Conselho Editorial Sul-Americano em 15/12/2012
A nova lei de imprensa
na Argentina que o
O discurso da bancocracia oligopolizada flui oligopolizadamente no oligopólio midiático.
O ponto de vista dos poderosos banqueiros predomina amplamente no noticiário econômico sem contraposição democrática.
Esse ponto de vista, porém, fracassou, é o principal responsável pela explosão da crise capitalista mundial.
Como sustentá-lo, se deixou de ser útil?
O que entrou em bancarrota no plano econômico global foi a financeirização econômica alavancada pelo oligopóio bancário internacional, cujo poder para disseminar a sua verdade fez expandir, naturalmente, o oligopólio pelo qual se expressa, o oligopólio da grande mídia.
Um é extensão do outro.
Supremo Tribunal de Justiça
argentino considerou
constitucional representa
Quanto mais o Estado nacional, em escala global, foi, ao longo do século 20, sendo dominado pelo poder da moeda burguesa emitida pelo Estado, politicamente, dominado pelos bancos, que, por sua vez, comercializam, em nome do poder estatal, essa moeda, dinamizando, com ela, as atividades produtivas em geral, mais as determinações econômicas tiveram seu ponto de vista ideológico divulgado, como verdade absoluta, por uma mídia, regiamente, paga, com essa moeda, por esse poder, amplamente, comandado pela bancocracia.
Basta assistir qualquer debate sobre a economia, na Rede Globo, por exemplo, que atua de forma oligopolizada, em todo o território nacional, com mais de 120 empresas associadas, configurando um massacre informativo, para sentir o poder do ponto de vista da bancocracia, incontrastável.
Os comentaristas parecem ventrílocos dos bancos.
Os economistas que comparecem nos programas são, praticamente, todos originados do mercado financeiro, atuando de maneira afinada, expressando, tão somente, uma versão, a do capital financeiro, no ambiente da financeirização econômica global, dominada por um discurso ideológico fracassado.
Por isso, os comentaristas econômicos em geral parecem ventrílocos dos agentes dos bancos.
Até quando?
É preciso recorrer à história econômica do século 20 para tomar pé dessa situação.
O marco fundamental é a crise de 1929.
pontapé fundamental para
ampliar a democratização
da informação na América
do Sul, onde a
Até então, predominavam, religiosamente, os pressupostos da economia clássica, ancorada no padrão ouro, cuja tônica, para manter a autosustentabilidade da produção e do consumo, requeria o que os clássicos destacavam ser necessário, ou seja, o equilibrismo orçamentário, sem o qual os governos liberais e neoliberais entravam em cena comandando a regra geral de que para equacionar os orçamentos públicos eram necessários conter os salários, de modo a segurar gastos e, consequentemente, pressões inflacionárias, já que a inflação, segundo o credo neoliberal, decorre do excesso de demanda, contra o qual se faz necessário aumento dos juros, cortes de despesas etc.
A oposição a esse jogo econômico neoclássico surgiu com a evidência de que o sistema capitalista, sob os pressupostos da economia clássica, como teorizou Marx, caminha, inexoravelmente, para a crônica insuficiência de demanda global, quanto mais ele persegue o que considera essencial, isto é, a maximização dos lucros e a minimização dos custos.
Como, sob o impacto da revolução cientifica e tecnológica colocada a serviço da produção e da produtividade, aliada à lei dos rendimentos decrescentes – idealizada por Ricardo para prevaler na economia agrária – aplicada à indústria, para achatar salários, o resultado é, tal como disse o autor de O Capital, a redução drástica do consumo, as consequências, no compasso da maximização dos lucros e da minimização dos custos, são deflações inexoráveis, ou seja, colapso do sistema.
Contra essa lógica do capitalismo concorrencial, de produzir, num polo, a super-riqueza, e, no polo oposto, a super-pobreza, nasceriam os monopólios e os oligopólios, justamente, para acabar com a concorrência, concentrando, ainda, mais as ações capitalistas em todos os setores.
Monopolios, cartéis e oligopólios de preços, de quantidades e de zonas se expandiriam e levariam o sistema à primeira guerra mundial em 1914.
O lassair faire sofreria os baques inevitáveis decorrentes das crônicas insuficiências de consumo, somente superadas pelo incrementos dos gastos dos governos em produções bélicas e espaciais, capazes de evitar ondas deflacionárias, geradas pela prioridade determinada pelo padrão ouro, vale dizer, a sustentação, a ferro e fogo, do equilibrismo orçamentário.
