Lula sobre as manifestações que ocorrem no Brasil
junio 16, 2013 21:00 - no comments yetNinguém em sã consciência pode ser contra manifestações da sociedade civil porque a democracia não é um pacto de silêncio, mas sim a sociedade em movimentação em busca de novas conquistas.
Não existe problema que não tenha solução. A única certeza é que o movimento social e as reivindicações não são coisa de polícia, mas sim de mesa de negociação.
Estou seguro, se bem conheço o prefeito Fernando Haddad, que ele é um homem de negociação. Tenho certeza que dentre os manifestantes, a maioria tem disposição de ajudar a construir uma solução para o transporte urbano.
Lula
Fonte: https://www.facebook.com/Lula
Protestos da primavera no outono brasileiro
junio 16, 2013 21:00 - no comments yetAté quinta-feira passada, os grandes veículos de comunicação da mídia privada, cobriam com imenso desdém os protestos e manifestações a respeito dos aumentos abusivos nas tarifas do transporte coletivo em várias cidades do país.
Porta-vozes da elite oligáquica brazuca do naipe de Arnaldo Jabor, Datena, Reinaldo Azevedo e similares não poupavam críticas aos manifestantes, taxando-os de baderneiros, arruaceiros e vândalos.
Mas bastou que os repórteres dos veículos do PIG também sofressem as consequências da truculência da PM paulista nas manifestações da última quinta feira, para que os mais proeminentes porta-vozes das elites mudassem radicalmente seus discursos, agora apoiando incondicionalmente as manifestações populares.
A velha máxima: Se não pode vencê-los, junte-se a eles.
Agora a grande mídia aderiu de vez a onda de protestos pela redução das tarifas e, com todo poder de influência que possui, tenta mudar o foco dos protestos, transformando os problemas do transporte público em coisa menor e induzindo os manifestantes a protestar contra a Copa, a corrupção os mensaleiros, numa reedição com apoio popular do movimento “Cansei!”
Na última sexta-feira, participei da manifestação de apoio aos protestos em outras grandes cidades do país e o que mais me chamou a atenção foi a não adesão dos manifestantes curitibanos à causa do transporte público e a abertura das caixas pretas da URBS. O grito de guerra repetido com mais frequência era:
“Da Copa, da Copa/ da copa eu abro mão/ queremos mais dinheiro pra saúde educação.”
Posso estar enganado, mas tenho a clara impressão de que, pelo menos em Curitiba, o movimento está tomando um rumo diferente da luta por um transporte público de qualidade a um preço justo e transformado-se em protesto generalizado, contra tudo e contra todos.
Só para ilustar:
Será que aqueles manifestantes (faísca atrasada) que agora não querem a Copa do Mundo no Brasil, sabem disso?
Orçamento da União:
R$ 79.331 bilhões para a Saúde só em 2013
R$ 38.093 bilhões para a Educação só em 2013
R$ 26.621 bilhões para a Copa desde a escolha do Brasil como sede até a realização do evento em 2014. Média, portanto, de R$ 4 bilhões por ano.
Desses R$ 26 bi da Copa, a maior rubrica, R$ 8,6 bilhões é destinado a projeto de mobilidade urbana. Outros R$ 6,8 bi são para melhorar os aeroportos das cidades-sedes. Há ainda investimentos em segurança, portos, telecomunicações e turismo. Investimentos que o Brasil precisa e que ficarão como benefício para a população mesmo depois da Copa.
“Apenas” R$ 7 bilhões destinados à construção e reformas de estádios – menos de 10% o orçamento da Saúde em um único ano.
A copa do mundo no Brasil, a meu ver é muito positiva. Fora os investimentos em estádios, os outros em infraestrutura são muito positivos. São melhorias na mobilidade urbana que só foram possíveis graças a realização deste evento.
E nas próximas?
Os manifestantes vão gritar pela Família, com Deus e pelo Direito à Propriedade?
Vão pedir a cabeça dos mensaleiros?
Até onde esta onda de protestos pode nos levar?
Atualizado as 15:07
Se até o ex-CQC, politicamente incorreto, Rafinha Bastos, aderiu, pode saber que o movimento tomou outros rumos, foi pras cucuias, virou movimento de RAEÇA!
Polaco Doido
MANIFESTO CONTRA A VIOLÊNCIA DA PM NOS PROTESTOS DE JOVENS PELO TRANSPORTE PÚBLICO
junio 14, 2013 21:00 - no comments yetA ação da Polícia Militar do estado de São Paulo em protesto de jovens contra o aumento das tarifas da passagem do ônibus, metrô e trem na capital paulista é mais um episódio na história de violência e desrespeito ao direito de organização e manifestação.
O direito de manifestação sofre permanente ameaça no país, mesmo depois de 25 anos de promulgação da Constituição Federal, o que demonstra que a democracia ainda não está consolidada no país. A PM do estado de São Paulo, controlada pelo PSDB, mantém os métodos que desenvolveu na ditadura militar, reprimindo manifestações, efetuando prisões políticas de cidadãos e estimulando tumultos, inclusive com infiltrações para desmoralizar a luta e organização popular.
