Sérgio Guerra, o presidente nacional do PSDB e, por conseqüência, “o cara” que dita regras para tucanos do naipe de Zé Cerra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Betinho Richa e similares, ontem se mostrou extremamente indignado com o pronunciamento da Presidente Dilma Rousseff em rede nacional de rádio e TV, quando a presidente anunciava uma redução considerável nas tarifas de energia em todo o país.
Em seu Twitter, Sergio Guerra postou sérias acusações ao governo Dilma. Frases como:
“O Governo do PT acaba de ultrapassar um limite perigoso para a sobrevivência da jovem democracia brasileira.” “Agressiva utilização do poder público em favor de uma candidatura e de um partido político.” “Milionária campanha paga pelos contribuintes.” “Dilma faltou com a verdade e criticou a imprensa.” “A presidente desqualificou os brasileiros que ousam discordar de seu governo”
E a denúncia mais grave de todas:
“O Conceito de República foi abandonado. A chefe da nação que deveria reconhecer-se como presidente de todos os brasileiros, agora os divide em dois grupos: o ‘nós’ e o ‘eles’. O dos vencedores e o dos derrotados. Os do contra e os a favor. Alertamos os brasileiros para a gravidade deste ato que fere profundamente os fundamentos do estado democrático”
São denúncias tão graves que até mereceram uma “Nota à imprensa” no site do PSDB nacional (aqui)
Para o presidente do tucanato brazuca estas denúncias merecem ser minuciosamente investigadas e, se comprovadas, a Presidente da república deve ser destituída de seu cargo imediatamente.
É claro que a tropa de choque do PIG, braço midiático do tucanato brasileiro, não tardou a replicar as acusações de Sergio Guerra, o cacique tucano, contra a chefe do Governo Federal.
Miriam Leitão na CBN anunciou que o tesouro nacional terá um custo de 8,5 bilhões para cobrir esta redução na tarifa de energia e que toda essa grana vai sair dos cofres de Itaipu. (só a título de comparação em 2008 a receita total de Itaipu foi de 3,2 bilhões)
Ricardo Noblat no O Globo replicou cada vírgula das denúncias de Sérgio Guerra. Em sua coluna publicou: Dilma erra ao explorar energia como tema político.
Eliane Cantanhêde da Folha, também não poupou criticas ao pronunciamento da presidente. Aqui.
Reinaldo Azevedo, em seu blog na Veja, também seguiu a mesma linha de raciocínio. Aqui.
Ora, não é realmente muito revelador que o primeiro time dos principais veículos de comunicação do país, mais uma vez, alinhe seus textos e opiniões à linha de pensamento do partido que é principal opositor ao Governo Federal?
E o fazem para denunciar que a presidente Dilma fez um pronunciamento eleitoreiro, quando deveria ter feito um pronunciamento de governo (!?).
Mas eles não fazem política eleitoral em cada linha que escrevem? 365 dias por ano, sem nem se importar se o período é eleitoral ou não?
…
Eu aqui, Polaco e Doido, não tenho o gabarito dos colunistas da grande imprensa e nem a pretensão para tanto, mas vamos tentar analisar os fatos.
A tal redução nas tarifas de energia, nada mais é, do que uma resposta do governo as críticas da oposição e da grande mídia sobre um “pífio” desempenho de nossa economia nos últimos dois anos.
Mas para a economia crescer são necessários recursos e investimentos. Não é?
Uma redução de 35% nas tarifas de energia das indústrias, nada mais é do que um investimento. Com menores custos, as empresas vão poder investir mais, produzir mais e contratar mais.
Não é exatamente isso que estes colunistas vêm cobrando do governo desde janeiro de 2003?
Por que da chiadeira, mesmo após terem seus anseios atendidos?
Vai ver é porque além de reduzir as tarifas de energia das indústrias, o governo também reduziu as tarifas dos consumidores domésticos e isso, para eles, é considerado “eleitoreiro.”
Mas espera só um pouquinho. A próxima eleição será em outubro de 2014. A campanha só se inicia em junho de 2014 ou seja, daqui a exatos 18 meses. Um ano e meio.
Até lá o eleitor médio, nem vai lembrar do pronunciamento da última quarta feira.
Então. Onde se caracteriza o uso eleitoreiro da máquina pública?
É claro que políticos fazem política e pensam em eleições 24 horas por dia. Não só os políticos do PT ou do PSDB. Todos os políticos só pensam em vantagens eleitorais. Com Dilma, não é diferente, mas neste caso, acho que mais um vez é golpe tucano na tentativa de desmoralizar o governo Dilma, visando os votos dos descontentes em outubro de 2014.
Se não, sente só.
No Paraná, o custo médio com a tarifa de energia domiciliar, é de algo em torno de R$ 125,00/mês. Com a redução prometida de 18,12 da Copel, este custo médio irá para R$ 105,00. Uma economia de R$ 20,00/mês para famílias comuns, que não são beneficiadas pelo luz fraterna. Famílias com três quatro ou cinco indivíduos terão vinte reais a mais para gastar todo mês.
Vintão dividido por quatro pessoas em cada família por mês é R$ 5,00 reais por pessoa, em média!
Não paga nem um maço de cigarros, nem uma ida e volta de busão, mal dá pra comprar uma cerveja quente no supermercado, a cada mês!
Se alguém vender seu voto por essa mixaria, é no mínimo um péssimo negociador.
E digo mais, se o governo Richa não se preocupasse tanto com o repasse dos lucros para os acionistas da Copel na bolsa de Nova Iorque, acionistas que embolsam sem nenhum investimento e esforço, nada menos que 35% dos lucros da empresa, U$ 421,1 milhões em 2011, essa redução na tarifa poderia ser ainda maior, algo como 45 ou 50%. Aí sim até eu acharia eleitoreiro!
Mas no fundo, bem no fundo, acho que essa chiadeira do presidente do PSDB e de sua infantaria na linha de frente midiática, é pura e simples dor de cotovelo.
É só lembrar que em maio de 2001, quando o presidente era Fernando Henrique Cardoso do PSDB, ele também utilizou-se de uma cadeia de rádio e TV nacional para falar de energia elétrica, mas naquela oportunidade, não foi para anunciar investimentos ou diminuição nas tarifas. FHC foi na TV foi para implorar que os usuários economizassem 20% do consumo de energia. Uma clara demonstração de falta total de competência daquele governo, não por coincidência, um governo do PSDB!
Outras épocas, os terríveis anos de apagão do governo FHC…
Polaco Doido
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