Coordenador da campanha de Alckmin diz que Lula é peso pesado nas eleições
1 de Junho de 2018, 17:13Para o cientista político e mestre em administração pública pela Universidade Harvard, o líder nas pesquisas, sem a presença do líder petista, não é digno de atenção.
Por Redação – de São Paulo
Abaixo dos níveis históricos nas campanhas tucanas, o coordenador do esforço de Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, para chegar ao Palácio do Planalto está certo que seu patrão enfrentará, de uma forma ou de outra, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas urnas, segundo Luiz Felipe D’Ávila “qualquer pessoa que o Lula ungir vai ter 15 ou 16 pontos. Ainda acho que o segundo turno vai ser o clássico PT e PSDB”.
Para o cientista político e mestre em administração pública pela Universidade Harvard, o líder nas pesquisas, sem a presença do líder petista, não é digno de atenção.
— Eu acho que (o deputado Jair) Bolsonaro (PSL-RJ) é um voo de galinha. Hoje ninguém está preocupado com eleição a não ser político e jornalista. Quando chega agosto, cai a ficha. Aventureiros não ficarão em pé. Temer quer alguém para defender o seu legado e ninguém quer fazer aliança para carregar legado. A grande questão, o nosso maior adversário ainda não apareceu, o PT. Lula vai ungir alguém — prevê, em entrevista a jornalistas de um dos diários conservadores paulistanos.
Aécio etc
Ainda segundo D’Ávila, Alckmin pretende manter alguns avanços sociais dos governos Lula. O principal programa dos governos petistas, o Bolsa Família, “é o melhor retorno sobre investimento”.
— Estudamos suspender o benefício enquanto a pessoa estiver empregada. Mas volta a receber imediatamente se perder o posto. É um jeito de ajudar a formalização do trabalho — afirma.
O marqueteiro também tenta distanciar seu candidato dos tucanos envolvidos em escândalos de corrupção. Apesar das denúncias contra Alckmin, o coordenador de campanha diz que há uma “enorme diferença” entre o ex-governador e os ex-colegas Aécio Neves, José Serra e Eduardo Azeredo.
— Tem enorme diferença. Se tem uma pessoa com total lisura é o Geraldo. Que tem problemas no partido tem, a gente tem de ser rigoroso. A maior punição para uma pessoa na vida política é não ser eleito. Aécio quase foi eleito presidente do Brasil, hoje no máximo vai tentar conseguir vaga para ser deputado federal. Tem coisa pior? É horrível — concorda.
Cunhado
Sobre a acusação contra o cunhado de Alckmin, o coordenador que, comprovado em relação ao caso “é zero”.
— E, principalmente, de ganho pessoal para o Geraldo. E não vai ter porque não aconteceu. O grande desserviço que Janot prestou ao Brasil foi jogar todo mundo no mesmo liquidificador. E, agora, todo mundo é corrupto. A demonização da política é um desastre para o país — prega.
Ainda segundo D’Ávila “no caso do cunhado, ninguém fala em enriquecimento, mas em caixa dois, que é grave também”.
— Se houve acusação de caixa dois, vai ser discutida na Justiça Eleitoral. Às vezes a gente toma como verdade o que os canalhas falam mais do que o que a gente fala. Pô, corrupto de empreiteira fala que tinha tabelinha em que deu 100 para o candidato. Deu 10 e botou 90 no bolso. Então, a planilha de um escroque é mais importante que a história de uma pessoa? Tem que ter bom senso — concluiu.
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Na presidência do Senado, Requião diz que Moro cumpre o protocolo do Departamento de Estado dos EUA
6 de Abril de 2018, 12:01Joaquim Barbosa e seu dominio do fato
26 de Março de 2018, 10:51O ex-ministro negro do STF, Joaquim Barbosa, depois, de negar algumas vezes participar da política partidaria, as novas mexidas no tabuleiro das eleições indicam que o partido satélite - PSB (que deveria retirar a palavra socialismo), deve filiar Joaquim Barbosa para lança-lo ao cargo de presidente da república.
