Professores e Alunos da Evangélica protestam contra fechamento de cursos
21 de Janeiro de 2015, 11:20Professores e Alunos da FEPAR - Faculdade Evangélica do Paraná - saíram às ruas novamente em 21/01/2015 para protestar contra o fechamento de cursos.
A luta dos professores e alunos da FEPAR não para nem durante o período de férias.
Mapeamento realizado por Trabalhadores e Alunos mostra que os argumentos usados pela administração da FEPAR para o fechamento dos cursos não se sustenta.
Leia abaixo o panfleto distribuído pelo SINPES - Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana durante a passeata que tomou as ruas do Bigorrilho, bairro de classe média alta, pouco acostumado a ver manifestações de rua.
Veja as fotos da Manifestação:
Fotos: Sérgio Luís Bertoni
Presidente da ABRAPCH analisa apagão em três regiões do país: “É lamentável”
21 de Janeiro de 2015, 9:07Por ABRAPCH
As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil sofreram um apagão na tarde desta segunda-feira (19) que atingiu 10 estados e o Distrito Federal. O corte no abastecimento foi uma orientação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) antevendo uma sobrecarga no sistema que poderia causar um blecaute em todo o país. O presidente da Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas (ABRAPCH), Ivo Pugnaloni, faz uma análise da situação e a classifica como “lamentável” tendo em vista o potencial de geração renovável existente no país.
“É lamentável, profundamente lamentável, que o Brasil precise enfrentar esse tipo de problema causado pela necessidade de transferir grandes blocos de potência das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste”, afirmou. “Ainda mais por ser o Sudeste brasileiro uma região privilegiada pela natureza, com mais de 1.700 megawatts em projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) já aceitos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas ainda não analisados – alguns esperando há mais de cinco anos, por falta de prioridade e de pessoal. Sem falar dos projetos já outorgados e licenciados ambientalmente, que totalizam mais de 700 MW, mas não construídos devido ao preço inexequível impostos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) nos leilões de energia”, explicou.
Os dados citados correspondem apenas a uma das três regiões afetadas pelo apagão. No caso do Centro-Oeste, são mais de 1.990 MW em projetos de PCHs à espera de análise e quase 500 MW já outorgados. Montantes semelhantes aos verificados na região Sul do país, onde estão presentes 1.940 MW em trâmite na Aneel e outros 640 MW parados à espera de viabilização.
“É lamentável, profundamente lamentável, e além de tudo inexplicável. Como se pode alegar estar agindo em favor da modicidade tarifária, quando se fixa preços inexequíveis como acontece. Façamos votos que ao menos isso que estamos passando nos sirva de lição, para que a população possa se inteirar de tudo aquilo que deixou de ser feito”, declarou o presidente da ABRAPCH.
Outro ponto citado por Pugnaloni é o pedido para que a realidade dos preços nos leilões de compra de energia também passe a vigorar, não apenas a realidade tarifária ao consumidor. “Se não for assim, no ano que vem tudo se repetirá outra vez e quem paga é a sociedade – não os que “erram na mão” ao fixar preços inexequíveis, principalmente para as fontes renováveis como as PCHs, a solar, a biomassa e a eólica”, aponta.
“Tudo isso para depois termos que ser tão generosos e complacentes com os altos preços das termelétricas, que chegam a custar R$ 1.200/megawatt-hora para evitar o apagão que ao fim termina acontecendo pela sobrecarga das linhas de transmissão”, conclui.
Leia Mais:
Fonte: http://abrapch.com.br/presidente-da-abrapch-analisa-apagao-em-tres-regioes-do-pais-e-lamentavel/
Onde aumentar produção industrial
13 de Janeiro de 2015, 10:48O Brasil precisa de pomover à mão-de-obra que estará saindo das Universidades e Institutos de Ensino Técnico a disponibilidade de empregos na área de Tecnologia da Informação, tanto na produção de software quanto na de hardware.
