Na última terça feira, a bela e limpinha Renata Bueno (PPS-PR) foi a entrevistada da vez no programa Jornal da Massa. Mais uma vez a menina confirmou sua intenção de disputar a cadeira de prefeita da cidade de Curitiba e como até agora o Polaco ainda não tinha dado a devida atenção para a moça, vão aqui minhas considerações sobre a “bela ragazza”.

Renatinha, como boa parte dos principais pré-candidatos a prefeito, deve seu acesso e sucesso na vida pública e política principalmente a seu pai, Rubens Bueno, presidente do PPS-PR, deputado estadual entre os anos 1983 e 1990, secretário da justiça e trabalho durante o governo de Álvaro Dias entre 1987 e 1990, Deputado Federal entre os anos 1991-1995 e 1999-2003, candidato ao governo do estado em 2002 e a prefeitura de Curitiba em 2004 e em 2010, foi eleito mais uma vez deputado federal. É um dos homens fortes do cenário político paranaense e prepara com muito cuidado sua filha para que ela dê continuidade a seu legado.

A cada dia que passa, tenho a mais nítida impressão de que a democracia em terras brasileiras se assemelha cada vez mais e mais a uma dinastia digna dos tempos imperiais. Nosso atual governador é filho de um ex-governador e também prepara seu filho para a carreira pública presenteando-o com uma secretaria importante na cidade de Curitiba. Um dos principais nomes para a próxima eleição, Gustavo Fruet, é filho deu um dos mais carismáticos políticos que a cidade já teve, Maurício Fruet. O outro dos principais candidatos, Carlos Roberto Massa o Ratinho Jr, de maneira muito parecida, também deve muito de seu sucesso eleitoral a seu pai, o famoso apresentador e proprietário de vários veículos de comunicação no estado, o Ratinho do SBT.

Mas voltando ao que realmente interessa, vamos ver sobre bela Renata Bueno:

Em 2008 a coligação PRP/PPS obteve 64.644 votos, com isso conseguiu três das 38 vagas de vereador na cidade de Curitiba. Renata Bueno com 4.984 votos ficou com a segunda vaga da coligação.

Para a eleição de 2008 a menina declarou ao TSE um patrimônio de R$ 20.000,00 e gastou com a campanha vitoriosa R$ 37.778,62 a maior parte oriunda de doações de pessoas físicas. (fonte TSE)

Mate a saudade com o vídeo da campanha eleitoral da moça em 2008.

Em 2011, Renata Bueno casou-se com o também vereador Juliano Borghetti (PP-PR). A cerimônia foi realizada no Caribe mais precisamente no balneário de Punta Cana na República Dominicana.

Com isso posto e como a menina julga-se apta para ocupar o cargo de prefeita da cidade, nada mais coerente do que pesquisar seu trabalho como vereadora para descobrir se suas idéias e propostas são mesmo de interesse para a cidade.

No sítio da Câmara Municipal, dentro do Sistema de Proposições Legislativas, percebe-se que a filha do Rubens Bueno não está à toa na Câmara de Vereadores, existem muitas proposições de autoria da “bella ragazza.”

Muitas destas proposições são para indicar prêmios, méritos e títulos honorários para moradores da cidade e tem até uma para regulamentar esta folia de distribuição de títulos honorários a torto e a direito, uma bela iniciativa da vereadora.

Porém, algumas são bastante inusitadas, como o projeto de lei que declara o “Grimpeiro” ave-símbolo de Curitiba (005.00132.2009) e o projeto de lei que declara o “Caaingá” árvore símbolo de Curitiba, ambos já promulgados e sancionados.

Chama a atenção a imensa quantidade de operações tapa-buracos solicitadas pela moça, são páginas e mais páginas com solicitações deste tipo, todas aprovadas e concluídas.

Entre várias outras solicitações de reparos, limpezas, colocações de placas e semáforos, dois dentre os poucos projetos relevantes apresentados pela vereadora me chamaram a atenção.

O primeiro trata-se da proposição: 005.00005.2010 de iniciativa da vereadora e que pretende Instituir uma política tarifária no transporte público da cidade.

Acompanhe um trechinho da proposta:

Art. 2º.  A política tarifária do transporte público adotará as seguintes modalidades tarifárias:

I – Tarifas diferenciadas por tipo de linha: as tarifas poderão ser diferenciadas para cada modalidade de linha; linha troncal (expresso), linha alimentador, linha interbairros, linha direta, linha circular.

