada parcialmente na areia da praia.
Na tatuagem substituí a estátua do filme pela de Jano, que está enterrada até a cabeça. Uma família de Australopithecus a observa – o macho a viu anteriormente, durante a caça, e agora trouxe a companheira e o(a) filho(a) para prestigiarem a descoberta – note que a família primitiva vem de um caminho pedregoso (estão escalando um rochedo para poderem chegar ao cume e serem beneficiados com a maravilha do desconhecido). Outro ângulo:

Como principiei a explicar nas primeiras postagens do blog, essa divindade romana tem várias explicações, mas o significado que me atrai mais é o do dualismo representado pelos dois rostos, um mais moço e outro mais velho: na minha concepção, as coisas que meus sentidos conseguem perceber no universo são opostas (vida x morte, bem x mal, calor x frio, amor x ódio, novo x velho, saúde x doença, escuro x claro, etc.). O primeiro mês do nosso calendário gregoriano é JANeiro, nome que homenageia JANO porque este deus era o primeiro a ser cultuado antes de um grande empreendimento, como uma guerra, por exemplo.
A época mais relacionada ao culto de Jano pelos autores equivale à da fundação de Roma, ou seja, 753 a.C. E a época aproximada em que o gênero dos Australopithecus viveu foi há 3,9 milhões de anos. Por que, então, coloquei ambos numa mesma era? É a mesma idéia da ficção científica do filme que serviu de idéia para a figura no meu braço, isto é, acredito que tudo é um circulo, infinitamente. Que quero dizer com isso? Em minha ficção, cuja primeira pincelada está em “Um pernambucano em terras ‘alheias’”, um belo dia, antes de o planeta vir a se fragmentar novamente, quase toda vida existente se extinguiria, seja por uma causa externa ao homem (o impacto de asteróides com a Terra, ou vulcanismo, por exemplo, como aconteceu com os dinossauros), seja provocado por uma guerra atômica. Na época dessa destruição, o culto do deus Jano (relembro que as características originais do reinado dele, quando ainda era humano, segundo a mitologia, foram marcadas pela completa honestidade entre os homens, a abundância e a paz profunda) estaria no ápice em toda parte ocidental do Planeta, onde estátuas enormes estariam espalhadas por muitas cidades. Assim, após milhões de anos, depois que os gases venenosos liberados pela causa da extinção de muitas vidas desaparecessem, depois que a luz do sol voltasse a brilhar, depois que as espécies sobreviventes se evoluíssem até chegarem novamente aos primatas, os australopithecus dariam de cara com uma velha estátua de Jano enterrada na praia onde outrora fora uma cidade.
Em suma, eu sou o Australopithecus Africanus liderando minha futura família para chegar até a estátua, que aqui significa também o conhecimento, o novo. O caminho que venho traçando nestes quase 40 anos em busca da sobrevivência foi, é e será sempre cheio de obstáculos (aqui representado pelas pedras) – os três episódios com que comecei esse texto são relevantes exemplos de que minha vida está cheia. Não obstante aos desafios, estarei sempre pronto para começar de novo (basta eu olhar para Jano na minha tatuagem para me lembrar que sempre há uma nova chance, uma nova oportunidade, um novo começo, uma nova vida).
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Postado por Marcos "Maranhão" em 30 de setembro de 2007, às 6:00h
Por que me sinto um “sem-mídia”
10 de Setembro de 2013, 15:19 - sem comentários aindaPor que me sinto um “sem-mídia”
Uma mídia imparcial, diante de casos de corrupção como o “mensalão”, deveria dar o mesmo tratamento para quem quer que fosse denunciado, independentemente se da situação ou oposição. Exemplo: quando o denunciado era o PT as manchetes eram: “Fulano de Tal, do PT, deve ser denunciado para o STF por ter recebido o mensalão”; agora que começa vir à tona o caso envolvendo o PSDB, um dos pais da criança, as chamadas de capas (isso quando aparecem) são do tipo “Senador de MG deve ser denunciado para o STF por esquema de caixa dois”, como vi no Portal Terra.
Uma mídia imparcial, diante de casos de corrupção como o “mensalão”, deveria dar o mesmo tratamento para quem quer que fosse denunciado, independentemente se da situação ou oposição. Exemplo: quando o denunciado era o PT as manchetes eram: “Fulano de Tal, do PT, deve ser denunciado para o STF por ter recebido o mensalão”; agora que começa vir à tona o caso envolvendo o PSDB, um dos pais da criança, as chamadas de capas (isso quando aparecem) são do tipo “Senador de MG deve ser denunciado para o STF por esquema de caixa dois”, como vi no Portal Terra.
