Representantes das centrais sindicais destacam iniciativas de comunicação com as bases e debatem a inserção dos sindicatos na sociedade
A paralisação dos caminhoneiros, que causou grande impacto social no país e também aceitação por parte da população, impulsionou outras lutas populares, como o início da greve dos petroleiros e a mobilização de professores de escolar particulares de São Paulo. Assim avaliou o contexto atual a jornalista Claudia Costa, da CSP Conlutas. Ela iniciou sua exposição com um vídeo situando como o movimento de maio de 1968 mobilizou ações em diversos outros países do mundo, situando que no contexto atual é preciso olhar para a história. “Se hoje há polêmica nos processos, a história nos incentiva a continuar a luta”.
A jornalista pontuou algumas políticas da central, tendo como exemplo o posicionamento imediato a favor da greve dos caminhoneiros, relacionando com o impacto dessas decisões nos canais de comunicação. “Onde há ataque, há solidariedade e resistência e são nesses momentos que a comunicação da central mais cresceu”, explica. “Temos potencial superior nas nossas lutas e temos que buscar todos os canais para organização e consciência da classe, fundamental para ter avanço”, defendeu, reafirmando, ainda, a importância da unidade onde é possível (mesmo que posicionamentos sejam divergentes).
A jornalista Joanne Mota, assessora da CTB, fez uma exposição sobre as diversas iniciativas da central para promover a comunicação de maneira nacional, envolvendo sindicatos que não possuem estrutura de comunicação e que inclui pesquisas e planejamento para definir ações sindicais. Ela afirmou que a comunicação está no plano de lutas da CTB como estratégica.
Joanne propôs formar um “exército de comunicação” com a identificação dos milhares de jornalistas sindicais e tentar trabalhar em rede.
O dirigente sindical da CUT, Alfredo Junior, do Sindiquímica (BA), situou sua fala não em formas de fazer comunicação mas o que ele chama de pressupostos que norteiam as ações da central: que em 2016 foi golpe; que o golpe ainda está em curso; e que é contra a classe trabalhadora. “Para nós não importa se Temer vai cair ou quem vai ser eleito se não atacarmos o tripé da lei de partilha do pré-sal, da reforma trabalhista e da reforma da previdência”.
Ele citou que a greve dos petroleiros foi inviabilizada pela multa imposta pelo TST, que decretou ilegal antes mesmo de começar, e com a resistência dos trabalhadores em insistir na paralisação a multa subiu de R$ 500 mil para R$ 2 milhões, além da presença do exército nas refinarias.
A mesa das centrais sindicais “A conjuntura e o papel da comunicação sindical no avanço da consciência de classes. Estamos cumprindo nossa tarefa?” foi mediada pelo jornalista Luciano Farias, do Sinasefe (SC), e é parte da programação do 6º Seminário Unificado de Imprensa Sindical, realizado em Salvador, que começou na manhã desta quinta-feira, 31 de maio.
Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males