A renovação na câmara municipal de Curitiba já começa a render bons frutos.
Hoje o vereador fresquinho, Rogerio Campos (PSC), apresentou um projeto de lei que, se aprovado, tem tudo para fazer com que a cidade de Curitiba volte a possuir os projetos e soluções modelo para nosso sistema de transporte público.
Ele sugere a criação de uma nova secretaria, a Secretaria Municipal de Transporte Coletivo – SETRANSCOL, ligada a administração direta do poder executivo municipal.
Serão funções da nova secretaria:
- Efetuar estudos sobre as necessidades de transportes;
- Realizar estudos sobre fixação e alterações de tarifas;
- Processar administrativamente os atos adjudicatórios de exploração dos serviços de transporte público;
- Controlar e fiscalizar os serviços de transporte.
A Urbanização de Curitiba (URBS) transferirá suas atribuições referente à Secretaria Municipal de Transporte Coletivo de Curitiba, ora criada, para a qual o Poder Executivo Municipal remanejará os seus servidores, respeitando o regime de trabalho a que cada um estiver vinculado.
A regulamentação geral da Secretaria Municipal de Transporte Coletivo ora criada, dispondo sobre a distribuição e coordenação dos serviços, no sentido de lhes imprimir maior racionalização, eficiência e transparência, bem como sobre as atribuições específicas dos órgãos e unidades que as constituem.
…
Na prática, o que o vereador pretende mesmo é tirar da URBS os poderes de gerenciar o transporte coletivo de Curitiba. Uma iniciativa louvável que merece elogios sinceros por parte deste Polaco doido metido a escrevedor.
A URBS é uma empresa de economia mista, criada em 1963 com o objetivo de privilegiar o transporte de massa na cidade de Curitiba. A empresa cumpriu seus objetivos muito bem até que, na década de 1990, a cidade foi tomada de assalto pela sanha neoliberal de Taniguchi, Richa e Ducci. Durante este período, a URBS deixou de focar seus objetivos na melhoria do transporte público e passou a focar única e exclusivamente o lucro de seus acionistas privados, diretores e empresas parceiras.
Com isso, a qualidade no transporte público diminuiu consideravelmente, as tarifas sofreram aumentos astronômicos e a imensa maioria das novas soluções apresentadas para os problemas do transporte de massa na cidade não passam de mera perfumaria, como os painéis eletrônicos instalados em algumas estações e terminais, as TVs nos ônibus e tantas outras frivolidades sem o menor sentido prático. Tudo com o objetivo de capitalizar cada vez mais as empresas e empresários envolvidos nos sistemas gerenciados pela URBS.
O gerenciamento do transporte público na cidade de Curitiba transformou-se em uma caixa-preta e já não existe nenhum controle. A coisa é tão descaradamente levada nas coxas que na última audiência pública para o cálculo da nova tarifa técnica, o presidente do Sindimoc denunciou que não existe por parte da URBS, qualquer controle a respeito do número de passageiros que utilizam o sistema. Os dados para o cálculo da tarifa técnica são completamente fictícios e, lógico, fora da realidade.
O vereador autor do projeto, Rogerio Campos é motorista do transporte público e faz parte da diretoria do Sindmoc. Como profissional do transporte público e vereador eleito, tem toda competência para apontar onde está a raiz de nossos problemas com o transporte coletivo, como quase todos nós já sabíamos, a raiz do problema é a própria URBS, uma empresa que foi criada para definir soluções e não, para ser parte dos problemas. Então, acabe-se de vez com o problema.
Infelizmente, os negócios gerenciados pela URBS são muito lucrativos aqui na cidade de muito pinhão. Empresários e empresas ligadas à URBS tem grande influência nas decisões políticas da cidade e o risco desta nova secretaria nunca passar de uma simples proposição legislativa esquecida nos anais de nossa Câmara Municipal são muito grandes. Nossos vereadores profissionais são muito ágeis na criação de secretarias eleitoreiras, como foi o caso da secretaria antidrogas, criada em 2008 e sobre medida para a eleição do delegado Francischini, em 2010, Mas quando uma nova secretaria ameaça secar as gordas tetas de alguns dos principais patrocinadores de campanhas eleitorais, a coisa fica diferente, o buraco é muito mais em baixo.
Polaco Doido
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