Integrantes da Comissão da Verdade do Pará acompanham os arqueólogos e antropólogos nas escavações. Foto: Jean Brito
Um grupo de antropólogos e arqueólogos procuram na região do Araguaia corpos das vítimas desaparecidas do massacre, que a ditadura militar causou na região, no episódio conhecido como “Guerrilha do Araguaia”. Confira abaixo o relato de Paulo Fonteles Filho, integrante da Comisão da Verdade do Pará.
“Arquivos enterrados!
A manhã desta segunda reservou-nos a surpresa de acharmos, no polígono 13 da antiga base de Xambioá (TO), fragmentos que registram o fato da existência de arquivos naquela que, seguramente, foi uma das mais imponentes da repressão política no Brasil pós-64.
As tarjas encontradas de forma inédita fazem alusão as palavras “Missão”, “Operacional” e “Gorro Preto”.
Em levantamento realizado identificamos que o termo “Gorro Preto” advém da presença da Brigada de Infantaria de Paraquedistas, sediada no Rio de Janeiro, tropa especializada que atuou, em 1973, na 3ª Campanha de Cerco e Aniquilamento às Forças Guerrilheiras do Araguaia.
A Comissão da Verdade do Pará atua ao lado do Grupo de Trabalho Araguaia – composto pelos Ministérios da Justiça, Defesa e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – para revelar aos paraenses e brasileiros todo o complexo terrorista montado no país dos generais.”