Cartaz do Curso Blogoosfero/STOA. Ajude a divulgar!!!
27 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaOficina para usuários Blogoosfero/STOA: 23/01/2013, na USP
25 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaFundação Blogoosfero, STOA, TIE-Brasil e USP promovem oficina para usuários do Blogoosfero e STOA, as redes sociais livres desenvolvidas em Noosfero, software 100% nacional.
A oficina será no dia 23 de janeiro de 2013, na sala 2 do CEC (Centro de Ensino de Computação, Bloco B, IME-USP), que tem 35 computadores e capacidade para 54 pessoas sentadas.
Horário: das 9h às 18h.
Entrada gratuita!
Organização e Promoção
WikiLeaks tiene más de un millón de documentos preparados para publicar
19 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaEl periodista se ha dirigido a sus simpatizantes con un 'discurso navideño' desde el balcón de la embajada de Ecuador en Londres
Julian Assange ha hecho un 'regalo navideño' a sus simpatizantes al anunciar que WikiLeaks tiene más de un millón de documentos preparados para publicar en 2013.
Fonte: RT-Actualidad
Assange hablará en público este jueves
15 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaBancos e mídia dizem que Dilma não sabe gerenciar a Economia
14 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaConselho Editorial Sul-Americano em 15/12/2012
A nova lei de imprensa
na Argentina que o
O discurso da bancocracia oligopolizada flui oligopolizadamente no oligopólio midiático.
O ponto de vista dos poderosos banqueiros predomina amplamente no noticiário econômico sem contraposição democrática.
Esse ponto de vista, porém, fracassou, é o principal responsável pela explosão da crise capitalista mundial.
Como sustentá-lo, se deixou de ser útil?
O que entrou em bancarrota no plano econômico global foi a financeirização econômica alavancada pelo oligopóio bancário internacional, cujo poder para disseminar a sua verdade fez expandir, naturalmente, o oligopólio pelo qual se expressa, o oligopólio da grande mídia.
Um é extensão do outro.
Supremo Tribunal de Justiça
argentino considerou
constitucional representa
Quanto mais o Estado nacional, em escala global, foi, ao longo do século 20, sendo dominado pelo poder da moeda burguesa emitida pelo Estado, politicamente, dominado pelos bancos, que, por sua vez, comercializam, em nome do poder estatal, essa moeda, dinamizando, com ela, as atividades produtivas em geral, mais as determinações econômicas tiveram seu ponto de vista ideológico divulgado, como verdade absoluta, por uma mídia, regiamente, paga, com essa moeda, por esse poder, amplamente, comandado pela bancocracia.
Basta assistir qualquer debate sobre a economia, na Rede Globo, por exemplo, que atua de forma oligopolizada, em todo o território nacional, com mais de 120 empresas associadas, configurando um massacre informativo, para sentir o poder do ponto de vista da bancocracia, incontrastável.
Os comentaristas parecem ventrílocos dos bancos.
Os economistas que comparecem nos programas são, praticamente, todos originados do mercado financeiro, atuando de maneira afinada, expressando, tão somente, uma versão, a do capital financeiro, no ambiente da financeirização econômica global, dominada por um discurso ideológico fracassado.
Por isso, os comentaristas econômicos em geral parecem ventrílocos dos agentes dos bancos.
Até quando?
É preciso recorrer à história econômica do século 20 para tomar pé dessa situação.
O marco fundamental é a crise de 1929.
pontapé fundamental para
ampliar a democratização
da informação na América
do Sul, onde a
Até então, predominavam, religiosamente, os pressupostos da economia clássica, ancorada no padrão ouro, cuja tônica, para manter a autosustentabilidade da produção e do consumo, requeria o que os clássicos destacavam ser necessário, ou seja, o equilibrismo orçamentário, sem o qual os governos liberais e neoliberais entravam em cena comandando a regra geral de que para equacionar os orçamentos públicos eram necessários conter os salários, de modo a segurar gastos e, consequentemente, pressões inflacionárias, já que a inflação, segundo o credo neoliberal, decorre do excesso de demanda, contra o qual se faz necessário aumento dos juros, cortes de despesas etc.
