Por Manoel Ramires
Terra Sem Males
Não dá para levar as declarações dos golpistas a sério. Chegando próximo às Olimpíadas, parece que eles disputam para ver quem dá a declaração mais estapafúrdia. Quando falam demais demonstram não entender do assunto ou revelam suas intenções finais se o golpe se consolidar.
Na liderança está o ministro da Saúde Ricardo Barros, do Paraná. De tudo o quw ele diz, nada se aproveita. Patrocinado pelos planos de saúde, ele se esforça diariamente por acabar com o SUS. Não à toa, ao assumir, decidiu trocar especialistas por sua mulher, a vice-governadora Cida Borguetti, em um congresso internacional.
A última dele foi dizer que os problemas “inventa doenças” para tomar remédios. Deve ser essa o entendimento para a falta de produtos em unidades básicas e pronto atendimentos. Só gardenal salva. Mas Barros “está certo”, afinal, seu chefe Michel Temer tem dito por aí que a crise é psicológica.
Falas bombas
Outro que falou sem pensar ou pensou sem refletir se chama Raul Jungmann, ministro da Defesa. Motivado pelo atentado terrorista em Paris, ele declarou que o Brasil monitora 500 mil possíveis terroristas. Isso mesmo, meio milhão. Quem, em sã consciência geraria um alarme desses? É mais terrorista do que mosquito da dengue. Para se ter uma ideia, a Força Nacional de Segurança deve contar com 90 mil profissionais. É um agente para cada quatro terroristas e um quebradinho.
O número ultraestimado deve ter sido fornecido pela Agência Brasileira de Informação (ABI). Recentemente, em meme nas redes sociais, alertou para cuidados especiais com pessoas que utilizam blusas com capus e mochila. No inverno, deve passar dos 500 mil. Ou a inteligência mira nos estudantes secundaristas que têm tocado o terros nas ocupações. Na dúvida, se alguém avistar um caminhão ou alguém falando “a la o Cristo”, é melhor correr.
Tucanos, o retorno
É histórico no Brasil de que os tucanos são os reis em contar história, em mudar a definição das coisas. Para eles foi inventado até o verbo/adjetivo tucanar. Ele é empregado quando racionamento de água vira “contenção” administrativa, corrupção é chamada de “desvio de conduta”. A mais recente terminologia aplicada pela turma é “controle compartilhado” ou “cocontrole”. O termo foi usado pelo atual presidente da Petrobras, Pedro Parente, que afundou a estatal no governo FHC. Agora, o “cocontrole” significa privatizar ações e partes da empresa até o ponto que não tenha 51% das ações e nem a decisão final sobre os rumos da empresa.
Tucanos da FIESP
Por falar em tucanar, quem mesmo está pagando o pato?