Depois da primeira grande guerra, emergiria, novamente, tendência deflacionária, no compasso do enxugamento de gastos públicos, para tentar manter equilibrados os orçamentos governamentais, adequados ao padrão ouro.
O estouro desse padrão monetária acabaria se dando, no final dos anos 20, no crash deflacionário de 29.
oligopolização midiática
sul-americana, a serviço
dos interesses do capital
Estava aberto o campo para novo padrão monetário ancorado, agora, na moeda papel emitida pelos governos dominados pelos poderes dos oligopólios e dos monopólios econômicos e financeiros.
Os banqueiros seriam os distribuidores da moeda emitida pelo governo em escala global.
Com uma mão, o Estado emite papel moeda, com a outra, títulos públicos para enxugar parte da oferta monetária, a fim de evitar a enchente inflacionária.
A dívida pública torna-se o nervo vital da economia capitalista.
Esse jogo durou todo o século 20, entrando pelo século 21, até chegar, agora, ao abismo fiscal no país mais poderoso do mundo capitalista, os Estados Unidos, sob perigo de hiperinflação exponencial em face do excesso de endividamento público.
A estratégia capitalista decorrente do padrão monetário ancorado em moeda papel, substituta do padrão ouro, a fim de fugir da deflação, vigente ao longo de todo o século 19, como o perigo maior a ameaçar o lassair faire neoliberal, entrou em crise total de realização, quando a funcionalidade da dívida pública se esgota, produzindo estresse em todo o mundo.
Os oligopólios comerciais, industriais e financeiros, criados para contornar os processos deflacionários, alcançaram seus limites, quando os governos, governados por eles, se encontram financeiramente estourados.
Qual a saída?
Sem saída, os governos dos países capitalistas ricos continuam se endividando, emitingo dinheiro e papéis, como fez, nessa semana, o Banco Central dos Estados Unidos, devendo ser seguido, também, pelos bancos centrais da Europa e do Japão.
No entanto, tem um porém.
Eles continuam se endividando, mas, agora, recusam-se a pagar juros aos tomadores do seu dinheiro e do seu papel.
especulativo internacional
trabalha para minar os
interesses populares
defendidos pelos governos
nacionalistas em ascensão
Os Estados Unidos, que devem na praça global, 17 trilhões de dólares, não são loucos de pagarem juros.
Por isso, continuam se endividando, sem parar, enquanto patrocinam a emergência inevitável do juro zero ou negativo, configurando, na prática, calote da dívida.
E os governos dos países da periferia capitalista, o que farão, nesse novo ambiente criado pelos ricos?
O governo Dilma Rousseff, nesse contexto, não tem outra alternativa, senão caminhar, também, para o juro zero ou negativo.
Caso contrário, se a selic se mantiver em 7,5%, em meio a uma estratégia que reduza a inflação, na casa dos 4%, 4,5% ao ano, o real vai se sobrevalorizar.
Com isso, a dívida pública se tornaria incontrolável, ao mesmo tempo em que ocorreria o sucateamento industrial, pois, os países capitalistas ricos, como Estados Unidos e os europeus, estarão emitindo moeda sem pagar juro, para exportar sua crise àqueles, como o Brasil, que, ainda, trabalham com o juro positivo.
O que diz o poder midiático, no Brasil, diante do esforço do Governo Dilma, para continuar reduzindo os juros, a fim de sintonizar-se, também, com os movimentos das políticas monetárias adotadas pelos países ricos?
Que a presidenta não está sabendo gerenciar a economia.
Gerenciar bem a economia seria, certamente, para o poder midiático, defensor do poder financeiro especulativo, sustentar a lucratividade dos grandes especuladores, que perderam o chão nos países ricos onde os governos não podem pagar para eles o que antes exigiam, ou seja, juro especulativo.
A decisão do Banco Central Europeu de supervisionar os bancos, de agora em diante, representa uma nova etapa do capitalismo mundial, em que a especulação, até agoras solta, graças à ausência de regulamentação adequada, levou o sistema ao colaspo.
Se os Estados Unidos, diante do abismo fiscal em que se encontram, continuam se endividando, enquanto sustentam juro zero ou negativo, por que o BC brasileiro manteria a política atual de juro positivo, a fim de criar, também, para si, um abismo fiscal?
A grande mídia quer que Dilma crie o abismo fiscal no Brasil, quando a critica por estar contendo a especulação financeira?
Qualé a desses vendilhões da pátria?
Fonte: independência SulAmericana
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