As mulheres apoiam a greve dos caminhoneiros e dos professores, e defendem a garantia e acesso às camponesas ao estudo formal e técnico.
Foto: MST
O estado do Paraná amanheceu com diversas lutas protagonizadas pelas mulheres do campo em diversas regiões do estado, nesta terça-feira (10).
Na região centro, cerca de 700 mulheres de diversos assentamentos e acampamentos do MST, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Via Campesina ocuparam a BR 277 junto a praça de pedágio de Nova Laranjeiras. Depois, mulheres também realizaram um ato em frente ao Núcleo Regional da Educação em Laranjeiras do Sul.
Outras 200 mulheres do MST ocuparam a prefeitura de Cascavel, oeste do estado, para entrega de pautas como educação, saúde e infraestrutura.
As ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas das mulheres camponesas, que repudiam o modelo do agronegócio no campo brasileiro e propõem a agroecologia como alternativa ao capital estrangeiro na agricultura.
Desapropriações
Dentre as pautas, as mulheres camponesas reivindicam a desapropriação imediata da Araupel, onde mais de 2.500 famílias estão acampadas exigindo a desapropriação da área. Além disso, pedem pela regularização das famílias nos assentamentos da região, o assentamento imediato das famílias do Acampamento Recanto da Natureza, há 15 anos acampadas, em Laranjeiras do Sul, e o assentamento das famílias acampadas no Porto Pinheiro, no município de Porto Barreiro.
As mulheres também apoiam a greve dos caminhoneiros e dos professores, e defendem a garantia e acesso às mulheres camponesas ao estudo formal e técnico voltado à realidade do campo.
Dentre eles, lutam por cursos na área da agroecologia, fortalecendo a permanência de mulheres e jovens no campo, a garantia de programas de alfabetização, ensino médio para jovens e adultos, formação pedagógica com base na educação do campo para os educadores e educadoras, formação técnica para jovens com base agroecológica, além de da manutenção das escolas públicas e de qualidade no meio rural.
Escolas no campo
Na ação em frente ao Núcleo Regional da Educação em Laranjeiras do Sul foi montada uma “escolinha”, simbolizando a situação de abandono da educação do Campo.
O ato manifestou apoio a greve dos professores, defendeu a reabertura das escolas do campo, o não fechamento das escolas e também a melhoria na qualidade da educação.
Pela manhã, as mulheres da Via Campesina já haviam aberto o pedágio na BR 277 e realizado um ato de denuncias junto ao INSS.
Transporte escolar
As mulheres que ocuparam a prefeitura de cascavel, vindas de acampamentos e assentamentos da região, subiram as escadas da prefeitura entoando palavras de ordem e exigindo a entrega da pauta para o prefeito Edgar Bueno (PSD).
Um dos pontos mais relevantes é a garantia do transporte escolar, pois desde o início do ano grande parte das crianças do assentamento Valmir Mota não conseguem ir para a escola, já que o transporte não faz a linha dentro do assentamento e as estradas estão em péssima qualidade.
Segundo o prefeito, todas as pautas serão atendidas, dizendo que, inclusive, já encaminhou mais um ônibus para fazer a linha dentro do assentamento.
Fonte: MST