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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Pela democratização da Mídia. Notícias, informações.

Wikileaks: Golpe Revelado e agora OEA?

1 de Julho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


Jânio de Freitas - FOLHA DE SÃO PAULO

Um documento da Embaixada dos Estados Unidos em Assunção para o 
Departamento de Estado, em março de 2009, desmente a alegação de que a 
derrubada de Fernando Lugo fosse a reação do Congresso à inaptidão 
presidencial ante o confronto armado de sem-terra e policiais.

Com três anos e dois meses de antecedência, o governo de Barack Obama 
estava informado, por sua embaixada, do golpe que era planejado sob o 
disfarce de "um julgamento político dentro do Parlamento". Tal como veio 
a ser feito.

A ideia de que houve uma ação legítima e constitucional, no afastamento 
de Lugo, desaba sob a prova da longa conspiração.

A Constituição foi tão vítima do golpe quanto o presidente eleito. Os 
conspiradores planejaram uso fraudulento dos dispositivos 
constitucionais de defesa da democracia. Assim viriam a ludibriar os 
países vizinhos, e os acordos internacionais, com as aparências de uma 
medida parlamentar legal.

O documento confidencial da embaixada para o Departamento de Estado foi 
divulgado pelo Wikileaks, o "site" que os governos americano e inglês, 
sobretudo, vêm tentando silenciar, por suas revelações de documentos 
secretos comprovadores de práticas ilegais e imorais, principalmente, 
das potências.

No caso atual, vê-se que, apesar de informado sobre a conspiração desde 
cedo, o governo dos Estados Unidos não produziu nenhum indício de defesa 
da democracia paraguaia. E, logo após a derrubada de Lugo, foi o 
primeiro a dar mais do que indícios de apoio ao empossado Federico 
Franco, mais simpático aos Estados Unidos do que à América do Sul.


Um pouco mais tarde, a secretária Hillary Clinton fez um dúbio recuo, para algo parecido com indefinição. Não seria conveniente opor-se, tão depressa, à condenação imediata do "golpe parlamentar" feita por grande parte da América Latina.

O general Lino Oviedo é apontado, no documento americano, como um dos 
dois principais condutores da conspiração, com a companhia do 
ex-presidente Nicanor Duarte.

Oviedo é um desses tipos comuns de militares maníacos de golpismo: 
cucaracha típico. O que o fez passar anos no Brasil como fugitivo e, 
depois, como asilado, por fracassar na tentativa de golpe contra o então 
presidente Juan Wasmosy. Oviedo já se põe como candidato nas eleições 
presidenciais a ocorrerem, dizem, daqui a nove meses.

A divulgação que se deve ao Wikileaks vem facilitar a defesa, pelos 
países do Mercosul, da sua decisão de suspender o Paraguai como 
integrante da entidade.

O mesmo deverá ocorrer com o Paraguai e com o efeito Wikileaks na 
Unasul, união dos países da América do Sul, em sua próxima reunião.

Mas foi positivo que Brasil, Argentina e Uruguai limitassem a suspensão 
do Paraguai, no Mercosul, aos assuntos de natureza política, sem 
estendê-la aos compromissos econômicos e transações usuais. (Inclusive, 
do ponto de vista dos novos governantes paraguaios, o contrabando e os 
produtos falsificados).

Os bloqueios econômicos, tão ao gosto dos governos americanos, são 
perversos com os povos, não com os governantes.

O mísero Paraguai, com mais de metade da população em aguda pobreza, não 
tem que pagar pelos que o exploram.



Torturadores de Dilma: Albernaz e Agripino

30 de Junho de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


‘Quando venho para  a Oban, deixo o coração em casa’, dizia o militar do Exército


