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Blog do Bertoni

April 3, 2011 21:00 , by Unknown - | 1 person following this article.
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Trabalhadores de Brasil, Gana e Holanda participam de encontro internacional em Ilhéus

October 27, 2012 22:00, by Bertoni - 0no comments yet

Por Cacau

SindicacauOs trabalhadores e sindicalistas na indústria de transformação do cacau do Brasil, Gana e Holanda participaram do 3º Encontro Internacional dos Trabalhadores na Indústria de Transformação do Cacau. O evento realizado em Ilhéus, Bahia,  foi organizado por TIE-Brasil, Sindicacau, TIE-Holanda e FNV-Bondegenoten.

De 21 a 27 de outubro os participantes discutiram os problemas dos trabalhadores no setor de moagem de cacau, visitaram fazendas, conheceram a história de Ilhéus, intercambiaram experiências e informações e apresentaram os resultados dos mapeamentos comparativos dos processos produtivos realizados em cada um dos 3 países.

Dois companheiros da Mercedes Benz compartilharam sua experiência de trabalho sindical com Trabalhadores terceirizados.

Fonte: Blog Cacao Workers



ADM-Joanes demite trabalhador doente

October 27, 2012 22:00, by Bertoni - 0no comments yet

Por Cacau

Um trabalhador na ADM-Joanes, empresa moageira de cacau localizada no distrito industrial de Ilhéus, foi demitido sem razão que justificasse a demissão. Após ficar afastado da empresa por auxílio doença do INSS durante 3 anos, embora não tivesse condições laborativas, teve alta do INSS, retornou a empresa e foi demitido.

O Sindicacau realizou um ato de protesto em frente aos portões da empresa contra esta atitude arbitrária no dia 02 de outubro de 2012.

O sindicato encaminhou um ofício a gerência do INSS em Itabuna comunicando o fato. Existem outros trabalhadores na mesma situação, correndo o risco de serem demitidos.

Fonte: Blog Cacao Workers



A vertigem do supremo

October 24, 2012 22:00, by Bertoni - 0no comments yet

Artigo sugerido por Luiz Rodriguez

Louvo todo o esforço do Raimundo, mas o julgamento do mensalão foi político, a cronometragem incrível para cair na véspera das eleições não engana ninguém, portanto da mesma maneira que as camisetas do PT foram colocadas nos sequestradores do Abílio Diniz, a história da Miriam Cordeiro e a edição do debate Collor x Lula só foram esclarecidos no futuro, a história do mensalão só será esclarecida devidamente no futuro. Neste momento qualquer argumentação, só servirá para dizer que petistas estão defendendo o indefensável.

O grande problema dos conservadores é que a maioria do povo não acreditou e está votando contra suas teses, dando uma banana aos jornalões, a Rede Globo e demais Tvs, já não estão mais formando opiniões como gostariam.

Um abraço
Luizinho

Os ministros do STF deliraram: não houve o desvio de 73,8 milhões de reais do Banco do Brasil, viga mestra da tese do mensalão. Acompanhe a nossa demonstração

Por Raimundo Rodrigues Pereira, da revista Retrato do Brasil

A tese do mensalão como um dos maiores crimes de corrupção da história do País foi consagrada no STF. Veja-se o que diz, por exemplo, o presidente do tribunal, ministro Ayres Britto, ao condenar José Dirceu como o chefe da “quadrilha dos mensaleiros”. O mensalão foi “um projeto de poder”, “que vai muito além de um quadriênio quadruplicado”. Foi “continuísmo governamental”, “golpe, portanto”. Em outro voto, que postou no site do tribunal dias antes, Britto disse que o mensalão envolveu “crimes em quantidades enlouquecidas”, “volumosas somas de recursos financeiros e interesses conversíveis em pecúnia”, pessoas jurídicas tais como “a União Federal pela sua Câmara dos Deputados, Banco do Brasil-Visanet, Banco Central da República”.

Britto, data vênia, é um poeta. Na sua caracterização do mensalão como um crime gigante, um golpe na República, o que ele chama de Banco do Brasil-Visanet, por exemplo? É uma nova entidade financeira? Banco do Brasil a gente sabe o que é: é aquele banco estatal que os liberais queriam transformar em Banco Brasil, assim como quiseram transformar a Petrobras em Petrobrax, porque achavam ser necessário, pelo menos por palavras, nos integrarmos ao mundo financeiro globalizado.

