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Polaco Doido

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Leilão de Libra? Ué, mas o petróleo não é nosso?

Ottobre 17, 2013 10:46 , by Unknown - 0no comments yet | No one following this article yet.
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Desde 1897, quando foi perfurado o primeiro poço de petróleo em terras brasileiras, a história da exploração do “ouro negro” no Brasil pode ser definida como uma batalha entre duas forças completamente distintas.

De um lado, uma elite entreguista alinhada aos interesses do grande capital internacional.

De outro, movimentos populares de esquerda muito mais interessados na soberania  tecnológica, bem como, na defesa dos interesses da nação e do povo brasileiro.

As práticas e a filosofia entreguista ganharam maior musculatura principalmente durante a ditadura Vargas (1930-45), quando empresas internacionais iniciaram a exploração do petróleo brasileiro em escala industrial. Mas, ainda na década de 1930, foi ganhando forma um movimento popular, que mais tarde ficou conhecido como O Petróleo é Nosso. Os líderes e intelectuais deste movimento foram censurados, perseguidos e até presos pelo regime ditatorial de Vargas e a exploração de nossas jazidas por empresas internacionais continuou durante todo o período da ditadura e além.

Com o fim da ditadura, em 1945, o movimento popular, O Petróleo é Nosso, começou a ganhar força e aliados importantes. Somente após oito anos de conferências, manifestações e protestos finalmente em 1953, Getúlio Vargas, agora como presidente democraticamente eleito, assinou a lei nº 2004, que estabeleceu o monopólio da União na exploração, produção, refino e transporte de petróleo no Brasil e criou a PETROBRÁS, empresa estatal responsável pela realização destas tarefas.

A partir dos anos 1980, ideais neoliberais começaram a ganhar força internacional, graças a liderança de figuras como Margaret Thatcher e Ronald Reagan. Com o fim da ditadura militar (1964-85), o Brasil aderiu ao neoliberalismo e durante os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) foram-se abrindo brechas no monopólio estatal do petróleo e cada vez mais, permitindo que empresas internacionais também explorem as reservas petrolíferas brasileiras.

Em 2003 o país foi tomado de um eufórico frenesi com o anúncio da descoberta de colossais reservas petrolíferas nas costas do Brasil, em águas profundas e até a 6.000 metros de profundidade da crosta, numa região  geológica que ficamos conhecendo como Pré-Sal.

Algumas estimativas apontam que as reservas do pré-sal na costa brasileira podem conter de 50 até 100 bilhões de barris. Apesar das dificuldades e do alto custo de exploração destas reservas, o Brasil possui tecnologia para exploração e estas novas descobertas representam uma riqueza quase que incalculável para toda a nação.

Infelizmente, a história do petróleo no Brasil é como uma guerra entre entreguistas aliados do capital estrangeiro e movimentos populares muito mais preocupados com os interesses na nação.

Mais uma vez, como foi durante a ditadura Vargas, os entreguistas estão levando vantagem no confronto ideológico.

Apesar de toda propaganda, da promessa de distribuição de royalties para que sirvam de fomento para a os estados da União e para sejam empregados nas áreas de saúde e educação com ferramenta de distribuição de riqueza, o governo Dilma age em serviço dos entreguistas e se empenha para leiloar reservas já descobertas, para a exploração de empresas internacionais.

O leilão do campo de Libra, uma reserva estimada entre 26 e 42 bilhões de barris, será realizado na próxima segunda feira, dia 21.

11 empresas concorrem no leilão:

  • CNOOC International Limited (China);
  • China National Petroleum Corporation (CNPC) (China);
  • Ecopetrol (Colômbia);
  • Mitsui & CO (Japão);
  • ONGC Videsh (Índia);
  • Petrogal (Portugal);
  • Petrobras (Brasil);
  • Petronas (Malásia);
  • Repsol/Sinopec (Hispano-Chinesa);
  • Shell (Anglo-Holandesa);
  • Total (Francesa).

Apesar dos representantes do governo federal afirmarem que se trata de uma concessão sob regime de partilha, onde vence o leilão aquele consórcio o oferecer a maior quantidade da produção para a união ou que o negócio pode render até R$ 700 bilhões ao longo dos 35 anos da concessão. Tudo não passa de mais um embuste entreguista, nos mesmos moldes dos embustes entreguistas dos tempos da febre das privatizações do governo FHC.

FHC também afirmou que o Brasil privatizado seria um paraíso na terra. Hoje, os brasileiros usuários dos serviços privatizados de telefonia, energia e saneamento sentem na pele a exploração indiscriminada das empresas concessionárias com sua insaciável sede de lucros, tarifas exorbitantes e prestação de serviços muito aquém do necessário.

Dilma, por sua vez, apesar de ter sido eleita graças, principalmente, aos simpatizantes da esquerda tupiniquim, contrários às privatizações. Apesar de representar o PT, um partido que tem sua origem no sindicalismo e nas causas sociais, igualmente contrárias às privatizações. Dilma,  age da mesma forma que FHC, se entrega aos entreguistas somente para garantir tranqüilidade na governabilidade e, suspeito, vantagens na disputa da sucessão do próximo ano.

Em 2002 e 2006, votei em Lula e não em Serra e Alckmin, por que confiava em Lula para pôr fim na farra das privatarias de FHC.

Em 2010, votei em Dilma para que Serra, caso eleito, não voltasse a pôr em prática as privatarias de FHC, das quais foi participante ativo.

Com esta atitude privatista, o governo Dilma não está traído apenas este inexpressivo e solitário Polaco Doido assumidamente seu eleitor. Dilma está traindo toda uma história de militância, está se entregando ao serviço dos entreguistas. Justamente aqueles que todo santo dia a atacam, a criticam e trabalham incansavelmente para desestabilizar seu governo e impedir, de qualquer forma, sua reeleição no ano que vem.

Por quê?

Polaco Doido


Source: http://www.skora.com.br/?p=5273

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