Primeiro áudio vazado pela Intercept revela alegria de Dallagnol com silêncio imposto a Lula
9 de Julho de 2019, 23:04O procurador Daltan Dallagnol comemorou secretamente a decisão do ministro Luiz Fux “revogando autorização a @folha entrevistar Lula 12 dias antes da eleição pq, como já reportamos, eles queriam impedir vitória de Haddad”, revela o jornalista Glenn Greenwald.
Por Redação – do Rio de Janeiro
A agência norte-americana de notícias Intercept Brasil divulgou, na tarde desta terça-feira, o primeiro áudio vazado na série de reportagens sobre um possível conluio entre o ex-juiz Sérgio Moro, ministro licenciado da Justiça e Segurança Pública e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato.
Áudio vazado com a voz de Dallagnol coloca o ministro licenciado Sérgio Moro em situação ainda mais difícil“Primeiro áudio publicado, de Daltan Dallagnol: ouça como ele comemorou secretamente a decisão do Fux revogando autorização a @folha entrevistar Lula 12 dias antes da eleição pq, como já reportamos, eles queriam impedir vitória de Haddad”, afirmou o jornalista Glenn Greenwald, editor da Intercept, no Twitter.
O áudio
“Além das motivações políticas impróprias que sempre negou publicamente, observe que Deltan – além da alegria que Lula ficaria em silêncio – a) tinha conhecimento secreto e prévio da decisão de Fux e b) especificamente queria ocultá-la para impedir que a Folha pudesse recorrer”, completou o jornalista.
Ouça, adiante, o áudio divulgado pela agência Intercept:
Greenwald libera novo petardo contra Moro e procuradores do MPF
30 de Junho de 2019, 20:14Procuradores buscaram por Nilton Aparecido Alves, técnico em contabilidade em Campo Grande, e o empresário Mário César Neves, dono de um posto de combustível.
Por Redação – do Rio de Janeiro
A agência norte-americana de notícias Intercept Brasil liberou, nesta sexta-feira, mais um petardo contra o ex-juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, e seu relacionamento ilegal com os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba, responsáveis pelas investigações da Operação Lava Jato. Mas a divulgação dos atos criminosos apenas começaram.
Dallagnol e Moro, após vazamentos publicados no Intercept Brasil, podem perder seus empregosO anúncio foi feito pelo jornalista Glenn Greenwald, do Intercept, em seu twitter. “O desespero aqui é triste. Vamos esperar até o final do dia – hoje – e depois me dizer se o que o @Estadao publicou aqui (nesta sexta-feira) é verdade ou não. Eu acho que a resposta será bem clara”, escreveu o jornalista.
“A versão de integrantes da inteligência do governo dá conta de que já se esgotou o arsenal do The Intercept contra Moro.”- rindo muito. De todos os dias para afirmar isso, hj é o pior dia possível para eles. E obviamente, eles não têm ideia do que temos, então por que fingir?”, escreveu ainda o jornalista.
Apenas alguns minutos depois das mensagens de Greenwald, a revista semanal de ultradireita Veja revelou, nesta tarde, o nome de duas testemunhas indicadas pelo então juiz Sergio Moro ao chefe da força-tarefa da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol. Em parceria com a Intercept, a revista informa que procuradores buscaram por Nilton Aparecido Alves, técnico em contabilidade em Campo Grande, e o empresário Mário César Neves, dono de um posto de combustível na capital sul-mato-grossense.
Fraude
A indicação de testemunha de Moro para Dallagnol já havia sido divulgada pelo site e confirmada pelo próprio ex-magistrado, atual ministro da Justiça e Segurança Pública. Em conversa pelo aplicativo Telegram, o ministro disse ao procurador que sabia de uma testemunha “aparentemente disposta”a falar sobre imóveis relacionados ao ex-presidente Lula.
Quando o episódio veio à tona, Moro confirmou a autenticidade desse diálogo ao classificar a sugestão havia sido um “descuido” seu.
— Eu recebi aquela informação, e aí sim, vamos dizer, foi até um descuido meu, apenas passei pelo aplicativo. Mas não tem nenhuma anormalidade nisso. Não havia uma ação penal sequer em curso. O que havia é: é possível que tenha um crime de lavagem e eu passei ao Ministério Público — declarou Moro após uma cerimônia na Polícia Rodoviária Federal, em Brasília.
Segundo a revista, em tese, Moro pode ser acusado de ter praticado fraude processual, uma vez que magistrados são proibidos, por lei, de indicar testemunhas a qualquer uma das partes.
De acordo com Veja, Dallagnol procurou as pessoas citadas, em dezembro de 2015, mas elas teriam se recusado a colaborar.