Não podemos esperar um comportamento democrático de uma PM liderada pelo PSDB que, em janeiro de 2012, mobilizou helicópteros, carros blindados e 2 mil soldados do Batalhão de Choque para fazer a reintegração de posse violenta de 1600 famílias que viviam desde 2004 no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de SP).
A legitimidade do protesto dos jovens contra o aumento das tarifas não pode ser desmoralizada por causa de ações equivocadas de uma minoria, que infelizmente não compreende que a sociedade está do lado daqueles que querem transporte barato e de qualidade para a população de São Paulo.
Apesar desses acontecimentos pontuais, a responsabilidade pela violência nos protestos é da Polícia Militar, que tem provocado o conjunto dos manifestantes, promovido o caos e agredido cidadãos que estão nas ruas exercendo o seu direito de manifestar de forma pacífica.
Esses protestos são importantes porque colocam em xeque uma questão central para a população da cidade, que é a mobilidade urbana. Os paulistanos perdem horas e horas todos os dias dentro de um carro ou ônibus parados no trânsito ou de um vagão de metrô e trem lotados. Horas que poderiam ser destinadas para ficar com a família ou para cultura, esporte e lazer, das quais são privados por causa de uma clara opção que privilegia o transporte privado e individual em detrimento do público e coletivo.
O histórico crescimento desordenado da cidade, o trânsito causado pelo número de carros nas horas de pico, a falta de linhas de metrô/trem, a baixa qualidade do sistema e a chantagem das empresas privadas concessionárias de ônibus, as altas tarifas do transporte público representam um problema social, que prejudica o conjunto da população, especialmente os mais pobres, que moram na periferia.
A lentidão da expansão do metrô é uma questão crônica da gestão do PSDB, que construiu apenas 21,6 Km de linhas do metrô, o que representa uma média de 1,4 km por ano. Com isso, São Paulo tem a menor rede metroviária entre as grandes capitais do mundo (apenas 65,9 km).
A gravidade dessa questão fez com que a mobilidade urbana fosse um dos temas centrais da campanha eleitoral para a prefeitura no ano passado. E o candidato Fernando Haddad, que acabou eleito, prometeu dar respostas que tocassem na raiz do problema.
A movimentação da prefeitura para adiar e realizar um aumento da passagem do ônibus abaixo da inflação do último período, dentro de um quadro de pressão das empresas concessionárias, não atende os anseios criados com a derrota dos setores conservadores nas eleições em São Paulo.
A resolução da questão urbana exige medidas estruturais, como a efetivação de um modelo de desenvolvimento, que prescinda o estímulo à indústria automobilística, e a implementação do controle direto sobre as tarifas por meio da municipalização dos transportes. Com isso, se evita soluções paliativas como a subvenção das concessionárias, financiando setores cujo interesse em lucrar se choca com a possibilidade de um sistema de transporte que atenda as necessidades da população.
Por isso, os protestos realizados pelos jovens ganham importância, uma vez que representam um sintoma do problema e constituem uma força social que pode apontar e sustentar mudanças estruturais na organização territorial e na mobilidade urbana. Essas mobilizações são um instrumento de pressão sobre as autoridades, para sustentar um processo de negociação, especialmente com a prefeitura, que esperamos que possa render conquistas para a população e acumular forças para novas lutas que virão.
Nesse processo, a mídia burguesa e os setores conservadores colocam uma cortina de fumaça sobre as soluções estruturais para as quais apontam os protestos, com a execração pública dos atos realizados por uma minoria. Esse tipo de cobertura coloca luz sobre os vínculos dos meios de comunicação da burguesia com as empresas automobilísticas (interessadas em vender mais carros), com as empresas privadas concessionárias de transporte (que lucram com a chantagem sobre a prefeitura) e com a especulação imobiliária (contrária à reorganização territorial).
Assim, manifestamos nosso apoio aos protestos dos jovens em defesa do transporte público, dos quais queremos contribuir para garantir a massificação e manifestação organizada e pacífica, condenamos a ação violenta da Polícia Militar, cobramos a libertação dos presos políticos e rechaçamos o aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem.
ABGLT- Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Consulta Popular
Fora do Eixo
JCUT- Juventude da Central Única dos Trabalhadores
JPT/SP- Juventude do Partido dos Trabalhadores da cidade de São Paulo
JSOL - Juventude Socialismo e Liberdade
JUNTOS!
