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José Carlos limpando o carro Foto: Bruno Gonzalez / ExtraMoradores de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, voltaram a queixar-se de um pó expelido pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). Segundo eles, a “chuva de prata” cai desde o último sábado e se intensificou no domingo. Desde então, todas as noites são marcadas pela nuvem de poeira.
- Hoje é dia de limpar os carros todos. Fica tudo assim, quando a gente acorda amanhã, já está tudo sujo de novo - afirmou o mecânico José Carlos Rosa, de 54 anos.
José Carlos e o carro coberto pelo pó prateado Foto: Bruno Gonzalez / ExtraSegundo os moradores, o problema acontece principalmente à noite. Vizinhos que ficam mais próximos à fábrica contam que chegam a ver uma "explosão" de fogo pouco antes de um clarão. Logo depois surge uma nuvem branca, que carrega o pó para a casa dos moradores.
- É uma mistura de um pó prateado com marrom, que coça muito. Estamos todos com alergia respiratória, de pele, no olho... Não é possível que a poeira não seja tóxica - contou a aposentada Martha Trindade.
Um morador mostra o pó que recolheu em sua casa Foto: Bruno Gonzalez / ExtraSegundo a idosa, a nova "chuva de prata" foi ainda maior do que a ocorrida em agosto do ano passado Ela pediu uma solução urgente:
- Isso aqui era o paraíso. Eles (os responsáveis pela CSA) têm que assumir que isso não é grafite. Está fazendo mal a todos nós.
Empresa será multada
Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, a CSA será multada em R$ 10,5 milhões pela ocorrência da nova “chuva de prata” - que é a dispersão de material particulado, oriundo da produção de ferro-gusa. O anúncio foi feito durante uma entrevista coletiva nesta quinta-feira.
Além da multa, a siderúrgica terá que custear, como contrapartida, as obras de infraestrutura da área rural do bairro São Fernando e também fazer o plantio de 15 mil árvores nos bairros afetados. Segundo Carlos Minc, a indústria alegou que o material que fica armazenado em pilhas ao ar livre foi dispersado no ar por causa das condições climáticas do dia (ventava muito na região) e porque não houve carro-pipa para transportar a água que seria usada para umidificar os resíduos. Diante disso, a CSA recebeu um prazo de 30 dias para apresentar um projeto para que eles não dependam de carros-pipa para fazer umidificar as pilhas de resíduos.
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/chuva-de-prata-da-csa-volta-causar-problemas-para-moradores-da-zona-oeste-do-rio-6610593.html#ixzz2B02gE3A7
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