De fato, Visanet é o nome fantasia da Companhia Brasileira de Meios de Pagamento, responsável, no Brasil, pelos cartões emitidos com a chamada bandeira Visa (hoje o nome fantasia mudou, é Cielo). Banco do Brasil-Visanet não existia, nem existe; é uma entidade criada pelo ministro Britto. E por que, como disse no voto citado, ele a colocou junto com os mais altos poderes do País - a União Federal, a Câmara dos Deputados e o Banco Central da República? Com certeza porque, como a maioria do STF, num surto anti-corrupção tão ruim quanto os piores presenciados na história política do País, viu, num suposto escândalo Banco do Brasil-Visanet, uma espécie de revelação divina. Ele seria a chave para transformar num delito de proporções inéditas o esquema de distribuição, a políticos associados e colaboradores do PT, de cerca de 50 milhões de reais tomados de empréstimo, de dois bancos mineiros, pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No dia 13 de julho de 2005, menos de um mês depois de o escândalo do mensalão ter surgido, com as denúncias do deputado Roberto Jefferson, a Polícia Federal descobriu, no arquivo central do Banco Rural, em Belo Horizonte, todos os recibos da dinheirama distribuída. Delúbio Soares, tesoureiro do PT, e Marcos Valério, um empresário de publicidade mineiro, principais operadores da distribuição, contaram sua história logo depois. E não só eles como mais algumas dezenas de pessoas, também envolvidas no escândalo de alguma forma, foram chamadas a depor em dezenas de inquéritos policiais e nas três comissões parlamentares de inquérito que o Congresso organizou para deslindar a trama.

Todos disseram que se tratava do famoso caixa-dois, dinheiro para o pagamento de campanhas eleitorais, passadas e futuras. Como dizemos, desde 2005, tratava-se de uma tese razoável. Por que razoável, apenas? Porque as teses, mesmo as melhores, nunca conseguem juntar todos os fatos, sempre deixam alguns de lado. A do caixa-dois é razoável. O próprio STF absolveu o publicitário Duda Mendonça, sua sócia Zilmar Fernandes e vários petistas, que receberam a maior parte do dinheiro do chamado valerioduto, porque, a despeito de proclamar que esse escândalo é o maior de todos, a corte reconheceu tratar-se, no caso das pessoas citadas, de dinheiro para campanhas eleitorais. E a tese do caixa-dois é apenas razoável, como dissemos também, porque fatos ficam de fora.

É sabido, por exemplo, que, dos 4 milhões recebidos pelo denunciante Roberto Jefferson - que jura ser o dinheiro dele caixa dois e o dos outros, mensalão - uma parte, modesta é verdade, foi para uma jovem amiga de um velho dirigente político ligado ao próprio Jefferson e falecido pouco antes. Qualquer criança relativamente esperta suporia também que os banqueiros não emprestaram dinheiro ao PT porque são altruístas e teria de se perguntar porque o partido repassou dinheiro ao PTB, PL e PP, aliados novos, e não ao PSB, PCdoB, aliados mais fiéis e antigos. Um arguto repórter da Folha de S. Paulo, num debate recente sobre o escândalo, com a participação de Retrato do Brasil, disse que dinheiro de caixa-dois é assim mesmo. E que viu deputado acusado de ter recebido o dinheiro do valerioduto vestido de modo mais sofisticado depois desses deploráveis acontecimentos.

O problema não é com a tese do caixa-dois, no entanto. Essa é a tese dos réus. No direito penal brasileiro, o réu pode até ficar completamente mudo, não precisa provar nada. É ao ministério público, encarregado da tese do mensalão, que cabe o ônus da prova. E essa tese é um horror. No fundo, é uma história para criminalizar o Partido dos Trabalhadores, para bem além dos crimes eleitorais que ele de fato cometeu no episódio. O escândalo Banco do Brasil-Visanet, que é o pilar de sustentação da tese, não tem o menor apoio nos fatos.

Essencialmente, a tese do mensalão é a de que o petista Henrique Pizzolato teria desviado de um “Fundo de Incentivo Visanet” 73,8 milhões de reais que pertenceriam ao Banco do Brasil. Seria esse o verdadeiro dinheiro do esquema armado por Delúbio e Valério sob a direção de José Dirceu. Os empréstimos dos bancos mineiros não existiriam. Seriam falsos. Teriam sido inventados pelos banqueiros, também articulados com Valério e José Dirceu, para acobertar o desvio do dinheiro público.