Propina
A reportagem diz ainda que o procurador chegou a sugerir que se forjasse uma denúncia anônima para justificar a expedição de uma intimação que obrigasse as testemunhas a depor no Ministério Público. Esse diálogo entre Moro e Dallagnol foi publicado pela Intercept Brasil, há três semanas. Mas o nome das testemunhas não havia sido divulgado.
Conforme a revista, Nilton Aparecido não confirmou se foi procurado pela força-tarefa.
— Não sei por que meu nome está nessa história. Alguém deve ter falado alguma coisa errada — respondeu aos jornalistas.
Parceiros
Já a segunda testemunha procurada por Veja confirmou ter sido abordada pela força-tarefa do Lava Jato. Mário César Neves é identificado como a pessoa que ouviu a história de Nilton Aparecido sobre os imóveis do filho de Lula e passou a informação a Moro.
— O pessoal do Ministério Público me ligou, não sei mais o nome da pessoa, mas ela queria saber quem era o Nilton, que serviços ele prestava e como poderia encontrá-lo — disse.
Ele também confirmou à reportagem que passou ao MPF o endereço e o telefone de Nilton Aparecido, mas não entrou em detalhes sobre as possíveis transações imobiliárias do filho de Lula.
— Eu soube que o Nilton foi chamado para prestar depoimento logo depois dessa ligação para mim — acrescentou.
Há três semanas, uma série de reportagens publicadas pela Intercept e veículos parceiros, como Veja, Folha de S.Paulo e Band, apontam diálogos que sugerem que o então juiz deu orientações à força-tarefa da Lava Jato sobre o rumo das investigações. O ministro questiona a veracidade das conversas e classifica a obtenção dos diálogos como ação criminosa. As mesmas alegações são invocadas por Dallagnol.
General Santos Cruz dispara contra Bolsonaro e filhos: ‘Fofocagem desgraçada’
21 de Junho de 2019, 11:26Segundo o general Santos Cruz, que exerceu o comando das tropas brasileiras, no Haiti, se alguém “fizer uma análise das bobagens que se têm vivido, é um negócio impressionante”.
Por Redação – do Rio de Janeiro
Em sua primeira manifestação pública após a demissão da Secretaria de Governo da Presidência da República na semana passada, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz acionou o gatilho da metralhadora e não poupou críticas ao governo do ex-capitão Jair Bolsonaro (PSL).
O general Santos Cruz já exerceu comando de tropas brasileiras no Haiti, pelas Nações UnidasA atual gestão deveria parar de perder tempo com “bobagens” para focar no que é importante, disse o general, em entrevista a uma publicação semanal das Organizações Globo.
— Tem de parar de criar coisas artificiais que tiram o foco — acrescentou.
Sobre as críticas das quais foi alvo por parte de Olavo de Carvalho, avaliou que há um limite.
— Discordâncias são normais, mas atacar as pessoas em sua intimidade, isso acaba virando uma guerra de baixarias. Tem de aproveitar essa oportunidade para tirar a fumaça da frente para o público enxergar as coisas boas, e não uma fofocagem desgraçada — criticou.
Ofensas
Ainda segundo o militar, que exerceu o comando das tropas brasileiras, no Haiti, se alguém “fizer uma análise das bobagens que se têm vivido, é um negócio impressionante”.
— É um show de besteiras. Isso tira o foco daquilo que é importante. Tem muita besteira. Tem muita coisa importante que acaba não aparecendo porque todo dia tem uma bobagem ou outra para distrair a população, tirando a atenção das coisas importantes. Tem de parar de criar coisas artificiais que tiram o foco. Todo mundo tem de tomar consciência de que é preciso parar com bobagem — atirou Santos Cruz.
Para o militar, “não é porque você tem liberdade e mecanismos de expressão, Twitter, Facebook, que você pode dizer o que bem entende, criando situações que atrapalham o governo ou ofendem a pessoa”.
— Você discordar de métodos de trabalho é normal, até publicamente. Discordâncias são normais, de modo de pensar, modo de administrar, modo de fazer política, de fazer coordenação. Mas, atacar as pessoas em sua intimidade, isso acaba virando uma guerra de baixarias — concluiu.
Greenwald aceita convite para falar no Senado sobre escândalo da Vaza Jato
18 de Junho de 2019, 12:30Greenwald tem publicado uma série de conversas vazadas nas quais o ex-juiz federal Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, supostamente intervém no andamento das investigações conduzidas pelo procurador da República Deltan Dallagnol, e membros diversos da força-tarefa da Operação Lava Jato, junto ao Ministério Público Federal.
