Das sutilezas utilizadas pela globo para combater os bons combatentes, observe-se o personagem blogueiro da atual noveleca das oito, interpretado por Paulo Betti.
A crueldade começa quando a emissora escolhe justamente um ator que tem sua preferência declarada pelo PT, para interpretar um personagem que tenta passar a ideia de que um blogueiro é um traste fofoqueiro e sem escrúpulos.
É claro que há inúmeros exemplos de blogueiros que vivem de fomentar intrigas e engendrar escândalos, mas, não se enganem: não é a eles que a globo quer fazer associar a imagem do blogueiro da novela.
Curiosamente, vem sendo travada no Brasil uma verdadeira batalha entre a mídia tradicional e a blogosfera progressista, que a vigia e desmente em tempo real, graças aos avanços da internet no país.
Apostando em eventual desinformação da população que é público alvo de suas novelas, é a este blogueiro, combatente e incômodo aos seus interesses golpistas, que a globo quer tentar fazer associar a imagem com a do personagem fofoqueiro da novela.
Oferecer ao público um personagem afetado, fofoqueiro, interesseiro, que ganha a vida semeando discórdias e plantando escândalos em seu blog, é, sim, uma forma de tentar implantar na cabeça das pessoas a ideia de que um blogueiro será sempre isso: alguém que faz qualquer coisa para ter mais acessos em seu blog, não importando o que isto possa custar aos outros.
O que nós precisamos contar às pessoas, é que o blogueiro da novela é, na verdade, um espelho da própria conduta da emissora, e não necessariamente o reflexo de um blogueiro.
Talvez seja por conta desta intenção sub-reptícia, percebida também por Paulo Betti, que o ator tenha conferido trejeitos extremamente caricatos ao personagem.
Tão caricatos que foram motivo de críticas, como se noticiou na internet (http://migre.me/ln6LN ).
Assim, talvez tenha pensado nisso o inteligente Paulo Betti, se dissipam um pouco os efeitos nefastos do adjetivo “blogueiro” de seu personagem e o foco passe a ser sua condição de “gay afetado”, numa espécie de técnica própria, onde o ator/trabalhador se insurge contra a crueldade de seus patrões o estarem utilizando para tentar associar seu personagem a algo que tenta desconstruir quem hoje está lutando contra a velha mídia golpista.
Tanto que, também na internet, se encontra a notícia de que “Paulo Betti sofre patrulhamento por estar ‘gay demais’ em Império” (http://migre.me/ln6NK )
Obrigada, Paulo Betti!
Esta mesma notícia nos dá conta de que “o personagem é a personificação do mau jornalismo, da maledicência, da invasão de privacidade e dos estereótipos da homossexualidade masculina”.
Ou seja, retomando a questão do espelho, podemos concluir que a globo quer que os blogueiros levem a pecha de ser tudo aquilo que ela mesma representa, projetando num personagem os adjetivos que a definem, a fim de deles se livrar, tentando imputá-los a categoria “blogueiros” de forma genérica e covarde, como lhe é peculiar.
Dai que, podemos concluir sem medo de errar: eles estão com medo!
O mesmo medo que têm quando chamam a internet de um “lugar imundo” e nos rotulam, de blogueiros “sujos” para tentar fazer com que as pessoas não acreditem em nós e continuem na fé cega de que eles são os impolutos arautos da verdade e de que quem ousar dizer que não, só merece o descrédito.
Tentam nos desqualificar usando um de nós para tornar tudo mais cruel.
Só que não contavam com nossa atenção caprichosa.
Estamos aqui para desmascarar a farsa e nem é preciso lhes dar audiência para que se perceba o que foi possível perceber em duas ou três passadas displicentes pelo canal em horário da novela.
Nós, os ditos “blogueiros sujos”, trabalhamos assim, analisando as coisas à luz da dignidade que deve possuir sempre uma informação.
É essa análise que venho agora dividir carinhosamente com você, telespectador ou não da tal noveleca, convidando-o a fazer o mesmo: veja a vida de forma crítica e se transforme cada vez mais num sujeito, ao invés de ser a marionete que sempre esperaram que você fosse.
Assim, atores de nossa própria história, quem sabe não possamos protagonizar uma novela muito mais bonita e real e coletiva que, tomara, possa ter o nome de “Brasil, é assim que eu te quero!”
E porque não?
(por Tânia Mandarino)
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