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Polaco Doido

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Manter o subsídio na tarifa do transporte é um péssimo negócio!

13 de Fevereiro de 2013, 22:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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O blogueiro profissional, Esmael Moraes, divulgou uma sondagem da Paraná Pesquisas indicando que 86% dos curitibanos desejam que o governo Richa continue subsidiando parte da tarifa do transporte público na capital.

Tenho cá para mim que 86% dos entrevistados foram induzidos ao erro assim como muitos curitibanos ainda favoráveis a manutenção deste subsídio.

O subsídio à tarifa do transporte coletivo não é nenhuma novidade, mas tornou-se muito suspeito no inicio de 2011. Quando Richa se tocou de que a candidatura de seu fiel escudeiro, Luciano Ducci, estava afundando e, para piorar as coisas, uma greve do transporte público paralisou a capital por três dias, forçando um aumento na catraca de R$ 2,50 para R$ 2,80.

É evidente que este reajuste de 30 centavos por embarque, em pleno ano eleitoral, decretaria a derrota antecipada de Ducci nas eleições de outubro. Além disso, se Ducci não concedesse o reajuste, perderia o apoio dos empresários do transporte, o que também se traduziria em derrota antecipada no pleito eleitoral.

Para resolver este dilema, o governador Richa, aliado e principal interessado da eleição de Ducci, resolveu salvar seu pupilo da degola e bancar com o dinheiro do estado o reajuste da tarifa.

Com isso a tarifa do transporte em Curitiba ficou assim:

    R$ 2,60 do bolso dos usuários.
+ R$ 0,14 do governo do estado.
+ R$ 0,06 da prefeitura municipal
= R$ 2,80 tarifa técnica (aqui)

Para o exercício de 2013, os empresários do transporte coletivo alegam que o custo da tarifa técnica é R$ 3,10 um reajuste de 10% com relação aos custos da tarifa técnica em 2012.

Se a prefeitura e o governo do estado mantiverem este subsídio de 20 centavos por passageiro, a tarifa irá para R$ 2,90. Para amenizar o golpe nos usuários o subsídio também deverá sofrer um reajuste.

Mas, vamos respirar e analisar a situação com mais calma.

Não existe mal nenhum em os governos subsidiarem um serviço essencial como é o transporte público. Na verdade, se o transporte público fosse gratuito ou, pelo menos, tivesse uma tarifa social que não pesasse no bolso do trabalhador, seria até uma atitude louvável.

Porém…

Ora, 10% de reajuste é muito mais que a inflação acumulada durante o ano passado (5,84%), muito mais que os aumentos em qualquer um dos itens utilizados nos cálculos de custo da tarifa técnica (aqui).

Já vêm de longa data as suspeitas de que existem sérias irregularidades nas contas da URBS. Em 2002 o ex-vereador Adenival Gomes, já cobrava informações a respeito destas contas e, até hoje, ainda nada foi divulgado. Pior ainda é que as prestações de contas da URBS, corriqueiramente vem sendo rejeitadas pelo Tribunal de contas. Apesar de tudo isso, nada acontece. Ou melhor, acontece sim, ano após ano os prefeitos da vez fazem as vontades da URBS e dos empresários do transporte, sem nunca questionar.

Tem caroço nesse angu

Desde a implantação do plano real em 1994, a inflação acumulada, segundo as análises mais pessimistas, é de algo próximo de 300%.

No mesmo ano de 1994, o custo da passagem de ônibus na cidade era de R$ 0,40.

Se fosse aplicado somente o pior cenário inflacionário de 1994 até hoje, a passagem estaria custando R$ 1,60.

Mas com o subsídio o valor atual é de R$ 2,80 ou seja, um aumento muito superior à inflação acumulada no período. Duas vezes mais que a inflação acumulada nos últimos 19 anos.

Sim, é claro que este cálculo é muito vago e carente de variáveis, mas não deixa de ser um excelente ponto de partida para uma profunda reflexão.

Com isso posto, ficam muito claras as suspeitas de que existe algo de muito sujo na relação Empresas do transporte + URBS + Prefeitura de Curitiba. Existem fortes indícios de irregularidades já há muito tempo e estas irregularidades precisam ser apuradas com a máxima urgência.

Manter os subsídios nas tarifas do transporte, apesar de todas estas suspeitas é um crime contra o patrimônio público. É enviar dinheiro público para a iniciativa privada sem nenhuma prestação de contas.

Fica a questão:

Quem realmente lucra com o subsidiado  transporte público de Curitiba?

( ) os empresários do transporte

( ) a prefeitura de Curitiba

( ) a URBS e seus conselheiros

Tenho minhas suspeitas. A URBS é uma sociedade anônima de capital fechado, ou seja, tem entre seus sócios pessoas físicas e jurídicas, não necessariamente ligadas ao poder público. Muita gente enriqueceu rápida e facilmente dentro da empresa. Seria preciso apenas que alguém investigasse o histórico financeiro destes sócios e conselheiros.

 

Em tempo:

Já faz tempo que o portal transparência da prefeitura de Curitiba está fora do ar. Será que o prefeito não pagou pelos serviços ao ICI?

Polaco Doido


Fonte: http://www.skora.com.br/?p=4297

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