A oposição a esse jogo econômico neoclássico surgiu com a evidência de que o sistema capitalista, sob os pressupostos da economia clássica, como teorizou Marx, caminha, inexoravelmente, para a crônica insuficiência de demanda global, quanto mais ele persegue o que considera essencial, isto é, a maximização dos lucros e a minimização dos custos.
Como, sob o impacto da revolução cientifica e tecnológica colocada a serviço da produção e da produtividade, aliada à lei dos rendimentos decrescentes – idealizada por Ricardo para prevaler na economia agrária – aplicada à indústria, para achatar salários, o resultado é, tal como disse o autor de O Capital, a redução drástica do consumo, as consequências, no compasso da maximização dos lucros e da minimização dos custos, são deflações inexoráveis, ou seja, colapso do sistema.
Contra essa lógica do capitalismo concorrencial, de produzir, num polo, a super-riqueza, e, no polo oposto, a super-pobreza, nasceriam os monopólios e os oligopólios, justamente, para acabar com a concorrência, concentrando, ainda, mais as ações capitalistas em todos os setores.
Monopolios, cartéis e oligopólios de preços, de quantidades e de zonas se expandiriam e levariam o sistema à primeira guerra mundial em 1914.
O lassair faire sofreria os baques inevitáveis decorrentes das crônicas insuficiências de consumo, somente superadas pelo incrementos dos gastos dos governos em produções bélicas e espaciais, capazes de evitar ondas deflacionárias, geradas pela prioridade determinada pelo padrão ouro, vale dizer, a sustentação, a ferro e fogo, do equilibrismo orçamentário.
Depois da primeira grande guerra, emergiria, novamente, tendência deflacionária, no compasso do enxugamento de gastos públicos, para tentar manter equilibrados os orçamentos governamentais, adequados ao padrão ouro.
O estouro desse padrão monetária acabaria se dando, no final dos anos 20, no crash deflacionário de 29.
oligopolização midiática
sul-americana, a serviço
dos interesses do capital
Estava aberto o campo para novo padrão monetário ancorado, agora, na moeda papel emitida pelos governos dominados pelos poderes dos oligopólios e dos monopólios econômicos e financeiros.
Os banqueiros seriam os distribuidores da moeda emitida pelo governo em escala global.
Com uma mão, o Estado emite papel moeda, com a outra, títulos públicos para enxugar parte da oferta monetária, a fim de evitar a enchente inflacionária.
A dívida pública torna-se o nervo vital da economia capitalista.
Esse jogo durou todo o século 20, entrando pelo século 21, até chegar, agora, ao abismo fiscal no país mais poderoso do mundo capitalista, os Estados Unidos, sob perigo de hiperinflação exponencial em face do excesso de endividamento público.
A estratégia capitalista decorrente do padrão monetário ancorado em moeda papel, substituta do padrão ouro, a fim de fugir da deflação, vigente ao longo de todo o século 19, como o perigo maior a ameaçar o lassair faire neoliberal, entrou em crise total de realização, quando a funcionalidade da dívida pública se esgota, produzindo estresse em todo o mundo.
Os oligopólios comerciais, industriais e financeiros, criados para contornar os processos deflacionários, alcançaram seus limites, quando os governos, governados por eles, se encontram financeiramente estourados.
Qual a saída?
Sem saída, os governos dos países capitalistas ricos continuam se endividando, emitingo dinheiro e papéis, como fez, nessa semana, o Banco Central dos Estados Unidos, devendo ser seguido, também, pelos bancos centrais da Europa e do Japão.
No entanto, tem um porém.
Eles continuam se endividando, mas, agora, recusam-se a pagar juros aos tomadores do seu dinheiro e do seu papel.
especulativo internacional
trabalha para minar os
interesses populares
defendidos pelos governos
nacionalistas em ascensão
Os Estados Unidos, que devem na praça global, 17 trilhões de dólares, não são loucos de pagarem juros.