Essa história já existia desde a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. Foi encampada pelos dois procuradores-gerais da República, Antônio Fernando de Souza e Roberto Gurgel, que fizeram os trabalhos da acusação. E foi transformada num sucesso de público graças aos talentos do ministro Joaquim Barbosa na armação de uma historinha ao gosto de setores de uma opinião pública sedenta de punir políticos, que em geral considerada corruptos, e ao surto anticorrupção espalhado por nossa grande mídia, que infectou e levou ao delírio a maioria do STF.

Por que a tese do mensalão é falsa? Porque o desvio dos 73,8 milhões de reais não existe. A acusação disse e o STF acreditou que uma empresa de publicidade de Valério, a DNA, recebeu esse dinheiro do Banco do Brasil (BB) para realizar trabalhos de promoção da venda de cartões de bandeira Visa do banco, ao longo dos anos 2003 e 2004. E haveria provas cabais de que esses trabalhos não foram realizados.

A acusação diz isso, há mais de seis anos, porque ela precisa de que esse desvio exista. Porque seria ele a prova de serem os 50 milhões de reais do caixa dois confessado por Delúbio e Valério inexistentes e de os empréstimos dos bancos mineiros ao esquema Valério-Delúbio serem falsos e decorrentes de uma articulação política inconfessável de Dirceu com os banqueiros. Ocorre, no entanto, que a verdade é oposto do que a acusação diz e o STF engoliu. Os autos da Ação Penal 470 contêm um mar de evidências de que a DNA de Valério realizou os trabalhos pelos quais recebeu os 73,8 milhões de reais.

No nosso site na internet, RB está apresentando, a todos os interessados em formar uma opinião mais esclarecida sobre o julgamento que está sendo concluído no STF, um endereço onde pode ser localizada a mais completa auditoria sobre o suposto escândalo BB-Visanet. Nesse local o leitor vai encontrar os 108 apensos da AP 470 com os trabalhos dessa auditoria. São documentos em formato pdf equivalentes a mais de 20.000 páginas e foram coletados por uma equipe de 20 auditores do BB num trabalho de quatro meses, de 25 de julho a 7 de dezembro de 2005 e depois estendido com interrogatórios de pessoas envolvidas e de documentos coletados ao longo de 2006.

A auditoria foi buscar provas de que o escândalo existia. Mas, ao analisar o caso, não o fez da forma interesseira e escandalosa da procuradoria geral da República e do relator da AP 470 Joaquim Barbosa, empenhados em criminalizar a ação do PT. Fez um levantamento amplo do que foram as ações do Fundo de Incentivo Visanet (FIV) desde sua criação em 2001.

Um resumo da auditoria, de 32 páginas, está nas primeiras páginas do terceiro apenso (Vol. 320). Resumindo-a mais ainda se pode dizer que:

* As regras para uso do fundo pelo BB têm duas fases: uma, de sua criação em 2001 até meados de 2004, quando o banco adotou como referencial básico para uso dos recursos o Regulamento de Constituição e Uso do FIV da Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (CBMP); e outra, do segundo semestre de 2004 até dezembro de 2005, quando o BB criou uma norma própria para o controle do fundo.

*Entre 2001 e 2004, a CBMP pagou, por ações do FIV programadas pelo BB, aproximadamente 150 milhões de reais – 60 milhões nos anos 2001-2002, no governo Fernando Henrique Cardoso, portanto; e 90 milhões nos anos 2003-2004, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. E, nos dois períodos, sempre 80% dos recursos foram antecipados pela CBMP, a pedido do BB, para as agências de publicidade contratadas pelo banco.

*O BB decidiu, em 2001, por motivos fiscais, que os recursos do FIV não deveriam passar pelo banco. A CBMP pagaria diretamente os serviços através de agências contratadas pelo BB. A DNA e a Lowe Lintas foram as agências, no período 2001-2002. No final de 2002 o BB decidiu especializar suas agências e só a DNA ficou encarregada das promoções do FIV. Os originais dos documentos comprobatórios das ações ficavam na CBMP, não no BB, em todos os dois períodos.

*O fato de o BB encomendar as ações mas não ser o controlador oficial das mesmas fez com que, nos dois períodos, 2001-2002 e 2003-2004, fossem identificadas, diz a auditoria, “fragilidades no processo e falhas na condução de ações e eventos”, que motivaram mudanças nos controles de uso do fundo. Essas mudanças foram implementadas no segundo semestre de 2004, a partir de 1 de setembro.

