Por Manoel Ramires
Terra Sem Males
A vitória do Palmeiras por 3 a 2 retira um grande peso das costas do time. Fechar rodada sabendo do resultado dos outros jogos e de qual placar você precisa não é fácil. Ainda mais se está disputando o título.
O verdão tinha contra si o tropeço do Flamengo e o avanço do Atlético Mineiro. Tinha contra si também o penúltimo colocado em busca de reabilitação e jogando em casa. Até os 10 jogos invictos, sendo os cinco considerados prova de fogo, também pesavam nesta partida.
Mesmo assim, o Palestra não se abalou. Jogou calmo. Duma tranquilidade expressa em seus três gols. O primeiro deles, uma cavadinha espetacular de Zé Roberto, promovido a meio campista neste jogo justamente para fazer a bola rodar e não pegar fogo nos pés da meninada. Já o segundo gol saiu da frieza de Leandro Pereira, aproveitando o rebote da zaga em um chute que não deixou pingar. A serenidade se confirmou no terceiro gol – o da vitória – de Roger Guedes, após lançamento espetacular de Tchê Tchê. O diabo loiro não pipocou diante do goleiro, tampouco perdeu o passo na quicada da bola antes de seu arremate de pé direito.
Mas calma em excesso também é perigosa. Não à toa, o Santa Cruz empatou o jogo duas vezes e quase arrancou o terceiro empate no último lance do jogo. Foi a tranquilidade que fez o Palmeiras recuar demais, deixar de marcar forte e assistir Arthur fazer um gol de fora da área. Foi o excesso de confiança que fez Jean escorar-se nas costas do mesmo Arthur em lance morto dentro da grande área. O pênalti foi convertido por Grafite.
Da tranquilidade à apreensão do final do jogo, no final das contas, o Palmeiras soube controlar o jogo, vencer e devolver a pressão para os adversários, principalmente para o Flamengo que enfrenta o Santa Cruz e sentiu que o “cheirinho” ficou mais distante.
Ao Palestra resta manter a pegada no próximo jogo fora contra o virtual rebaixado América-MG, que ocorrerá em Londrina, no Paraná.