Por isso, continuam se endividando, sem parar, enquanto patrocinam a emergência inevitável do juro zero ou negativo, configurando, na prática, calote da dívida.
E os governos dos países da periferia capitalista, o que farão, nesse novo ambiente criado pelos ricos?
O governo Dilma Rousseff, nesse contexto, não tem outra alternativa, senão caminhar, também, para o juro zero ou negativo.
Caso contrário, se a selic se mantiver em 7,5%, em meio a uma estratégia que reduza a inflação, na casa dos 4%, 4,5% ao ano, o real vai se sobrevalorizar.
Com isso, a dívida pública se tornaria incontrolável, ao mesmo tempo em que ocorreria o sucateamento industrial, pois, os países capitalistas ricos, como Estados Unidos e os europeus, estarão emitindo moeda sem pagar juro, para exportar sua crise àqueles, como o Brasil, que, ainda, trabalham com o juro positivo.
O que diz o poder midiático, no Brasil, diante do esforço do Governo Dilma, para continuar reduzindo os juros, a fim de sintonizar-se, também, com os movimentos das políticas monetárias adotadas pelos países ricos?
Que a presidenta não está sabendo gerenciar a economia.
Gerenciar bem a economia seria, certamente, para o poder midiático, defensor do poder financeiro especulativo, sustentar a lucratividade dos grandes especuladores, que perderam o chão nos países ricos onde os governos não podem pagar para eles o que antes exigiam, ou seja, juro especulativo.
A decisão do Banco Central Europeu de supervisionar os bancos, de agora em diante, representa uma nova etapa do capitalismo mundial, em que a especulação, até agoras solta, graças à ausência de regulamentação adequada, levou o sistema ao colaspo.
Se os Estados Unidos, diante do abismo fiscal em que se encontram, continuam se endividando, enquanto sustentam juro zero ou negativo, por que o BC brasileiro manteria a política atual de juro positivo, a fim de criar, também, para si, um abismo fiscal?
A grande mídia quer que Dilma crie o abismo fiscal no Brasil, quando a critica por estar contendo a especulação financeira?
Qualé a desses vendilhões da pátria?
A receita da The Economist para o Brasil: liberar o "espírito animal do setor privado"
9 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaA revista The Economist reserva os pedidos de mudança de ministérios da Fazenda para os ministros "intervencionistas" da América Latina. No início do ano, a previsão era de um crescimento de 0,7% para a Inglaterra em 2010. Agora, a constatação é de que a economia vai se contrar 0,12% este ano. Por ocaso a revista pediu a cabeça do ministro da Fazenda britânico, George Osborne? Para o Brasil, a receita é "deixar de se meter na economia, desregulamentar o mercado de trabalho e deixar que o espírito animal do setor privado possa expressar-se livremente". O artigo é de Marcelo Justo, direto de Londres.
O editorial e o texto sobre o Brasil foram publicados dois dias depois de o ministro da Fazenda do Reino Unido, o conservador George Osborne, reconhecer que o plano de consolidação fiscal que anunciou que o período 2010-2015 terá de estender a austeridade até 2018, para cumprir com o seu objetivo, sempre e quando se puder acreditar nas projeções quem os governos se baseam.
Não há nenhuma garantia. O Escritório para Responsabilidade Orçamentária, uma organização criada pela Coalizão Conservadora-liberal democrata para medir a marcha da economia, previu no começo do ano um crescimento de 0,7% para 2012. Agora disse que, na realidade, a economia vai se contrarir 0,1% este ano. O rombo fiscal é o dobro do projetado há uns dias.
Como se vê, nesse terreno minado das previsões econômicas, não há mais precisão no Reino Unido do que no Brasil. Por acaso a “The Economist” pediu a cabeça de Osborne?
Não é de surpreender. O semanário apoiou os conservadores nas eleições de 2010 e o programa de Austeridade da Coalizão. Em maio deste ano, mês das eleições, a economia estava se recuperando do estouro financeiro de 2008. Crescimento era anêmico - 1,7% -, mas começava lentamente a recuperar o alento, graças a um massivo programa de investimento público do governo trabalhista.