Joaquim Barbosa, como diria Zumbi dos Palmares é um negro de mentalidade branca. A biografia de Barbosa ficou arranhada quando o mesmo, trouxe para o STF a teroria nazista juridica alemã - Dominio Do Fato. o núcleo dessa tal teoria é que não precisa de provas comprobatórias para julgamentos, um banco de dados de inúmeras versões é que ditam os fatos, assim, Barbosa utilizou no STF para jusificar o famigerado mensaão do PT.
Mas, Barbosa, de forma proposital ou em 2016, macomunado com o golpismo que perdura até hoje, a propria teoria nazistas ultrapassada na propria Alemanha, foi denunciada pelo proprio mentor da teoria Dominio do Fato - Clauss Roxin que Barbosa e o STF distorceram o enunciado da mesma. Ou seja, Clauss Roxin desautorizou Barbosa e o STF: http://www.viomundo.com.br/denuncias/jurista-alemao-repreende-o-stf-pelo-mau-uso-de-sua-teoria-do-dominio-do-fato.html
A direita brasiliera tenta no desespero encontrar um candidato. Os bancos via mercado especulativo financeiro e a midia coordenada pela Rede Globo, tudo indica, encontrou nas mazelas partidárias do PSB um perfil de candidato, ou seria, apenas um ajudante de ordens da midia golpista, dos bancos e justiça partidaria?
Democradura consolidada
14 de Março de 2018, 9:00A Folha tentou passar a ideia de que o Brasil não teria vivido uma ditadura, mas um regime mais suave, uma espécie de “ditabranda”, segundo a infeliz expressão que devem ter encontrado genial. A reação foi imediata, até que um novo editorial teve que retirar a expressão e fazer autocrítica, uma vez a operação fracassada
Por Emir Sader – de São Paulo:
Agora, buscando novos argumentos para evitar aceitar que houve um golpe no Brasil que feriu profundamente a democracia existente, arriscam uma historia. Ao contrario de 1964, a democracia no Brasil estaria consolidada, a ponto que não valeriam as analogias entre o momento que vivemos agora e o do golpe militar.
A Folha tentou passar a ideia de que o Brasil não teria vivido uma ditadura, mas um regime mais suave, uma espécie de “ditabranda”
Democracia
Desde então a democracia teria se consolidado entre nós. Como todo pensamento liberal; acreditam que basta haver eleições a cada tanto tempo; pluralidade de partidos; separação entre executivo, legislativo e judiciário e imprensa “livre”; em que “livre” quer dizer privada; para se caracterizar o regime como democrático.
Não importa que o capital financeiro controle a economia do país; mediante alguns poucos bancos privados; e pela direção da economia por executivos desses bancos. Não importa que algumas poucas famílias monopolizem a formação da opinião pública, por meio do controle dos meios de comunicação.
Não importa que estejamos voltando a ser o país mais desigual do continente, mais desigual do mundo. Não importa que os órgãos repressivos do Estado atuem sistematicamente contra os mais pobres da população, de forma violenta e impiedosa.
Sociedade brasileira
Não importa tudo isso e muitas mazelas mais da sociedade brasileira. Importa que os cânones liberais estariam existindo. Não importa que o Congresso exorbitou das suas funções e desrespeitou o voto popular; depondo uma presidenta democraticamente eleita.
Não importa que o Judiciário assiste a tudo passivamente e, pior, atua de forma unilateral contra a esquerda e seus dirigentes. Não importa que a Polícia Federal atue como instrumento da ação política de partidos de direita.
Não importa se uma trama diabólica trata de condenar ao principal líder político brasileiro sem crimes e sem provas. Não importa se o Judiciário tenta tirar do povo brasileiro o direito de decidir; pelo voto, quem deve ser o presidente do Brasil. Não importa se o Estado brasileiro foi assaltado pela gangue mais corrupta que o país já conheceu.