*O relatório destaca algumas dessas “fragilidades” e “falhas”. Aqui destacaremos a do controle dos serviços, para saber se as ações de promoção tinham sido feitas de fato. Os auditores procuraram saber se existiam os comprovantes de que as ações de incentivo autorizadas pelo BB no período tinham sido de fato realizadas. **Procuraram os documentos existentes no próprio banco – notas fiscais, faturas, recibos emitidos pelas agências para pagar os serviços e despesas de fornecedores para produzir as ações. Descobriram que, para os dois períodos 2001-2002 e 2003-2004 igualmente, somando-se as ações com falta absoluta de documentos às com falta parcial, tinha-se quase metade dos recursos despendidos.

**Os auditores procuraram então os mesmos documentos na CBMP, que é, por estatuto, a dona dos recursos e a controladora de sua aplicação e dos documentos originais de comprovação da realização dos serviços. A falta de documentação comprobatória foi, então, muito pequena - em proporção aos valores dos gastos autorizados, de 0,2% em 2001, 0,1% em 2002, 0,4% em 2003 e 1% em 2004.

*Dizem ainda os auditores: com as novas normas, em função das mudanças feitas nas formas de controlar o uso do dinheiro do FIV pelo BB, entre janeiro e agosto de 2005 foram executadas sete ações de incentivo, no valor de 10,9 milhões de reais e se pode constatar que, embora ainda precisassem de aprimoramento, as novas regras fixadas pelo banco estavam sendo cumpridas e os “mecanismos de controle” tinham sido aprimorados.

Ou seja: o uso dos recursos do FIV pelo BB foi feito, sob a gestão do petista Henrique Pizzolato, exatamente como tinha sido feito no governo FHC, nos dois anos anteriores à chegada de Pizzolato ao banco. E mais: foi sob a gestão de Pizzolato, em meados de 2004, que as regras para uso e controle dos recursos foram aprimoradas.

Mais reveladora ainda é análise dos apensos em busca das evidências de que os trabalhos de promoção dos cartões Visa vendidos pelo BB foram feitos. E essas evidências são torrenciais. Uma amostra dessas promoções que devem ser do conhecimento de milhares e milhares de brasileiros estão no quadro abaixo.

Em toda a documentação da auditoria existem questionamentos, são apresentados problemas. Mas de detalhes. Não é disso que se tratou no julgamento da AP 470 no entanto. A acusação que se fez e que se pretende impor através do surto do STF é outra coisa. Quer apresentar os 73,8 milhões gastos através da DNA de Valério como uma farsa montada pelo PT com o objetivo de ficar no poder, como diz o ministro Britto, “muito além de um quadriênio quadruplicado”. Essa conclusão é um delírio. As campanhas de promoção não só existiram como deram resultados espetaculares para o BB tendo em vista os objetivos pretendidos. O banco tornou-se o líder nos gastos com cartões Visa no Brasil.

Em 2003, o banco emitiu 5,3 milhões desses cartões, teve um crescimento de cerca de 35% no seu movimento de dinheiro através deles, tornou-se o número um nesse quesito entre os associados da CBMP. No final do ano, 18 de dezembro, às 14h30 horas, em São Paulo, no Itaim Bibi, rua Brigadeiro Faria Lima 3729, segundo andar, sala Platinum, de acordo com ata do encontro, os representantes dos sócios no Conselho de Administração da CBMP se reuniram e aprovaram o plano para o ano seguinte. Faturamento esperado nas transações com os cartões Visa para 2004, 156 bilhões de reais. Dinheiro do FIV, ou seja: recursos para as promoções dos cartões pelos vários bancos associados, 0,10%, ou seja 1 milésimo, desse total: 156 milhões. Parte a ser usada pelo BB, que era, dos 25 sócios da CBMP, o mais empenhado nas promoções: 35 milhões de reais.

Pode-se criticar esse esquema Visanet-BB. O governo está querendo que as taxas cobradas dos estabelecimentos comerciais pelos uso dos cartões sejam reduzidas. Na conta feita no parágrafo anterior, dos 156 bilhões de reais a serem movimentados pelos cartões em 2004, o dinheiro que iria para o esquema Visanet-BB seria de 4% a 6% desse total, ou seja, ficaria entre 6 a 10 bilhões de reais (ou seja, a verba programada para o fundo de incentivos na promoção dos cartões foi pelo menos 40 vezes menor). A procuradoria da República e o ministro Barbosa sabem de tudo isso. Se não o sabem é porque não quiseram saber: da documentação tiraram apenas detalhes, para criar o escândalo no qual estavam interessados.