A austeridade da coalizão afogou este impulso. O programa previa cortes de 80 bilhões de libras (em torno de 140 bilhões de dólares) para o período 2010-2015, por meio de uma forte redução da estrutura estatal, com mais de meio milhão de desempregados. A esse golpe, o governo agregou outro: um aumento massivo de impostos.
Os despedidos começaram a engrossar as filas de desempregados que cobram o seguro-desemprego e que não contribuem, aumentando o gasto do Estado e diminuindo a arrecadação. Os consumidores em geral, mesmo os que conservam seus empregos, adotaram uma atitude mais cautelosa para diminuir o seu endividamento pessoal e se preservar, caso a enfermidade econômica acabasse os afetando.
O resultado macroeconômico está à vista. Em 2011, a economia foi se desacelerando trimestre após trimestre (de 0,4% entre julho e outubro, a 0,3% no último trimestre). Nos dois primeiros trimestres deste ano o crescimento foi diretamente negativo, uma medida convencional que os economistas usam para definir uma recessão (dois trimestres consecutivos). É a segunda queda que o Reino Unido experimenta em 3 anos.
As Olimpíadas de Londres deram um impulso econômico transitório que permitiu ao Reino Unido sair do crescimento negativo, mas a essas alturas o plano da Coalizão já estava em marcha. A queda na arrecadação devido à falta de crescimento é hoje tão pronunciada que, segundo as previsões que o governo anunciou na Câmara dos Comuns na última quarta-feira, será necessário mais três anos de ajustes para se alcançar o equilíbrio fiscal que se havia prometido para 2015.
Em sua nota sobre a situação econômica do Reino Unido, a “The Economist” faz uma análise fática, com números e gráficos, mas em momento algum fala da necessidade de mudança de estratégia. À diferença do editorial e da matéria sobre o Brasil, que deslizam rapidamente para o campo da opinião (“o que o governo Dilma Rousseff teria de fazer é deixar de se meter na economia, liberalizar o mercado de trabalho e deixar que o espírito animal do setor privado possa expressar-se livremente, para gerar o crescimento de que o Brasil precisa”), o artigo sobre a economia britânica se atém aos fatos, que termina usando como uma justificação do erro de cálculo de Osborne.
Sem explicitá-lo, o final da nota da revista sugere que não é necessária uma mudança de estratégia, no Reino Unido, porque a origem da crise não é o programa governamental, mas a situação econômica do mundo. “A miséria da zona do euro não vai terminar tão cedo, mas tampouco piorará. A desaceleração chinesa parece próxima do fim. Os Estados Unidos podem voltar a crescer com vigor na primavera e evitar o abismo fiscal. Um panorama global mais otimista pode evitar as más notícias para Osborne”.
Há que se aguardar para ver. Por ora, as notícias sobre a produção industrial, anunciadas na sexta-feira – a revista é publicada pela manhã – falam de uma queda de 1,3%, o nível mais baixo em duas décadas. “Esta queda aumenta as possibilidades de uma nova recessão, a terceira queda que a nossa economia experimentaria”, assinalou ao “The Guardian” Samuel Tombs, da consultoria Capital Economics. Caso esse prognóstico se cumpra, haverá uma mudança de perspectiva da “The Economist”? Calculo que não. Os pedidos de mudança de ministérios da Fazenda o semanário reserva para os ministros “intervencionistas” da América Latina.
Tradução: Katarina Peixoto via CartaMaior
O PT, a regulamentação e o golpismo
9 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaO ARQUITETO se foi!
4 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaFaleceu hoje, a 10 dias de completar 105 aninhos, Oscar Niemeyer, O ARQUITETO, militante comunista que nunca aceitou a trairagem daqueles que, sem o "Ouro de Moscou", mudaram de lado e também o nome do Partido Comunista Brasileiro.