Não importa nada disso, porque a democracia estaria consolidada, segundo é vista desde a Alameda Barão de Limeira. O Congresso está aberto. O Judiciário é independente. A mídia privada funciona a todo vapor. Deve haver eleições de novo este ano.
Essa é a concepção da família Frias da democracia. Na verdade, uma democradura, um regime de exceção; que não respeita o resultado das eleições, que viola a Constituição, que persegue e condena sem provas a opositores; que permite que os políticos mais corruptos do Brasil dirijam impunemente o governo e sejam absolvidos pelo Judiciário.
Essa é a democracia consolidada para a Folha. Na verdade, uma democradura, assim como ela tentou dizer que a ditadura era uma ditabranda.
Emir Sader, é sociólogo, cientista político.
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Como Chico gozou dos militares em plena ditadura
4 de Janeiro de 2018, 10:11
O Chico Buarque que volta aos palcos cariocas para, a partir de hoje dar sequência a uma turnê na qual apresenta músicas de seu último disco e outras já consagradas, não é só um gigante da arte brasileira. Nele coexistem o magistral letrista, o inspirado melodista, o cantor original, o escritor surpreendente - e um tremendo gozador.
Se não, como explicar que, em plena ditadura militar, ele tenha composto canções que zombavam do regime de uma maneira tão inteligente que os censores nem percebiam a sua intenção?
É o caso de "Apesar de Você", lançada em 1970 e só proibida no ano seguinte, apenas porque os vigilantes da moral e bons costumes foram alertados sobre a sua mensagem "subversiva" depois que o jornalista Sebastião Nery, numa entrevista, afirmou que seu filho e amigos a cantavam como se fosse o hino nacional.
Perguntado, num interrogatório, sobre quem era o "você" da letra, Chico nem pestanejou em responder: "É uma mulher muito mandona, muito autoritária."
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc e tal
Lá lá lá lá laiá
Depois de "Apesar de Você" a censura ficou mais vigilante em relação a Chico Buarque. O jeito que o poeta encontrou para que suas músicas fossem aprovadas foi atribuir a paternidade delas a outros compositores.
Assim nasceu a dupla Julinho de Adelaide e Leonel Paiva, "autora" de "Jorge Maravilha", sucesso em 1973, que só foi liberada porque Chico inseriu a letra entre versos que ficaram de fora da gravação.
O Brasil inteiro cantou a música e todos, menos os censores, pensavam que ela era uma tremenda gozação ao ditador de plantão, o general Ernesto Geisel, embora Chico negasse isso: "Aconteceu de eu ser detido por agentes de segurança, e no elevador o cara pedir autógrafo para a filha dele. Claro que não era o delegado, mas aquele contínuo de delegado", disse em uma entrevista.
E nada como um tempo após um contratempo
Pro meu coração
Chorando, resmungando, até quando, não, não, não
E como já dizia Jorge Maravilha
Prenhe de razão
Mais vale uma filha na mão
Do que dois pais voando
Você não gosta de mim, mas sua filha gosta
Ela gosta do tango, do dengo
Do mengo, domingos e de costa
Ela pega e me pisca, belisca, petisca
Me arrisca e me enrosca
Você não gosta de mim, mas sua filha gosta
Você não gosta de mim, mas sua filha gosta
E nada como um dia após o outro dia
Pro meu coração
E não vale a pena ficar, apenas ficar
Chorando, resmungando até quando, não, não, não
E como já dizia Jorge Maravilha
Prenhe de razão
Mais vale uma filha na mão do que dois pais sobrevoando
O Brasil de hoje é um campo fértil para que os artistas liberem toda a sua criatividade. Pena que haja tão poucos com a capacidade que um Chico Buarque tinha de transformar a vida miserável que a ditadura proporcionava aos brasileiros em obras de arte imortais.