Levante Popular da Juventude
MAB- Movimento dos Atingidos por Barragens
MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
PJ- Pastoral da Juventude
PJMP- Pastoral da Juventude do Meio Popular
Quilombo
REJU- Rede Ecumênica da Juventude
UBES- União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
UJR- Partido Comunista Rebelião
UJS- União da Juventude Socialista
UNE- União Nacional dos Estudantes
*Organizações/entidades que quiserem informar que aderiram ao manifesto devem enviar e-mail para nacional@levante.org.br
** Quem quiser assinar o manifesto deve acessar a página http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2013N41381 (ou clique aqui)
24 Momentos dos protestos em São Paulo que você não verá na TV
junio 13, 2013 21:00 - no comments yetA intenção desse post não é dizer o que é certo e errado, dizer como um ou outro lado deve agir, mas só mostrar o outro lado da moeda, aquele que os noticiários na TV que falam dos “vândalos” não vão mostrar, aquele diferente do que a tendenciosa Veja mostra, dos policias heróis que salvam a cidade em perigo.
Bem, na TV você não vai ver:
01. A matéria do jornalista Elio Gaspari (O Globo) que afirma que a Polícia começou o confronto armado.
02. E se preferir uma segunda opinião para acreditar, a jornalista da Band que confirma que a polícia começou a violência.
03. Quando os policias começaram a atirar na imprensa, mesmo ela se identificando:
04. A conversa presenciada em plena Avenida Paulista (na manifestação de terça) POR MIM, QUE VOS ESCREVO, ao sair do Conjunto Nacional em direção à minha casa:
05. O policial que foi filmado quebrando O P-R-Ó-P-R-I-O vidro da viatura.
É isso mesmo que vocês leram e viram. O policial quebrou o vidro da viatura dele para culpar manifestantes.
06. As bombas de gás lacrimogênio vencidas há 3 ANOS, que como o próprio fabricante diz: OFERECEM PERIGO SE FORA DA VALIDADE.
07. O jornalista da Carta Capital que foi preso porque estava carregando vinagre na mochila. VI-NA-GRE. É PROIBIDO CARREGAR VINAGRE AGORA?
08. Quando a Tropa de Choque jogou bombas e atirou em manifestantes na calçada por gritarem “SEM VIOLÊNCIA”.
09. Aliás, gritar “SEM VIOLÊNCIA” já era motivo para você levar tiro, mesmo que estivesse na calçada (sem atrapalhar o trânsito) e sem destruir nem agredir fisicamente nada nem ninguém:
10. Esse perigoso manifestante que tem uma ameaçadora flor. Vai que é uma flor bomba né minha gente?
11. O promotor esquentadinho preso no trânsito que disse que se os manifestantes que estavam atrapalhando o dia dele fossem mortos, ele arquivaria o inquérito policial:
Diz ele que estava apenas extravasando.
12. A repórter da Folha, Giuliana Vallone, que foi atingida no olho.
Trabalhando, e tentando ajudar pessoas perdidas na rua, Giuliana levou um tiro na cara.
13. A mensagem compartilhada entre os manifestantes incentivando o protesto na paz e como se defender sem em caso de ação violenta da polícia.
14. Os relatos de pessoas que viram policias arrastando pessoas feridas para fora do hospital.
Relato 1.
15. O relato de um rapaz que foi ajudar um garoto e tomou tiro.
Relato 2.
16. Outros relatos de abuso de poder da polícia como esse eesse.
Relatos 3 e 4.
17. O casal que apanhou às 22h40 (bem depois da manifestação), porque tinham participado dela e agora estavam em um bar.
É isso mesmo, olha aqui a matéria.
18. A professora que não tinha nada a ver com a manifestação, só estava passando, e ao tentar passar longe da confusão levou um tiro na cara.
19. A excelente pontaria da Tropa de Choque. (PS: os manifestantes que tentaram ajudar o senhor também levaram tiro!)

20. O rapaz que mostra que os jovens cansaram de protestar do sofá.
21. O jornalista Pedro Ribeiro, perigosíssimo hein, que precisou apanhar e ser contido por SETE policias.
22. RESUMINDO: jornalistas e cinegrafistas se dando muito mal. Porque essas pessoas que estão ali só para trabalhar, e cobrir a manifestação, representam um grande perigo para a sociedade, hein?
23. E esse tapa de luva em todo mundo que reclama que tá fazendo barulho na hora da novela.
24. E se você não leu esse texto ainda, precisa saber quenão são só sobre os 20 centavos as manifestações.
Concluindo:
É triste ver a polícia exercendo esse abuso de poder com tanta falta de preparo em manifestações populares. Mas nos resta vibrar, pois apesar de estarmos vivendo uma época em que as forças armadas agem de forma desordenada e ilegal, estamos vivendo a era da informação, na qual nós blogueiros estamos aqui para espalhar a notícia para o mundo, época em que qualquer pessoa é um reporter, basta sacar um celular. A informação não é mais unilateral, ninguém precisa engolir os absurdos da Veja ou de qualquer outro veículo que se recusa a dar voz aos dois lados, que não legitima o poder da população por lobby e interesses políticos de poucos. Acabam virando motivo de chacota ao tentarem editar uma matéria que todo mundo sabe que foi diferente.
Quanto mais os policiais agem de forma indevida, mais a população vai se revoltar. E mais ainda virá pela frente.