Ao contrário de todos os países em que atuam, onde são sempre muito bem-vindos, médicos cubanos são recebidos no Brasil com hostilidade por médicos brasileiros (Foto ABr)

Não dá para ser ingênuo o tempo todo.

A causa e o efeito dos médicos estrangeiros, via programa Mais Médicos do Governo Federal, é sim, política e eleitoral.

Se o ganho político-eleitoreiro para o governo federal é um ato intencional ou mero efeito colateral, não importa. O que importa é que programas de saúde pública sempre agradam o eleitorado e este agrado inevitavelmente se transforma em números positivos nas pesquisas e nas urnas. O problema é que a oposição de modo geral, mas principalmente os oposicionistas ligados as hostes tucanas e a extrema-direita tupiniquim não podem admitir mais uma derrota para os petistas em 2014.

Tanto os porta-vozes tucanos quanto os representantes da extrema-direita tupiniquim não podem admitir qualquer ato ou atitude populista por parte do governo federal. Eles têm que atacar toda e qualquer ação do governo, com a única finalidade de “plantar” mais um escândalo com o objetivo de desestabilizar e angariar seguidores ou apoiadores.

Os tucanos fazem isso por não possuir uma proposta diferente ao atual governo e os ataques ininterruptos são sua única ferramenta de mobilização.

Já os extremistas de direita, o fazem porque historicamente, não suportam a democracia e só se sentem confortáveis em regimes ditatoriais e autoritários. Como foi nos tempos de Brasil Colônia, Brasil Império, Ditadura Vargas e Ditadura Militar. Eles semeiam o caos, a “ameaça comunista” com a finalidade de colher um golpe, uma revolta popular que justifique uma intervenção militar um golpe judiciário, uma “ditabranda, ” um regimezinho autoritário que garanta suas imposições ideológicas e aumente ainda mais suas vantagens “meritocráticas” sobre o resto da sociedade.

Pode nos parecer que as atitudes dos conselhos de medicina espalhados pelo Brasil e de alguns grupos de médicos contrários ao programa que levará profissionais de saúde para localidades mais necessitadas são atitudes desumanas, mas não são. São apenas atitudes corporativistas com vistas na auto-preservação da classe, plantadas por agentes da oposição ou a serviço destes agentes. Apenas isso.

Salvo raríssimas exceções, o exercício da medicina ainda é quase que uma exclusividade para os nascidos na casa grande, mesmo com a popularização das universidades, com o aumento dos cursos e vagas de graduação dos últimos anos.

Numa universidade pública, apesar da gratuidade, o aluno precisa dedicar-se exclusivamente aos estudos, seu sustento e materiais de estudo (que não são baratos) devem ser providos por alguém que não o estudante. Nas universidades particulares as mensalidades variam entre  R$ 2.750,00 e R$ 6.224,00 mensais, fora os custos com materiais e o sustento destes alunos de graduação. Estes cursos de graduação têm duração de seis anos então, um aluno de uma universidade particular não garante seu diploma sem antes desembolsar centenas de milhares de reais.

Ora, vivemos numa sociedade capitalista e o investimento em educação é nada mais que mais um investimento. Uma família que aplicou quase meio milhão de reais na formação de um filho com diploma de doutor em medicina, não fez isso para ver seu filho doutor abandonar a casa de seus pais e ir trabalhar como médico da família em Jacaré dos Homens, no sertão alagoano a troco de R$ 10.000,00/mês.

Também é claro que a solução apresentada pelo Programa Mais Médicos do Governo Federal é apenas um paliativo. O contrato com estes médicos é de apenas três anos, findado este período a cidades necessitadas novamente sofrerão com a carência de profissionais, mas até lá, teremos outras eleições e mais uma solução paliativa será apresentada para aliviar o sofrimento necessitados e, por conseqüência, garantir os preciosos votos destes necessitados.

Enquanto isso os coxinhas de jaleco continuarão sendo usados como massa de manobra, inocentes úteis do tucanato e da extrema direita nativa. Os necessitados continuarão sendo usados como simples votos em potencial pelo presidente, governador e prefeito da vez. Os pacientes do lucrativo mercado da saúde continuarão sendo nada mais que mercadoria e fonte de lucros.

E a medicina humanitária, universal e de qualidade continuará apenas uma utopia e uma realidade apenas na isolada ilha socialista do caribe. Pelo menos, enquanto sobreviver o socialismo na Ilha.

A realidade dói e vender saúde ainda é uma inesgotável fonte lucros para todos os lados.

Polaco Doido