Desde os tempos do descobrimento, Brasil colônia, império, república velha, república, ditaduras e redemocratização, esta terra chamada de Brasil e seu povo sempre foram covardemente explorados, achincalhados, roubados, violentados e enganados. Até que, depois várias tentativas frustradas, os brasileiros através do voto direto, finalmente colocaram no comando do poder federal, um representante legítimo dos brasileiros, não das oligarquias centenárias, dos detentores do capital, dos meios de produção e dos barões da mídia.

Nestes pouco mais de 10 anos, o Brasil como nação, tem conseguido se livrar do estigma de povo explorado, de nação de terceira categoria, de povo subdesenvolvido, para tornar-se protagonista dos novos rumos de toda sociedade global.

É claro que ainda existem muitas falhas e o sistema democrático para funcionar exige certas alianças absurdas com os coronéis do passado ainda presentes, com os barões da grande mídia, com os detentores do capital e dos meios de produção. Sem estas alianças, todo sistema democrático conquistado a duras penas, os programas de inclusão social, os avanços industriais, econômicos e a independência financeira, ainda seriam apenas sonhos distantes de poucos utopistas.

Infelizmente, estas necessárias e estapafúrdias alianças cobram um altíssimo preço.

Apesar da economia ir muito bem, toda essa pujança não se transforma em grandes projetos ou realizações significativas para a nação como um todo. Graças às presepadas sucessivas do fracassado projeto neoliberal do fim do milênio. Quase a metade do orçamento geral da união (47,19%) ainda é aplicado no pagamento de juros e na amortização das dívidas. Durante estes mais de dez anos de governo de centro-esqueda no comando da nação, alguma medida já poderia ter sido tomada para que a geração de riqueza no país servisse para o enriquecimento do país e não para o exagerado lucro antropófago dos especuladores financeiros. Mas como a governabilidade exige alianças também com os detentores do grande capital e os especuladores, apenas pouco mais da metade do orçamento tem alguma finalidade real em benefício de todos.

Os parlamentares brasileiros, há tempos vêm tentando discutir uma Reforma Política que, entre outros temas bastante relevantes, pretende por um fim ao famigerado financiamento privado das campanhas eleitorais. E caso o querido leitor não saiba, é este financiamento privado de campanhas eleitorais, o maior corruptor de todos nossos representantes eleitos. Infelizmente as alianças estapafúrdias de nossos governantes com grandes conglomerados financeiros, empreiteiras, empresários do transporte público entre outros corruptores de grosso calibre. São estes corruptores aliados que impedem a popularização e as discussões relevantes para a concretização desta Reforma Política.

Os parlamentares brasileiros, a frente de todo resto do mundo e com grande participação popular, criaram um mecanismo de regulamentação da internet e novas mídias, o Marco Regulatório Civil da Internet, uma legislação que, se não é perfeita, está muito próxima da perfeição, mas devido estas alianças de “governabilidade” com as empresas de telecomunicações e provedores de conteúdo, teve seu texto original maculado e, se aprovada com a atual redação, resultará em um profundo retrocesso a todas as liberdades de expressão conquistadas com a popularização do uso da internet no país.

Amparado apenas em minha completa ignorância das ciências de estratégia política, ouso escrever aqui que o pior tipo possível de aliança é a aliança com o maior inimigo. Por mais surreal que isso possa parecer, nosso Governo Federal também forjou esta aliança. Veja só: 70% de toda verba do Governo Federal com publicidade vai parar nas contas bancárias de apenas 10 grandes empresas da máfia-midiática brasileira. Entre elas a rede Globo, Editora Abril da Veja e Grupo Folha da Folha de São Paulo. Saca só a coerência. O Governo Federal praticamente sustenta os salários dos colunistas da Folha de são Paulo, para ser diariamente achincalhado por estes colunistas. O Governo Federal sustenta os salários dos colunistas da Veja, para ser semanalmente achincalhado e acusado de qualquer coisa por estes colunistas(?)!

Com a globo é muito pior. É de longe o veículo de comunicação que mais recebe verbas do Governo Federal (R$ 5,3 bilhões entre 2000-2012). Apesar disso, todo dia o Bonner prega e incita o golpe na telinha do JN. E é também verba federal que financia boa parte de programas como Mais Você da Ana M. Braga, Encontro com F. Bernardes, Vídeo Show e, é claro, não podemos nos esquecer das novelas!

Com toda esta verba do governo a rede Globo faz o quê?

Produz um exército de brasileiros cada vez mais e mais alienados.

Daí, nem é de se estranhar que um bando de Analfabetos Políticos saiam as ruas bradando pelo fim da corrupção, mesmo sem saber definir o que é corrupção. Não é de se estranhar que um bando de Analfabetos Políticos saiam as ruas bradando pelo fim dos partidos políticos, mesmo sem saber que sem partidos políticos o que sobra é a ditadura. Não é de se estranhar que um bando de Analfabetos Políticos botem a culpa de todos o problemas em saúde e educação unicamente na realização da Copa do Mundo. São Analfabetos Políticos e não tem como saber que estes problemas são muito mais complexos que apenas os R$ 7 bilhões da construção dos estádios.

Estes mesmos Analfabetos Políticos que xingam e agridem os profissionais que trabalham na Globo e outras emissoras, nem se dão conta de que apesar de todo ódio que sentem pela rede do plin-plin, tem seus desejos inconscientemente movidos por interesses da própria mega rede máfio-midiática.

Analfabetos Políticos que compram suas máscaras de grife, se denominam Anônimos e defendem cinco tópicos inúteis, demonstrando claramente ser nada mais que anarco-fascistas de extrema direita e que se escondem dentro de suas máscaras, talvez para se esconder da vergonha provocada pela própria ignorância.

Estes Analfabetos Políticos são apenas vítimas, uma massa de manobra que corre sério risco de pagar muito caro por suas atitudes impensadas.

Depois de tudo isso, até entendo que o governo federal poderia manter estas alianças estapafúrdias enquanto se formassem as lideranças e bases políticas que dessem sustentação ao próprio governo. Mas alguém se esqueceu de cimentar a base. E agora, é a militância quem vai ter que segurar mais uma vez o rojão golpista. Mas a que custo e com quais contrapartidas?

E será que ainda dá tempo de rever estas alianças antes que seja tarde demais?

Polaco Doido