Por Redação – de Brasília
O Conselho de Comunicação Social do Senado aprovou, nesta segunda-feira, o convite ao editor do The Intercept, Glenn Greenwald, que o aceitou, prontamente, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil. Na audiência, marcada para o dia 1º de Julho, o jornalista poderá falar sobre as publicações recentes da agência norte-americana de notícias Intercept Brasil.
O jornalista Davi Emerich (ao microfone) foi favorável ao convite para que Greenwald falasse aos senadores, mas propôs que outros jornalistas também fossem chamadosGreenwald tem publicado uma série de conversas vazadas nas quais o ex-juiz federal Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, supostamente intervém no andamento das investigações conduzidas pelo procurador da República Deltan Dallagnol, e membros diversos da força-tarefa da Operação Lava Jato, junto ao Ministério Público Federal. O principal objetivo seria o de prejudicar a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Conselho
Nos diálogos (aos quais, o ministro em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, na semana passada, disse “não reconhecer autenticidade”), ficaria evidenciada a condução política da operação contra o PT e o ex-presidente Lula, segundo a agência de notícias chefiada por Greenwald. A iniciativa de chamá-lo partiu do representante da sociedade civil no Conselho, o advogado Miguel Matos.
— Não podemos fechar os olhos para o que vem ocorrendo neste país. É algo de uma gravidade extrema, e intimamente ligado também à nossa atuação neste conselho. O imbróglio em torno do que vem sendo divulgado pelo The Intercept é algo sem precedentes na história brasileira. E Greenwald tem dito que vem sofrendo inúmeros atentados ao livre exercício do jornalismo. É preciso então que ele venha aqui e esclareça o que vem acontecendo. A liberdade de imprensa é a garantidora do Estado democrático de direito, não podemos fechar os olhos para o que está se passando — afirmou Matos.
Debate
O jornalista Davi Emerich também foi favorável ao convite a Greenwald, mas advoga que o CCS não poderia ignorar, neste momento, a conjuntura política que divide o país. Por isso, solicitou que outros jornalistas também fossem chamados, visando que a audiência não se tornasse “manca” num debate público.
A partir daí, a presidente do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, sugeriu a participação do jornalista Claudio Dantas, do site de ultradireita O Antagonista. E o presidente do CCS, o cientista político Murillo de Aragão, sugeriu ainda a participação na mesa dos jornalistas Daniel Bramatti (presidente da Abraji — Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e Maria José Braga (presidente da Fenaj — Federação Nacional dos Jornalistas e também conselheira do CCS), além do ex-ministro do STF, Carlos Ayres Brito. Todos os nomes foram acatados pelos demais membros do conselho.
Perdida diante ataque fulminante, direita quase sai no tapa, em público
18 de Junho de 2019, 12:30Alvo do astrólogo e guru da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho, o deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP) denunciou a tática ‘olavista’ para a demissão de ministros que desagradam à ala próxima ao núcleo familiar do presidente.
Por Redação – de São Paulo
Pressionados por um processo de rápida desintegração do ideário da direita, no país, os integrantes daquela base que elegeu o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se esfacela em brigas públicas, muitas vezes com palavras de baixo calão. Se há uma semana os líderes do governo no Senado e no Congresso chamavam-se, mutuamente, de ‘moleque’, o nível desceu ainda mais, nesta segunda-feira.
O ‘filósofo’ Olavo de Carvalho partiu para a agressão verbal contra o deputado Alexandre Frota, supostamente da base de apoio ao governo BolsonaroAlvo do astrólogo e guru da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho, o deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP) denunciou a tática ‘olavista’ para a demissão de ministros que desagradam à ala próxima ao núcleo familiar do presidente. A mensagem, no Twitter, ocorreu cerca de 20 minutos depois de o astrólogo afirmar, na mesma rede social, que “o Alexandre Fruta fez carreira no teatro mostrando ‘pinto’ e *. Na atividade parlamentar, para alívio geral, mostra só o *”.
Tristeza
Em resposta, o parlamentar retrucou que, “no Governo não falta Pavão, o método tem sido assim: primeiro é esculachado pelo Olavo, depois que esse rato faz o serviço sujo, entram os miquinhos amestrados nas redes”.
“Bom aí entra o Rei e manda embora de um jeito absurdo. Foi assim Bebiano, Vélez, Cruz, Levy. Sem ideologia”, escreveu Frota. O deputado paulista já não faz parte do núcleo que aplaude, incondicionalmente, as sandices de Bolsonaro. Alguns de seus aliados mais próximos o acusaram de traição e mandaram o deputado, que é vice-líder do PSL, abandonar a legenda e partir para o PT.
Em recente declaração, Frota também afirmou que teria anulado o voto se soubesse da influência de Olavo no governo.
— Se tivessem me falado que eu ao votar no Jair, na verdade estava votando no Olavo teria anulado meu voto. Que tristeza — concluiu.