Professor de economia da UFSC, Nildo Ouriques, falou sobre o que ele chama de “farsa do ajuste fiscal” durante abertura do 4º Seminário Unificado de Imprensa Sindical, realizado em Curitiba
Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males
O ajuste fiscal e os prejuízos à classe trabalhadora foi a temática abordada durante a abertura do 4º Seminário Unificado de Imprensa Sindical, realizado em Curitiba nesta quinta e sexta-feira (13 e 14 de outubro). O professor de economia da UFSC, Nildo Ouriques, afirma que o termo é uma farsa, pois o ajuste fiscal “é incapaz de atender a crise financeira do Estado”.
Ele alertou que o Brasil chegou a uma situação limite, que não tem saída, mas que o capital das multinacionais e dos banqueiros está protegido. “O ajuste fiscal é uma declaração de guerra da classe dominante contra nós, o conjunto da população, trabalhadores do setor público e privado”. Ele lembrou que o ajuste econômico começou com a presidente Dilma e que Temer tem a missão de levar até o final. “Agora tudo depende de nós mesmos. Essa é a função dos sindicatos e dos jornalistas: tocar fogo no circo”.
Ouriques falou que nesse cenário não haverá mais política pública no Brasil e a burguesia nos diz que o ajuste é pelos próximos 20 anos, numa referência à PEC 241, que congela gastos do orçamento público por esse período e que terá como consequência imediata a redução de recursos para saúde e educação públicas.
“Nossa debilidade é a falta de consciência de classe. A mídia burguesa tem, nós não temos. Temos que começar a discutir a revolução brasileira”. O economista também citou a linguagem de classe que desapareceu. “Não se fala mais em burguês e proletário, disseminou-se o sentimento de classe média”.
Ele afirma que a austeridade é permanente, que já era com FHC, Lula e Dilma e que agora o primeiro privilégio que será vão acabar é o do setor público com a previdência. “É preciso não só um ato de resistência, mas uma ofensiva dos trabalhadores em condições adversas”.