Por Manoel Ramires
Terra Sem Males
Pinga-fogo
Ninguém quer tocar no assunto ou destacar em letras garrafais, mesmo assim a cada dia que passa o golpe fica mais caro a Temer e ao país. E mesmo se comprando o afastamento em definitivo da presidente Dilma, nem a política, nem a economia conseguem pagar em curto prazo essa dívida com a democracia.
Temer tem pouco se importado em passar cheques sem fundo assinados com a CLT do trabalhador. O aumento do déficit de 69 bilhões para mais de 170 bilhões é o custo de vestir a faixa presidencial sem o menor escrúpulo. Compra-se o reajuste do judiciário e dos servidores federais. Paga-se a conta dos governadores e mais a gorjeta, pendurando até dezembro na base do cafézinho com uma boa média. Passa-se recibo sem registro para todo senador que pede uma verba extra ou uma boquinha estatal.
O governo golpista extrapola todos os limites já conhecidos da corrupção porque corrompe a luz do dia. E no dia seguinte estará decretada a falência de nosso país. Pouco adiantará passar o pires ao povo que de seus bolsos nem mais as migalhas se acumulam.
Quanto custa
Não é só no Brasil. O mundo está se endireitando. E o discurso dessa gente tem faturado justamente apostando onde mais se critica a esquerda: na divisão. É vendendo essa ideia de “nós contra eles (latinos) que Trump se mantém no ápice das apostas eleitorais. O mesmo vale a uma parcela da sociedade brasileira que deposita suas fichas na derrota do outro. Que percam o pobre, o negro, o homossexual se eu ganho com isso. E é nessa lógica, por fim, que a Grã-bretanha decidiu deixar a União Europeia. Acreditaram que ganham mais não sustentando o continente. Aposta cara.
Pagando para ver
Em São Paulo, na onda da Grã-Bretanha, se fala em separação. Fico a imaginar os bandeirantes tendo que comprar energia do Paraná e Belo Monte e gasolina do Rio de Janeiro. Mal sabem eles, mas SP está separado do Brasil desde a eleição de Covas, há 20 e poucos anos. Separado e sitiado, se bem me entendem.