Nesse caso, a mídia teve a TENDÊNCIA de aliviar a barra da oposição, pois não designou o nome do fulano, dando referência apenas a seu cargo – senador –, ao contrário do que fizeram com todos os petistas envolvidos. A mesma chamada do Terra, ao invés de frisar o partido do senador (PSDB), diz apenas que é um senador de MG. E, como se não bastasse, falam que o senador está no esquema de CAIXA DOIS e não MENSALÃO, palavra que virou sinônimo de corrupção, ladroagem, etc, de tanto falada que foi.
Logo, essa mídia, se fosse séria, não daria tratamento desigual para os mesmos denunciados dos mesmos crimes; ela não me informou como deveria informar quando fez com o PT. Tentou, isto sim, melhorar a imagem do PSDB, revelando de que lado está. Assim como no Portal Terra, vejo a mesma coisa na Globo, Folha de São Paulo, Band, SBT, Record, revista Veja, Estadão, etc, etc, etc. Portanto, essa mídia não me serve, sou um SEM-MÍDIA.
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Postado por Marcos "Maranhão" em 24 de setembro de 2007, às 20:08h
OSSOS DO OFÍCIO
10 de Setembro de 2013, 15:16 - sem comentários aindaOssos do ofício
Adivinhar o que se passa em certos espíritos não é tarefa fácil. Há oito anos vivo de pintar faixas. Relativa parcela dos meus clientes advém dos movimentos sociais (sindicalistas, membros de partidos, estudantes, etc.). Nesse intervalo de tempo tenho me esforçado para cumprir com minha parte no instante do contrato de um serviço: tento confeccionar as faixas mais ou menos como me pedem e as entrego nos prazos combinados. Em quase 100% dos casos recebo em dia o valor acertado e tenho me mostrado compreensivo quando solicitam mais uns dias para quitação do negócio. Todavia, há casos que simplesmente resolvem não me pagarem ou até estranhos furtos de faixas antes da entrega, por incrível que pareça.
Um exemplo recente é do ex-candidato a vereador que solicitou uma faixa há pouco mais de dois meses a fim de fazer um ato para um movimento que liderava prometendo pagar dali uma semana. E o duro é que a desonesta figura, ao passar por mim na rua, tem a cara-de-pau de dizer que na semana que entra me arranja o dinheiro.
Outro caso recente foi de um furto de faixa no ato da entrega. Imagina só. Tiveram a coragem de pegar uma faixa ainda amarrada na bicicleta, que estava junto com outras duas. Deixei a magrela encostada na porta do prédio em que a cliente estudante pediu para que eu entregasse o serviço. Tudo aconteceu no instante em que eu saí para confirmar o endereço, coisa de dois minutos. E o mais incrível é que, depois que relatei o caso pra ela, dizendo que acabara de ser furtada, ou sumira, uma das faixas que me solicitara e, diante de meu pedido de desculpas e promessa de que eu confeccionaria outra semelhante à do furto e a entregaria dali a três horas, surpreendi-me com a fala da contratante de que não precisava mais da faixa, que aquelas duas estavam de bom tamanho, sendo que a data chamativa para o ato escrito na faixa era pra mais de mês daquela data. Tudo bem, é um direito dela.
Não sei o que se passa na cabeça de certas pessoas. O cavalheiro do primeiro caso poderia simplesmente me comunicar que não teria condições de honrar com o contrato e eu prontamente transformaria a dívida em uma doação minha para o movimento, afinal, fazemos negócios há anos, isso não seria problema. Agora fica difícil pra eu fiar-lhe alguma coisa, caso haja nova solicitação de serviços. Quanto ao segundo caso, não ficaria qualquer coisa de estranho no ar se a freguesa confirmasse o interesse em ter em mãos nova faixa, senão, por que tão súbita decisão de não mais querer a terceira faixa?
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Postado por Marcos "Maranhão" em 22 de setembro de 2007, às 6:37h
O silêncio da mídia alternativa maringaense e o MSM
10 de Setembro de 2013, 15:09 - sem comentários aindaO silêncio da mídia alternativa maringaense e o MSM
Ando meio preocupado com a ausência de referências na dita mídia alternativa (blogs, por exemplo) maringaense, em particular, com respeito ao nascimento do movimento contra a grande imprensa nacional, palanque de grupos capitalistas. Refiro-me ao MSM - Movimento dos Sem-Mídia -, grupo de pessoas de São Paulo e outros estados, liderados pelo blogueiro Eduardo Guimarães, do Blog Cidadania.com (veja link ao lado), que se manifestaram sábado, 15, em frente à sede da Folha de São Paulo, na capital paulista, para discordarem da forma como os meios de comunicação mais poderosos vêm se utililizando para promoverem parcialidades nas notícias que deveriam conter apenas o relato dos fatos. Faixas esticadas pelos presentes diziam “Quero que a mídia fale, mas não me cale”; e “Imprensa plural, país igual”. A escolha da Folha foi por acaso, as próximas manifestações podem ocorrer em frente ao Estadão, Editora Abril e Globo, por exemplo.