O "núcleo duro" do PSDB é incorrigível

October 18, 2012 21:00, by Bertoni - 0no comments yet

Artigo sugerido por Luiz Rodrigues

Por Antonio Barbosa Filho

Não se trata de um debate de ideias políticas, ou sobre qualidades e defeitos dos candidatos. O que os tucanos mais fanáticos menos fazem é apresentar argumentos - seu discurso é apenas de ódio a Lula, ao PT, à Dilma, aos homossexuais, aos pobres em geral, aos negros e minorias, ou seja, a todos que eles não consideram serem da "elite".

Há poucos dias, uma amiga tucana de Taubaté perguntava no Facebook quem eram os pais de Isaac do Carmo, pois para ela um filho do povo não pode ser prefeito. Cargos de comando estariam, pela sua linha de pensamento, reservados aos que nascem milionários ou se tornam milionários, não importando os métodos.

Há coisa mais atrasada, mais primária, mais século 19, do que isso? E os tucanos acham-se o ápice da "modernidade"! O PSDB começou com boas intenções, liderado por grandes homens públicos como Franco Montoro, José Richa, Mário Covas. Uns mais à esquerda, outros mais ao centro (Montoro era democrata-cristão, mas autêntico, não desses que comungam pela manhã e querem matar o adversário à tarde), todos se aglutinaram num programa Social-Democrata, algo já antigo nos países europeus, mas muito avançado para o Brasil que saia da ditadura e precisava construir suas instituições e definir tendências políticas.

O PT era a esquerda mais nítida, o PSDB uma esquerda moderada, o PDT era trabalhista (o PTB nunca o foi, era uma criação do general Golbery que tirou a sigla de Leonel Brizola, trabalhista da linha de Getúlio e João Goulart). 

Todos esses partidos saíram do ventre da grande Arca que foram o MDB e o PMDB, ao qual Brizola não chegou a filiar-se, acho, mas outros nomes do seu PDT sim, como Alceu Colares. O PSDB tinha um belo horizonte pela frente, tanto que elegeu Fernando Henrique Cardoso para a Presidência da República em poucos anos de existência partidária.

Depois ele comprou votos no Congresso, quebrou a Constituição, e foi reeleito para um péssimo mandato de quatro anos que o Brasil quer esquecer. Naquela fase o partido começou a afastar-se de qualquer característica social-democrata, inclinando-se para a direita mais atrasada, oportunista e corrupta.

Este processo de descaracterização, porém, atingiria seu ápice em 2010, quando José Serra assumiu posições fascistas, usou dos métodos mais baixos, instrumentalizou setores arcaicos da Igreja Católica e dos chamados "evangélicos" (refiro-me não às confissões sérias que existem no Brasil, mas aos carreiristas que pensam mil vezes mais em dinheiro do que em Deus, tipo Malafaia) e adotou teses de golpistas notórios da mídia antiga. Serra deixou de ser o Serra do PMDB, e o PSDB deixou de ser social ou democrata.

EM TAUBATÉ 

Esta corrida à direita pelo PSDB foi seguida avidamente por muitos tucanos de Taubaté. Passaram a valorizar o autoristarismo de Bernardo Ortiz como virtude de bom administrador. Acharam que o concreto é mais importante que o atendimento humano; prédios valem mais que pessoas. Entraram na onda neoliberal de cabeça, esta onda que levou os EUA e a Europa à quase falência, com milhões de pessoas excluídas da sociedade, o "mercado" selvagem, o vale-tudo por dinheiro, os bancos quebrados sendo salvos com dinheiro de quem paga imposto (sempre os mais pobres), etc. 

Este caos neoliberal é evidente, e é incrível que tucanos medianamente inteligentes não o enxerguem. Como também recusam-se a enxergar os crimes que seu partido vem cometendo contra o Brasil e seu povo, como a bilionária fraude das privatizações, tão bem documentadas no livro "A Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Júnior. O PSDB entregou patrimônio público a preço de banana, em troca de comissões pagas a seus mais ilustres dirigentes. É FATO, está lá em 115 páginas de documentos autenticados, alguns fornecidos pela Justiça dos Estados Unidos e outros países - desafio qualquer tucano a desmentí-lo.

