por Marcio Mittelbach
Guerreiro Valente, Terra Sem Males
Entra ano sai ano, entra treinador sai treinador, os apagões insistem em nos acompanhar, cada vez mais surpreendentes, como aconteceu no 5 a 3 de sábado a noite depois de abrirmos quatro gols de vantagem. Minha tese é a de que existe uma maldição, a maldição das más administrações.
Embora tenha sua parcela de culpa, a atual diretoria é a que menos tem responsabilidade sobre esse carma. Mas é justamente ela quem tem pagado o pato. Poucos lembram dos “mirandas” da vida, mas todo mundo lembra da infeliz declaração do Vavá dizendo que montaria um dos melhores elencos da série B.
Vila Capanema, Vila Olímpica, Kennedy, não existe um patrimônio do clube que esteja livre de intervenções judiciais. São diversas dívidas trabalhistas para pagar todos os meses e, pra piorar, o time, que no final do estadual precisava apenas de algumas peças, definhou. Como consequência, a torcida sumiu do estádio.
Não se trata de puxar o saco dos que aí estão ou criticar os que estão indignados, quebrando cartão de sócio e levantando suspeitas sobre a atual diretoria. O fato é que o futebol mudou, enquanto não tivermos uma situação financeira sustentável, vai ficar cada vez mais difícil montar um time competitivo.
Temos duas opções. A primeira é ir na linha do fora todos, minar a credibilidade dos que aí estão e buscar mais uma aventura. A segunda é ter paciência. É ter consciência de que o que vivemos hoje é resultado de décadas de descaso com o nosso patrimônio. Não se trata de engolir tudo a seco, mas aceitar que estamos em meio a uma reconstrução. Lenta, mas necessária!