Não seria humanamente possível corrigir os vícios adquiridos durante os 15 anos das gestões Taniguchi, Richa e Ducci, apenas nestes poucos meses da gestão Gustavo Fruet. Porém, a seu modo e com seus passos de tartaruga, a equipe de Fruet parece estar empenhada em colocar a administração municipal novamente nos eixos.
Ontem, 28/11, o prefeito enviou a mensagem Nº 067/2013 aos nossos bravos vereadores municipais. Aqui: http://skora.com.br/aplicativos/wp-content/uploads/2013/11/mensagem0672013.pdf
O documento do prefeito sugere a extinção e fusão de algumas secretarias, a criação de novas secretarias e insere novas atribuições ao gabinete do prefeito.
Entre as secretarias que serão extintas, está a Secretaria Municipal Antidrogas, criada pela lei nº 12.667/2008 durante o primeiro mandato de Beto Richa.
A Secretaria Municipal Antidrogas, em tese, deveria articular ações de prevenção ao uso indevido de drogas e a reinserção social de dependentes, bem como, estabelecer parcerias para repressão do tráfico dento do município.
Na prática, muito pouco foi feito. O consumo de crack na cidade de Curitiba aumentou assustadoramente e a Secretaria Municipal Antidrogas serviu basicamente como vitrine e trampolim político-eleitoral para aliados do grupo político que dominou a cidade de 1996 até 2011. O maior beneficiado pela criação desta secretaria foi seu primeiro secretário, Fernando Francischinni (SSD-PR), que saiu do quase anonimato em 2008, para tornar-se Deputado Federal pelo PSDB, eleito em 2010 com 130.522 votos, o 6º melhor colocado nas eleições daquele ano.
Com a reforma proposta por Fruet, as atribuições da Secretaria Municipal Antidrogas, passam a ser de responsabilidade da Secretaria Municipal da Defesa Social.
Cumprindo o que prometeu no inicio do mandato, o documento de Fruet cria a Secretaria de Informação e Tecnologia (SIT), aos cuidados de Paulo Miranda, que já havia sido anunciado como comandante da nova pasta em fevereiro deste ano.
A criação desta nova secretaria recoloca os serviços de tecnologia da informação novamente aos cuidados do município, de onde nunca deveriam ter saído.
Desde 1998, durante a gestão de Cássio Taniguchi, a cidade foi ficando cada vez mais refém dos serviços prestados pelo ICI, uma organização sem vínculos formais com o poder municipal, mas com um poder quase absoluto dentro nos processos da gestão municipal e que, através da prestação de serviços, vem consumindo somas astronômicas dos recursos municipais, sem nenhuma transparência da real destinação destes recursos.
Por enquanto, a nova secretaria apenas vai supervisionar a execução dos serviços do ICI. A cidade tem contratos com o instituto até o ano de 2016 e estes contratos ainda consomem cerca de R$ 117 milhões por ano. Enquanto forem terminando estes contratos a cidade vai ficando livre para, se necessário, contratar novos prestadores de serviço sem a obrigatoriedade de ter que recorrer sempre as vontades e a sede de lucros do ICI.
Esta suposta morosidade para reforma administrativa do município tem uma justificativa bastante coerente.
Como o orçamento deste ano foi determinado pela gestão anterior, o executivo municipal não tinha poderes para realocar verbas já estipuladas para as diversas secretarias da gestão passada. Para o próximo ano, é a atual gestão quem determina o orçamento e, com isso, o novo prefeito fica livre para efetuar as mudanças necessárias para recolocar Curitiba novamente nos eixos.
Evidente que ainda há muito que ser feito. Esta reorganização administrativa é apenas um pequeno passo. Eu, particularmente, nunca depositei muita confiança em Fruet, principalmente por causa de seu passado tucano, mas admito, apesar das pesadas críticas que o novo prefeito vem recebendo, parece que está no caminho certo.
Quem sabe, daqui alguns anos, Curitiba novamente volte a merecer o status de cidade modelo.
Polaco Doido
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