É uma indústria que, se houver expansão, precisaremos menos da indústria de carros, que pelas circunstâncias de insustentabilidade dos recursos primários e outros fatores, desacelerará naturalmente. Por outros fatores também, por outros motivos, o Brasil também precisa encontrar novas formas de produção e produtividade, principalmente em se tratando de Inovações Tecnológicas Livres, como em Liberdade e sem problemas legais de piratarias.
Por isso, é muito importante uma indústria que se fortaleça como um todo. Investindo na produção de software livres, empodera todos os outros setores a apoderarem-se sobre o código-fonte dos programas, podendo fortalecer todos os setores indústriais com programas livres e expandem a usabilidade dos computadores no Brasil, tanto no setor industrial como no setor doméstico.
#LevyResponde
Salvadores e leninas há 59 anos constroem o Dieese
29 de Dezembro de 2014, 12:29Por Clemente Ganz Lúcio 1
Observou-se no ano de 1955 uma das piores ondas de frio na história do Brasil. Entretanto, na política, o clima era quente, com muitas mudanças desde o suicídio de Vargas, ocorrido no ano anterior. Café Filho assumira a presidência e o país enfrentava problemas com a inflação e o déficit na balança comercial. Juscelino Kubitschek (JK) lançara-se candidato à presidência pelo PSD. A UDN e os militares articulavam chapa com Juarez Távora, ex-tenentista. PTB, partido de Getúlio, constrói naquele ano uma aliança com PSD e lançam chapa JK/Jango para concorrer às eleições presidenciais. Com apoio do eleitorado paulista Ademar de Barros corre por fora.
Em outubro JK vence as eleições com diferença de 6% dos votos, campanha baseada no desenvolvimentismo e na modernização da indústria nacional. Carlos Lacerda, apoiado por militares e parte da grande imprensa, tenta desqualificar e desarticular a vitória de JK com uma falsa carta que, segundo ele, provaria a intenção de Jango em estabelecer um regime sindicalista, inclusive oferecendo armas aos operários.
Em São Paulo o Pacto de Unidade Intersindical (PUI) ganha cada vez mais corpo e amplia-se, fortalecendo a unidade das categorias e formando a base de grandes mobilizações, lutas e de greves históricas.
Em novembro, após as eleições, o presidente Café Filho se afasta por problemas cardíacos. Carlos Luz, presidente da Câmara, assume e indica novo Ministro da Guerra, no lugar do marechal Lott. Prenuncia-se um golpe. Lott e militares legalistas denunciam manobra e afirmam resistir. Café Filho tem súbita recuperação! Lott desconfia da manobra e entrega a presidência em 11 de novembro a Nereu Ramos, catarinense e presidente do Senado que, em 31 de janeiro de 1956, transmite o cargo à JK.
Em dezembro o clima político ferve com manobras e movimentos nos bastidores da arena política da capital federal, Rio de Janeiro. Em São Paulo os operários se movimentam agitados. O país estava em estado de sítio.
Imagino aquele dia, uma quinta-feira, 22 de dezembro de 1955, e como os fatos podem ter ocorrido: “Tenorinho do Laticínio”, como era conhecido esse pernambucano nascido em 1923, levanta cedo e, depois do gole de café, sai para o Sindicato, dizendo que chegaria tarde, pois teria uma assembleia à noite. Pede para a esposa entregar um envelope ao Prestes, seu padrinho de casamento. Desce do bonde e compra a Folha da Manhã do jornaleiro. Sim! O Corinthians tinha vencido o Linense por 2X1. Na primeira página dois destaques chamam sua atenção: “O estado de sítio é debatido na Câmara dos Deputados” e “Adenauer declara serem vãs os esperanças soviéticas de conquista do mundo inteiro”. Folheia o jornal e bate o olho: “A recente declaração do prefeito municipal, Ademar de Barros, de que autoriza a colocação de mais bancos na Praça da República, traz à baila velho problema: São Paulo é uma cidade com poucos bancos em suas praças públicas e avenidas”. Dobra o jornal e acelera o passo. Sente que o dia seria longo.
