Foto: Cubadebate/Reuters
O líder cubano Fidel Castro recebeu no sábado (28) em sua casa os cinco agentes cubanos condenados nos Estados Unidos por espionagem – deles cumpriram penas e três foram trocados por um espião -, segundo um texto publicado nesta segunda-feira (2).
“Eu os recebi no sábado 28 de fevereiro, 73 dias depois de terem pisado em terra cubana e fui feliz durante horas ouvindo relatos maravilhosos de heroísmo do grupo”, escreveu Castro, que recebeu os agentes em sua residência, na zona oeste de Havana.
Além do texto, o jornal oficial Granma publicou 13 fotografias do encontro, que durou cinco horas. Fidel Castro, muito magro, aparece nas imagens com uma roupa esportiva azul e camisa branca.
Em todas as fotografias, Castro, 88 anos, afastado da vida pública desde 2006, aparece sentado. Em algumas imagens aparecem sua companheira, Dalia Soto del Valle, e o sobrinho, o coronel Alejandro Castro Espín, filho do presidente Raúl Castro.
O “pai da revolução cubana” reiterou que Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Fernando González, René González e Antonio Guerrero “nunca provocaram qualquer dano aos Estados Unidos”, pois apenas “tentavam prevenir e impedir os atos terroristas contra a ilha”.
Castro destacou que os agentes foram vítimas de uma “caçada desumana”, na qual participaram os próprios organismos de investigação (americanos), e que foram condenados a uma “prisão brutal por juízes venais”.
No texto, Fidel Castro explica que demorou a receber os agentes porque “o principal em sua chegada era saudar seus familiares, amigos e o povo, sem descuidar por um minuto da saúde e o rigoroso exame médico”.
“Os cinco”, como são conhecidos em Havana, foram detidos em 1998 ao lado de 14 pessoas acusadas de integrar a “Rede Avispa”, considerado o maior grupo de espiões cubanos detectados em operações nos Estados Unidos.
René e Fernando González foram libertados ao fim de sua condenação. Hernández, Guerrero e Labañino chegaram a Cuba em 17 de dezembro de 2014, depois do histórico anúncio de Raúl Castro e do presidente americano, Barack Obama, de restabelecer as relações entre os dois países, após mais de meio século de ruptura.
Fonte: Agência France Press