Gostaria de ver manifestações dos estudantes de jornalismo daqui. Por exemplo, como vêm a questão da imprensa e sua relação com a sociedade, como tal instituição influi na escolha de representantes públicos para nos governar, quais os interesses, quem são os donos dos veículos de comunicação e que relação eles têm com vereadores, prefeitos, deputados, senadores, presidente. Chego a sonhar com alunos apresentando pesquisas pró ou contra o MSM, mas pelo menos se manifestando.
Não estou sendo irônico, não. Realmente gostaria de ver mais blogs dessa natureza. Por que será que as manifestações são poucas? – a da grande mídia já era esperada. O que motiva ou desmotiva nossos estudantes? A quais influências eles estão expostos? Onde se formaram ou trabalham seus professores?
Tomara que o silêncio maringaense em relação ao movimento do MSM seja apenas de cautela, como seria de praxe, afinal, o movimento ainda está no início, e em breve possamos ver as primeiras sementes brotarem no nosso meio, se não de adesão, pelo menos cumprindo o verdadeiro papel do que seria um jornalismo isento.
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Postado por Marcos "Maranhão" em 21 de setembro de 2007, às 13:58h
Reclamação à Brasil Telecom, mais uma vez
10 de Setembro de 2013, 15:06 - sem comentários aindaReclamação à Brasil Telecom, mais uma vez
Acabei de chegar de uma audiência no Procon. Não é a primeira vez que reclamo da Brasil Telecom/BrTurbo neste blog. Foi marcada nova data, a pedido da reclamada, para que apresente parecer, uma vez que hoje alegaram que o problema não seria com a Brasil Telecom (que foi notificada), mas com a BrTurbo – queriam dizer para a juíza, em vão, que uma empresa é separada da outra. No prazo de 10 dias devo comparecer no órgão que me defende.
O fato é o seguinte: quando fui pessoalmente comprar os serviços de banda larga, em junho passado, lá no escritório da Brasil Telecon situado à Avenida Herval, com a Dumont, o vendedor me ofereceu o plano do provedor BrTurbo a R$ 8,00 mensais, fidelizado por 12 meses. Achando o preço muito baixo, pedi para que o vendedor escrevesse, de próprio punho, uma declaração constando seu nome, número do documento e assinatura, o que acabara de me falar. Se fizesse isto, eu aceitaria o negócio. Afoito para fazer a venda, não sem antes tentar relutar, o senhor fez o que eu disse e me entregou o documento. Numa última tentativa de me induzir a erro, o homem ainda pediu pra que eu confirmasse a venda através de uma ligação. Colocou um celular no meu ouvido e pediu-me para falar com seu gerente, que estava no andar de cima do prédio onde nos encontrávamos, segundo suas próprias palavras, a fim de fecharmos o negócio definitivamente, visto que essa fala via celular seria gravada e, portanto, constituiria prova do fechamento do negócio. Pois eis que a voz masculina que ouvi, rápida, por sinal, falava que eu “acabara” de adquirir o serviço da banda larga... mais a assinatura do provedor BrTurbo por “y“ reais mensais (um valor maior), no que retruquei de imediato, afirmando que ele havia se equivocado com o vendedor e que o valor ofertado era diferente do que ele tentava me dizer. Assim, houve uma pequena pausa e em seguida concordou comigo de que o valor seria OITO REAIS MENSAIS FIDELIZADOS POR DOZE MESES.
No primeiro mês veio a cobrança do BrTurbo a R$ 9,90, depois começou a vir R$ 11,00, que é o valor atual. Depois de ter gasto longos minutos e dias esperando as telefonistas me darem uma explicação para o que eu reclamava - chegaram a pedir-me para passar, via fax, o documento que eu afirmava ter em mãos -; diante da linha do número de fax que me passaram estar sempre ocupada, depois de quase dois dias tentando passar, sem sucesso, o documento, decidi ir ao Procon.
O órgão que defende o consumidor, depois de tentar falar, via telefone, com os representantes da empresa; depois de também não conseguirem passar o referido fax, orientou-me a entrar com um processo.
Hoje, na primeira audiência, tentaram colar a idéia de que não era com eles (ganharam mais dez dias). Uma coisa é certa, tenho que tomar cuidado para não perder a audiência, sob pena de o processo ser arquivado e eu só poder voltar a reclamar depois de seis meses decorrido a partir da data do arquivamento. Estou atento para todas as palavras nos documentos – foi assim que acabei de descobrir um erro no número de minha casa, cujo aviso ao Procon estou indo fazer agora. Todos os documentos, incluindo as contas pagas com o valor reclamado, têm cópias anexadas ao processo. Em tempo: a referida empresa é a campeã de reclamações no Procon de Maringá. Vamos ver no que vai dar.
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Postado por Marcos "Maranhão" em 18 de setembro de 2007, às 14:36h