Já na sede do sindicato, assina alguns documentos e avisa que vai se encontrar com Salvador Lossaco, presidente do Sindicato dos Bancários, para verificarem os últimos detalhes para a assembleia da noite que teria lugar, às 20:30 horas, na rua São Bento, 405. À noite Lossaco preside a assembleia que Tenorinho secretaria.
Mais de cinquenta anos depois, em depoimento, Tenorinho lembraria:
“O DIEESE passou por todo um sistema de preparação. Ele não surgiu de um estalo, não, ele foi fruto de todo um acúmulo de aprendizagem. Então, nós fizemos o Pacto de Unidade Intersindical, que começou com cinco sindicatos: gráficos, metalúrgicos, marceneiros, têxteis e vidreiros. Ali na rua dos Cerealistas. Então, naquela rua era uma casa baixa de um sócio, onde funcionava o sindicato, que se transformou em sede e dali nós começamos a “mandar brasa” em tudo. E todas as nossas lutas sindicais durante esse período, as lutas reivindicatórias, elas encontravam a barreira de como provar que era aquela percentagem que os trabalhadores reivindicavam, não tinha como, não tinha um aferidor. O único em que a Justiça se baseava – aí vamos chegar no DIEESE – era uma comissão do Ministério do Trabalho, a qual não tinha a nossa presença nem participação, e a Secretaria de Abastecimento de São Paulo, comandada por Ademar de Barros e o Secretário era o João Acioli, até um advogado do Sindicato dos Têxteis.
Então esses dois dados nunca conferiam com aquilo que a gente achava que era o custo de vida e nós nos batíamos, e só levávamos alguma vantagem quando fazíamos greves enfrentando polícia, enfrentando todas as dificuldades para fazer uma greve como fizemos em 1953, a chamada “Greve de 700 mil trabalhadores”. Então surgiu a ideia da gente criar o nosso próprio organismo de levantamento de custo de vida. Aí eu, como secretário do Pacto; Salvador Romano Lossaco, presidente do Sindicato dos Bancários – aqui eu rendo a minha homenagem, porque sem ele não “tinha” existido o DIEESE; Remo Forli, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos – eram os dois maiores sindicatos na época, os mais combativos eram esses dois; nós, do Laticínio, que não era numericamente tão expressivo, mas politicamente era peso-pesado; enfim, nós somamos cinco sindicatos e começamos a trabalhar dia e noite. Mas era até meia-noite, uma hora, duas horas da manhã, elaborando, pesquisando, estudando, e um dos homens-chave nisso aí se chama – foi este que já falei - Salvador Romano Lossaco, que não era do Partido Comunista, era um anarquista nato, mas de uma fidelidade de classe e de uma competência para ficar do nosso lado, que era impressionante.
Nós fundamos o DIEESE. Fundamos o DIEESE e pusemos: Departamento Intersindical de Estudos de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Antes era só Departamento Intersindical de Estatística. Aí um jornalista chamado Xavier Toledo - que era um jornalista do Correio Paulistano que trabalhava na Câmara e que acompanhava a gente, era um simpatizante - disse: “Olha, vocês têm que acrescentar, à ‘Estatística’, ‘Estatística e Estudos Socioeconômicos’, porque vocês abrem a perspectiva de se tornarem um instituto.” E nós incorporamos essa sugestão, ficou DI-E-ESE. Foi um negócio muito bonito, uma vitória grande.”
O depoimento continua e é muito bonito, como são bonitas as dezenas de histórias contadas e disponíveis em www.dieese.org.br (dieese memória).
O tempo passou, levado também pelo vento das lutas. As notícias da atual arena repetem manchetes. Hoje, como dantes, sintonizados com o presente e coetâneos com os desafios de futuro, quando o DIEESE completa 59 anos, rendemos nossa homenagem aos milhares de tenorinhos, leninas, salvadores e mônicas, que construíram com seu trabalho militante e compromisso com a justiça e solidariedade, uma instituição a serviço da classe trabalhadora!
1 Sociólogo, diretor técnico do DIEESE, membro do CDES - Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.