Além da violência psicológica, a trabalhadora saiu com ferimentos nas costas. SINDARSPEN vai convocar paralisação da categoria.
Depois de 22 horas, finalmente foi liberada a agente penitenciária Ana Paula, tomada como refém em rebelião na Penitenciária Feminina de Piraquara (PFP) iniciada no final da tarde desta quinta-feira. A superlotação e as precárias condições da unidade foi o que motivou a rebelião.
Um áudio gravado pela própria Ana Paula ainda sob o poder das rebeladas circula nas redes sociais, no qual ela expõe as vísceras do descaso do governo do estado com os agentes penitenciários do Paraná.
Assim como de várias outras unidades, a situação da PFP já vinha sendo questionada ao Departamento Penitenciário e à Secretaria de Segurança Pública pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários desde o ano passado, quando foi fechada a Penitenciária Central do Estado Feminina (PCEF) e transferidas 150 presas para a PFP. As mudanças foram feitas sem que houvesse uma reestruturação da unidade para receber a nova demanda. A PFP passou de 280 para 430 presas, sem o aumento do efetivo para fazer a movimentação dessas detentas.
Uma lista de necessidades foi preparada pelas próprias agentes da unidade e entregue ao DEPEN e a SESP pelo Sindicato. Clique aqui para ver os documentos.
O SINDARSPEN levou o caso também ao Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do Paraná (GMF/TJPR), solicitando a realização de mutirão carcerário para rever os processos das presas da PFP que já estavam em condições de saírem da cadeia, como forma de reduzir a quantidade de presas.
Ainda nesta semana, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, a entidade divulgou uma matéria na qual agentes da PFP reclamaram das péssimas condições de trabalho na unidade. Ontem, quando começou a rebelião, havia apenas 13 agentes para dar conta de toda a unidade. De noite, a PFP fica com apenas 5 servidoras.
O ocorrido na PFP revoltou agentes penitenciários em todo o Estado e o SINDARSPEN vai convocar uma paralisação da categoria para pressionar o governo do estado a atender as demandas dos servidores.
Por Waleiska Fernandes
Sindarspen
Foto: Joka Madruga/Sindarspen