 Reprodução da carteira de identidade de Benoni Albernaz, adulterada por ele para incluir a patente de coronel Foto: Agência O Globo
Reprodução da carteira de identidade de Benoni Albernaz, adulterada por ele para incluir a patente de coronelAGÊNCIA O GLOBO
SÃO PAULO - O capitão Benoni de Arruda Albernaz tinha 37 anos, sobrancelha arqueada, riso de escárnio e fazia juras de amor à pátria enquanto socava e quebrava os dentes da futura presidente do Brasil Dilma Vana Rousseff, na época com 23 anos. Ele era o chefe da equipe A de interrogatório preliminar da Operação Bandeirante (Oban) quando Dilma foi presa, em janeiro de 1970. Em novembro daquele ano, seria registrado o 43º entre os 58 elogios que Albernaz recebeu nos 27 anos de serviços prestados ao Exército.
“Oficial capaz, disciplinado e leal, sempre demonstrou perfeito sincronismo com a filosofia que rege o funcionamento do Comando do Exército: honestidade, trabalho e respeito ao homem”, escreveu seu comandante na Oban, o tenente-coronel Waldyr Coelho, chamado por Dilma e por colegas de cela de “major Linguinha”, por causa da língua presa que tinha.
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Incluo este vídeo - diante dos abusos de um senhor que é "senador" do DEM desta República. Senadores como este devem ser varridos da cena política para sempre, por não terem a menor noção de cidadania, respeito e sensibilidade!
7 de maio de 2008 
Dilma responde ao torturador psicológico Senador Agripino

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Um torturador com diploma do Mérito Policial

Quinze anos depois, os caminhos percorridos por Albernaz não o levaram à condição de herói nacional, como ele imaginava. Registro bem diferente foi associado a seu nome na sentença do Conselho de Justiça Militar em que foi condenado a um ano e seis meses de prisão por falsidade ideológica. “Ética, moral, prestígio, apreço, credibilidade e estima são valores que o militar deve desfrutar junto à sociedade e ao povo de seu país. A fé militar e o prestígio moral das instituições militares restaram danificadas pelo comportamento do réu”, concluiu o presidente do conselho, João Baptista Lopes.
A prensa nada tinha a ver com as sessões de tortura comandadas por Albernaz na Oban. Sua agressividade parecia se encaixar como luva na estrutura criada para exterminar opositores do regime. Apenas um ano depois de torturar Dilma e pelo menos outras três dezenas de opositores, ele recebeu das mãos do então governador de São Paulo, Abreu Sodré, o diploma da Cruz do Mérito Policial.
Filho de militar que representou o Brasil na 2 Guerra Mundial, Albernaz nasceu em São Paulo e seguiu a carreira do pai. Classificou-se em 107º lugar na turma de 119 aspirantes a oficial de artilharia em 1956, mesmo ano em que se casou. Serviu no Mato Grosso do Sul antes de ser transferido para Barueri, em São Paulo, no início dos anos 1960.
Tinha fixação pela organização de paradas de Sete de setembro. Estava na guarda do QG do Exército na capital paulista, em fevereiro de 1962, quando o comandante foi alvo de atentado à bala. Conseguiu correr atrás do autor e o espancou. Virou pupilo do general Nelson de Mello, que mais tarde viraria ministro da Guerra no governo de João Goulart.
Estava em férias na noite do golpe militar de 1964 e, ainda assim, apresentou-se espontaneamente para o serviço. Em 1969, representou o comando de sua unidade na posse do secretário de Segurança Pública de SP, o general Olavo Viana Moog, um dos futuros comandantes do grupo que exterminou a Guerrilha do Araguaia.
Neste mesmo ano foi convocado pelo general Aloysio Guedes Pereira para servir na recém-criada Oban, centro de investigações montado pelo Exército para combater a esquerda armada. Foi lá que Dilma o conheceu.
“Quem mandava era o Albernaz, quem interrogava era o Albernaz. O Albernaz batia e dava soco. Começava a te interrogar; se não gostasse das respostas, ele te dava soco. Depois da palmatória, eu fui pro pau de arara”, disse a presidente em depoimento dado, no início dos anos 2000, para o livro “Mulheres que foram à luta armada”, de Luiz Maklouf Carvalho.
Em 2001, em relato à Comissão de Direitos Humanos de Minas Gerais, Dilma afirmou que já tinha levado socos ao ser interrogada em Juiz de Fora (MG), em maio de 1970, e que seu dente “se deslocou e apodreceu”. No mesmo depoimento, ela explicou: “Mais tarde, quando voltei para São Paulo, Albernaz completou o serviço com socos, arrancando meu dente”.
Telefone de magneto era usado para choques elétricos

