Venho dos bancos escolares da faculdade de direito e não é de hoje que costumo comentar entre amigos, sim entre os amigos mais progressistas!, sobre o modo, abjeto, como se costuma usar as pernas (e os seios e tudo o mais) como critério de tentativa de obtenção de aprovação na faculdade.
A gente ouviu falar e presenciou histórias bárbaras, de gente que foi pro buteco na hora da aula e quando voltou foi impedida de pegar o carro no estacionamento da faculdade porque já tinha passado um minuto das 23h, mas, insistindo, furou o bloqueio e ao lado do seu, o carro de um “mestre” chacoalhava com as portas abertas, de onde se podia avistá-lo acompanhado daquela aluna do terceiro ano, ambos em trajes nenhuns.
E por ai vai… Não vou ficar aqui contando a história daquela colega que sucumbiu ao beijo na boca do professor e passou na matéria que precisava de nota 12 na final, nem daquela proposta de outro pra gente vestir um uniforme do Grêmio gaúcho (com meião e tudo) para que não precisasse ir pra final na matéria dele. Nem mesmo vou falar da minha professora gay que conta das meninas que enfiavam os peitos na cara dela na hora de conversar sobre as notas de prova…
O que eu me lembro é que, sem falsos moralismos e na privilegiada condição de aluna que nunca precisou aceitar propostas do gênero, sempre imaginei, e quem me conhece já me ouviu dizendo isto, que as colegas sucumbentes, quando fossem advogar, se utilizariam do expediente de tentar ganhar suas ações com uma boa cruzada de pernas na frente dos juízes.
Nunca imaginei o contrário.
E não é agora que vou imaginar. Deixo em paz as pernas delas! Afinal, às vezes um charuto é apenas um charuto.
(Por Tânia Mandarino)
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