Serra e os tucanos mais radicais misturam Política com religião e questões de foro íntimo. Diziam na campanha de 2010 que Dilma Roussef defendia o aborto, e ela o fez realmente, dentro das condições que existem na lei atual. Quando alunas de Mónica Serra disseram ter ouvido dela própria que fizera um aborto no Chile, fecharam os ouvidos e calaram sua indignação.

Ou seja: "aborto é pecado quando feito pelas mulheres pobres, muitas das quais morrem em falsas clínicas clandestinas; mas é bacana quando feito pela mulher do eterno presidenciável, por uma madame do PSDB". Há cinismo maior do que este? Lula tinha uma filha fora do casamento, e isto era um crime; Fernando Henrique escondeu um filho com uma jornalista da TV Globo por 18 anos, vivendo na Espanha às custas de dinheiro público e da Globo (que recebe dinheiro público), e ninguém disse nada. 

O escândalo da FDE - Fundação para o Desenvolvimento da Educação, que coloca os Ortizes, pai e filho, como réus e com seus bens bloqueados até o limite de 139 milhões, nada diz aos tucanos de Taubaté, que se dizem honestos e inimigos ferrenhos da corrupção. Ora, basta de hipocrisia. Admitam: "nós somos contra a corrupção no PT e outros partidos, mas achamos lindo nosso candidato desviar dinheiro público. Fez isso na FDE e fará na Prefeitura, com nossos aplausos. Voto em ladrão, porque sou elite e o povão não sabe roubar como nós". Sejam sinceros uma vez na vida!

É óbvio que tenho sérias críticas ao PT, tanto é que jamais me filiei a este partido, onde tenho grandes e velhos amigos. Mas os erros do PT ele está pagando, até com requintes de crueldade, pois foi punido por sete anos seguidos. Inocentes como Luiz Gushiken e outros foram chamados de ladrões e mensaleiros dia após dia, sem qualquer direito de defesa - Gushiken adquiriu um câncer, pela tensão e humilhação, antes de ser absolvido pelo STF por unanimidade. Quem pode pagar este prejuízo? Uma vida perdida  pela sanha assassina de meia dúzia de donos da mídia e uma torcida que se diz elite mas parece a platéia das antigas arenas romanas. 

Tivessem o mínimo sentimento cristão ou, pelo menos, de amor à Justiça, esses tucanos mais empedernidos pesariam os fatos, condenariam os petistas que cometeram erros, mas lutariam para limpar o PSDB de seus criminosos. Mas não: o demônio está só nos outros, os tucanos estão acima do bem e do mal, não têm defeitos. Tape-se o nariz e vote-se no rapaz do 1,74 milhão de propina, porque ele é "nobre", tem sobrenome e brasão de família.

Pior: a pessoa que queria saber a origem genealógica de Isaac do Carmo nem pertence a nenhuma "elite", seja econômica, seja intelectual: é apenas uma cronista da Corte, sempre bajulando os poderosos e agradecida por qualquer afago. Sim, a Corte tem bajuladores, assim como tem o Bobo.

Fonte: Irani LIma



Pelo nível da campanha dos caras eu até arrisco palpite em Curitiba e Sampa!!!

October 16, 2012 21:00, by Bertoni - 0no comments yet

Eleição é eleição, loteria é loteria, mas pelo nível da campanha de Serra, em SP, e Ratinho Jr, em Curitiba, posso fazer uma fézinha no bicho.

Não dá tucano nem rato. Nem lá nem cá!

Haddad deve confirmar a preferência dos paulistanos e Fruet a dos curitibanos.

Serra e Ratinho Jr. escolheram o mesmo caminho: ataques virulentos e desproporcionais ao PT e a tudo e todos que possam lembrar a sigla e a busca desesperada do apoio de padres e pastores ultra-conservadores e moralistas.

Eles acham que o povo quer isso.

Eu não vejo assim. E vou mais longe. Com essa estratégia do ataque deixam demonstrar o desespero e acabarão por espantar os poucos votos progressistas que poderiam acompanhá-los. Em outras palavras, facilitam a vida de Haddad em SP e de Fruet em Curitiba.

O brasileiro é religioso, mas vem mostrando que tende a separar religião e política, Estado e Igrejas.

E, tanto o jovem curitibano como o velho paulistano, parecem não ter entendido nada do que se passa no Brasil Atual.

Veja também:

Serra perde de vez as estribeiras e manda repórter do Uol/Folha ir "trabalhar com Haddad"



Bertoni