Sem O ARQUITETO o Brasil e o Mundo ficam mais burros. E isso "é uma merrrrda"
Tchau, Camarada!
Justiça é coisa séria
4 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda“Ele só podia me ter escolhido, porque, dentre todos os outros, só eu sou capaz”. FUX
Há dois mecanismos mentais que explicam esse paradoxo. Um deles é a soberba do favorecido, sobretudo nas indicações políticas. O outro é o de compensação do sentimento de humilhação do imaturo ao pedir o favor ao poderoso - tão mais forte a ponto de lhe conceder o pedido. No primeiro caso, o ajudado passa a acreditar que não foi escolhido como um favor, mas sim, pelo reconhecimento de seus méritos.
“Ele só podia me ter escolhido, porque, dentre todos os outros, só eu sou capaz”.
Assim também poderia pensar Fux, embora seu confessado pranto de regozijo, junto ao Ministro da Justiça, não sugira essa espécie de sentimento. Resta o outro - o do constrangimento pela súplica do apoio. Se o juiz Fux condenou os réus com a convicção de julgador, ou não, importa pouco, nesta fase do processo. O que qualquer cidadão pode condenar é a forma pela qual ele e outros foram escolhidos. Que um candidato a qualquer cargo peça apoio, é natural – mas deve preservar um pouco de decoro em sua postulação. Lula, submetido a duras provas pessoais nos últimos meses, ao aprovar o nome de Fux junto a Dilma, não soube desconfiar de quem trazia indicações tão amplas, que provinham de todas as direções ideológicas.
O passado de um candidato ao STF deve ser examinado ao microscópio. Os juízes do Supremo Tribunal são a última instância na defesa das pessoas contra o Estado e na defesa do Estado contra seus inimigos. Eles devem ser personalidades de indiscutível probidade, mas, da mesma forma, mostrar o saber necessário para atuar com toda a isenção possível.
66ª Caravana da Anistia: 08/12. Memorial da Resistência
3 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaO TCC sobre o Bolsa Família: uma aula de jornalismo
3 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaO complemento financeiro do Bolsa Família ajuda a avó Velusiana de Melo a garantir a alimentação diária da neta Lays, em Formosa (GO) - Bruno Spada/MDS |
Respeitando o passado do Governo de FHC
3 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaRespeitem o passado de FHC! Continuar lendo
Internet: a última batalha do neoliberalismo
3 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaA União Internacional de Telecomunicações iniciou esta semana em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais, que se reunirá durante 15 dias a fim de rever o Regulamento das Telecomunicações Internacionais.
A celebração deste evento foi precedido por uma campanha negativa da mídia financiada e organizada nos Estados Unidos e que tem ressoado em muitos meios de comunicação ao redor do mundo.
Mas antes de entrar em detalhes, um pouco de história.
Em 1865, foi fundada a União Telegráfica Internacional (UTI) por 20 Estados. Nesse mesmo ano, sob a Convenção Telegráfica Internacional, estabelecem-se os primeiros regulamentos do serviço telegráfico.
Em 1932, a União Telegráfica Internacional mudou seu nome para União Internacional de Telecomunicações (UIT), e mais tarde, em 1948, sob um acordo com a recém-formada Organização das Nações Unidas, a UIT tornou-se a sua agência especializada na área de telecomunicações.
Por sua vez, o Regulamento das Telecomunicações Internacionais (RTI) tem a sua gênese na regulamentação de serviços telegráficos de 1865 e na regulamentação telegráfica e telefônica de 1932.
Esse regulamento surge a partir da necessidade de contar com disposições com caráter de tratados aplicáveis aos serviços e redes de telecomunicações internacionais para, entre outras coisas, estabelecer os princípios gerais de prestação de serviços e operações, definir as regras de interconexão global e interoperabilidade, e fornecer uma base para o desenvolvimento do setor em todos os países.
A versão atual do RTI é um tratado assinado por 178 países em 1988 e implementado em todo o mundo desde que entrou em vigor em 1990.