II – Tarifas diferenciadas por períodos horários: as tarifas poderão ser diferenciadas para horários de pico, horários fora de pico, horários noturnos, madrugueiros.

Então tá, deixa eu ver se entendi direito. Segundo a vereadora haverá uma diferenciação das tarifas para os ônibus vermelhos e azuis que circulam nas canaletas, outra para os verdes e cinzas das linhas inter e inter-bairros, outra ainda, para os alimentadores amarelos etc.

Mas tá bom, se eu pagar passagem na entrada de um terminal, vou ter que informar ao cobrador em qual tipo de ônibus pretendo embarcar antes de pagar a tarifa? Ou o novo sistema proposto pretende acabar com a integração dentro dos terminais?

E mais complicado ainda.

Como exposto no item II, haverá uma diferenciação de tarifas conforme o horário, logo, uma tarifa mais cara durante os horários de pico, logo, quem vai pagar mais caro é o trabalhador que pega o busão as sete da manhã e as seis da tarde!

Qual a vantagem que o curitibano, o trabalhador leva nessa?

No mais, a proposta lembra muito o sistema de bilhetagem única adotado pela Cidade de São Paulo em 2004, durante a gestão de Marta Suplicy.

Na outra ponta, o projeto de lei, proposição nº 005.00029.2010 que Proíbe a instituição de pedágio urbano no âmbito do município de Curitiba.

É evidente que ninguém em sã consciência e em véspera de período eleitoral toca neste assunto, mas o pedágio urbano está na pauta da prefeitura de Curitiba já há algum tempo. Claro que não é uma idéia popular, mas não deixa de ser uma solução bastante cômoda para os graves problemas de mobilidade dentro da cidade de Curitiba.

De qualquer maneira, com estas duas propostas apresentadas pela vereadora fica bastante claro que não existe a intenção de estimular o uso do transporte público pelos cidadãos, muito pelo contrario, com a tarifa diferenciada do transporte publico, cada vez mais o trabalhador vai optar pelo uso do veículo próprio e com isso os problemas no transito só tendem a se agravar. Ou estou completamente enganado?

Mas que seja. Afinal o Polaco não entende mesmo patavinas de mobilidade urbana e a moça que é vereadora, deve ter lá suas razões para apresentar este tipo de proposta.

Se você ainda não viu, aproveita e dá uma olhada na entrevista da moça para o pessoal do Jornal da Massa.

Já dá para perceber que Renata Bueno vai vender seu peixe na campanha para prefeitura como sendo uma espécie de “paladina” da moralidade, a única responsável pelas denúncias do escândalo Derosso que trouxeram a luz uma das tantas imoralidades da nossa casa de leis, mas você que é antenado, sempre lê as bobagens deste Polaco Doido sabe que não é bem assim.

Renatinha apenas surfou na onda de denuncismos que assolaram a CMC no final de 2011, se aproveitou das denúncias para aparecer bem perante seu eleitorado e tomou a iniciativa de protocolar o pedido de CPI para investigação do caso.

Claro também que tem seus méritos, ela e Zé Maria também do PPS, foram os únicos vereadores da base de apoio ao prefeito Ducci  que assinaram o pedido de CPI já no primeiro momento. Pena que não deu em nada. Derosso apesar de apagado ainda está lá, ainda é vereador. Não é o presidente de fato, mas ainda é quem distribui as cartas e as benesses.

Mas calma lá! até eu que sou completamente doido já sabia que tinha treta neste negócio do cara ser presidente da casa por mais de 14 anos, por que será que a vereadora esperou até pipocarem as denúncias para se manifestar?

Ora, Derosso foi pela última vez reeleito para presidir aquela casa em novembro de 2010, Renata Bueno já era vereadora a quase um ano, ainda não desconfiava das irregularidades e deu seu aval para mais uma mandato do quase eterno presidente da Câmara. Por que será?

Ao que me parece, todo o discurso moralizador da menina contra Derosso, não foi nada mais que puro oportunismo.

E que fique muito claro, isso é só uma opinião puramente pessoal do Polaco Doido. Quem não gosta ou acredita que conte outra história.

Polaco Doido