Albernaz era conhecido por se divertir dizendo aos presos que, por ser muito burro, precisava ouvir respostas claras. Tinha na sala um telefone de magneto que era usado para “falar com Fidel Castro”, metáfora para a aplicação de choques elétricos, segundo relato de Elio Gaspari no livro “A Ditadura Escancarada”.
“Quando venho para a Oban, deixo o coração em casa”, explicava às vítimas. Uma delas foi o coordenador do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, primeiro preso a desaparecer após a edição do AI-5.
O mesmo general que convocara Albernaz para a Oban anos depois assinou relatório informando que Jonas “evadiu-se na ocasião em que foi conduzido para indicar um aparelho da ALN”. Trinta anos depois, O GLOBO noticiaria a existência de um relatório em que militares admitem a morte do guerrilheiro em decorrência de “ferimentos recebidos”.
— Albernaz era um homem terrível, o torturador mais famoso da Oban naquela época — confirmou ao GLOBO Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, que foi preso alguns meses depois dela e submetido aos mesmos procedimentos da ex-mulher.
Renegado pelo Exército e atolado em dívidas
O trabalho na Operação Oban fez com que Benoni Albernaz caísse em desgraça na própria família. Aposentado e dono de uma fazenda em Catalão, Goiás, o pai se chateava ao saber do comportamento do filho:
— Ele usava o poder que tinha para extorquir as pessoas, e o pai ficava triste. Sempre foi uma família esquisita, muito desunida — conta a dona de casa Maria Lázara, de 60 anos, irmã de criação do capitão.
— Olha, acho que uma vez ele caiu do cavalo numa parada militar, antes da ditadura, e o cavalo pisou na nuca dele. A partir daí, ele não ficou bom da cabeça — supõe a prima Noemia da Gama Albernaz, que hoje vive em Cuiabá.
Albernaz deixou a Oban em fevereiro de 1971, quando o aparelho já havia se transformado no DOI-Codi. Por três vezes tentou fazer o curso de operações na selva, mas teve a matrícula recusada. Foi transferido para o interior do Rio Grande do Sul, passando da caça a comunistas às operações de rotina em estradas de fronteira. O Exército tentava renegá-lo. Em março de 1974, foi internado em Porto Alegre, vítima de envenenamento.
Albernaz tinha problemas com dinheiro. Foi denunciado pelo menos cinco vezes por fazer dívidas com recrutas e não pagá-los, apesar das advertências de seus superiores. Estava lotado no setor medalhístico da Divisão de Finanças do Exército, em Brasília, quando foi declarado inabilitado para promoções, por não satisfazer a dois requisitos: “conceito profissional” e “conceito moral”. Em março de 1977, o presidente Ernesto Geisel o transferiu para a reserva.
Em um escritório no Centro de São Paulo, passou a coagir clientes a comprar terrenos vestido com farda falsificada de coronel — embora tivesse sido transferido para a reserva como major — e dizendo-se integrante do SNI.
— Você é uma estrela de nossa bandeira. Vamos investir juntos, ombro a ombro, peito aberto — dizia aos clientes, segundo registros de reclamação levadas ao Exército, pistas que levariam à sua condenação por falsidade ideológica.
Em 1980, intermediou transações de ouro de baixa qualidade no Pará, vendendo como vantagem seu acesso aos garimpos. Nunca foi responsabilizado pelo espancamento, por encomenda, de um feirante de origem japonesa.
— Se não pagar agora, vai preso para o Dops — ameaçou, já em 1979, quando não mais pertencia ao Exército.
O agredido foi à delegacia prestar queixa e, ao saber disso, Albernaz baixou no local.
— Sou amigo íntimo do presidente da República, foi ele quem me deu isso — falou ao delegado, mostrando a pistola Smith & Wesson. — Na lista de torturadores, sou o número 2.
No fim dos anos 1980, Albernaz estava atolado em dívidas. Não conseguiu pagar a hipoteca e foi acionado pelo menos quatro vezes em ações de execução extrajudicial. Sofreu um infarto quando estava no apartamento da namorada, nos Jardins, em São Paulo, em 1992. Chegou morto ao Hospital do Exército. Deixou três filhos e herança de R$ 8,4 mil para cada, resgatados 15 anos após sua morte, quando fizeram o inventário. Nenhum deles quis falar ao GLOBO.
— Siga em frente com o seu trabalho, que a gente está seguindo em frente aqui também — disse o filho Roberto, dentista, desligando o telefone.
— Isso é coisa do passado, gostaria que não me incomodasse — completou a também dentista Márcia Albernaz.
— Esquece nossa família, vai ser melhor para você — disse Benoni Júnior, médico do Exército.


 http://oglobo.globo.com/pais/albernaz-capitao-que-socou-rosto-de-dilma-rousseff-em-1970-5361939#ixzz1zNnsxkJa