Então, por que tanto barulho agora?
A Internet é a culpada.
Em 1988, quando a RTI foi revista pela última vez, a Internet não era generalizada, de modo que não é mencionada no Regulamento.
No entanto, hoje a Internet e suas tecnologias associadas são uma parte vital e crescente das telecomunicações internacionais.
Portanto, uma das questões discutidas na Conferência realizada em Dubai é a modificação e ampliação de Regulamento das Telecomunicações Internacionais para incluir o tema da Internet.
Com efeito, durante o processo de preparação do evento muitos Estados-Membros da UIT apresentaram propostas para a Internet, a maioria em duas questões de interesse para muitos países: o aspecto econômico e a segurança.
No entanto, a campanha orquestrada pelos EUA acusa a UIT e a ONU de querer “controlar”, “restringir o acesso” ou “impor censura” à Internet.
Duplos padrões e interesses
Mas os Estados Unidos é precisamente quem controla os recursos críticos da Internet por meio da Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN), que restringe o acesso a sites de países como Cuba, a quem aplica medidas unilaterais que violam o direito internacional, e que impõe a censura de conteúdos da Internet que afetam seus interesses, como o site Wikileaks.
Além disso, são estadunidenses as grandes empresas de conteúdo e infra-estrutura que controlam e recebem a maior parte do dinheiro flui na Internet. E também é os EUA o país que considera a Internet como um teatro de operações militares.
Portanto, a tentativa de desacreditar a UIT e da Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais tem como objetivo evitar qualquer alteração ao Regulamento das Telecomunicações Internacionais que pode afetar o domínio de fato que eles tem da Internet.
Mas também persegue fins mais fundamentais.
Regular ou não regular, eis a questão.
A Internet, ao não estar coberta pelo Regulamento das Telecomunicações Internacionais adotadas em 1988, não foi sujeita a qualquer regulamentação, somente a lei do mercado e do mais forte.
Portanto, uma das questões principais que se discute em Dubai está considerando a Internet um serviço de telecomunicações e, portanto, suscetível de ser regulado.
Isto não é uma discussão puramente técnica, já que tem implicações importantes para pessoas que recebem serviços de telecomunicações.
Por exemplo, um dos regulamentos do setor de telecomunicações é a “obrigação de serviço universal” em que os operadores devem fornecer serviços de telecomunicações em todos os lugares e não apenas naqueles em que há lucro. Este regulamento é o que tem permitido o serviço de telefonia rural ou urbana de baixa renda. Entretanto, não há regulamentação equivalente para o serviço de Internet.
Outro exemplo é o regulamento que exige dos fornecedores de serviços de telefonia que tenham a própria fonte de energia, a fim de assegurar a disponibilidade de serviços de emergência. Provedores de internet não são obrigados a cumprir com este regulamento, apesar de a telefonia pela internet ser um serviço que está substituindo a telefonia tradicional. O efeito negativo de não contar com o presente regulamento se mostrou recentemente durante o furacão Sandy, em que a interrupção da rede elétrica provocou a queda do serviço de telefonia via Internet, deixando milhares de pessoas incomunicáveis em situação de emergência.
Apesar desses e outros exemplos que demonstram a necessidade de regulamentação para corrigir os “erros” do mercado como único ente regulador, os Estados Unidos e seus aliados vão disputar em Dubai para que as regulamentações não chegam Internet e, consequentemente, para que dentro de um curto espaço de tempo todas as telecomunicações sejam desreguladas.
Esta é mais uma batalha que os defensores do neoliberalismo estão lutando para tentar impor sua visão de um mundo onde prevalecem mercados sem restrições e em que os Estados e as instituições intergovernamentais, como o sistema das Nações Unidas, deixem de cumprir seus papéis como fiadores do interesse público.
Juan Alfonso Fernández González é assessor do Ministerio de la Informática y las Comunicaciones (MIC) em Cuba e profesor adjunto na Universidad de las Ciencias Informáticas (UCI).
Fonte: Internet: la última batalla del neoliberalismo