Atingidos pela construção da barragem buscam diálogo com empresa que não recebe movimentos há meses
Nesta sexta-feira, 3 de agosto, cerca de 100 pessoas, entre assentados, movimentos sociais e estudantes realizam uma marcha da Praça Plínio Callegari até o escritório da Sinop Energia, Avenida Júlio Campos, para apresentar uma pauta de dez reivindicações de condicionantes não cumpridas/inconclusas ou reparação de danos causados pela empresa por conta da construção da usina hidrelétrica de Sinop.
A comunidade da Gleba Mercedes V, principal afetada pela construção, tem urgência para suas questões visto que a previsão de enchimento do lago da usina é para o mês de setembro. Dentre a lista que será apresentada à empresa estão pontos como: Refazer a tubulação, poços artesianos e caixa d’água na agrovila, destruídas pela reorganização da malha viária na área e que afeta 87 famílias; Documentação da reserva legal que foi compensada pela Sinop Energia ao INCRA; E principalmente os reajustes de forma integral das indenizações a partir das perícias do INCRA e do MPF. Além destes, outros pontos devem ser discutidos entre os representantes dos assentados e a empresa.
Para Silvio Roberto, do Movimento de Atingidos por Barragens, o momento é delicado. “Nós estamos buscando esse diálogo por conta da previsão do enchimento do lago da usina. Há muitas condicionantes não cumpridas e, principalmente, a divergência do preço da terra pago pela Sinop Energia e o atestado por perícias do INCRA e do MPF. Os laudos apresentados mostram que o valor pago é 300% menor do que vale cada lote, precisamos rever isso”, constata Silvio.
A UHE Sinop iniciou seu processo de construção há cinco anos e ao longo desse tempo vem causando transtornos para a população da região próxima a usina, dos assentamentos à área urbana de Sinop. Estudos de pesquisadores da UFMT apontam que há probabilidade de que o enchimento do lago possa afetar o lençol freático da região, o que pode levar à maior ocorrência de alagamentos na cidade e entupimento de fossas caseiras. Além disso, o lago deve afetar a construção civil, com o alagamento da região onde é retirado o barro para a produção de tijolos da indústria oleira da região.
Fonte: Movimento dos Atingidos por Barragens/MT