Plenária unificada definiu agenda em Curitiba da greve geral de sexta-feira, 14 de junho
Piquetes, travamentos, carreatas. A orientação para a próxima sexta-feira, 14 de junho, greve geral nacional da classe trabalhadora, é atuar para que a população não se desloque, não consuma, não trabalhe, para o país parar. A pauta é a defesa da aposentadoria, das políticas públicas e da educação, numa semana em que o governo Bolsonaro desmorona após publicação de série de reportagens com áudios de procuradores e juízes da operação Lava Jato.
Uma plenária unificada sindical e popular foi realizada em Curitiba, na sede da APP Sindicato, na noite de terça-feira, 11 de junho, chamada pelas entidades que compõem a Frente Brasil Popular, e encaminhou deliberações para a Greve Geral.
Na capital, serão dois pontos de concentração para atos públicos de rua no centro: às 11h, em frente ao Centro Cívico; e às 14h, na Praça Santos Andrade. O encerramento das atividades será na Boca Maldita.
Ao amanhecer, cada sindicato de representação de trabalhadores irá atuar na mobilização das bases nos locais de trabalho: bancários nas agências centrais e centros administrativos nos bairros; metalúrgicos nas portas das empresas; petroleiros em frente à Repar; servidores públicos estaduais reunidos no centro. Uma carreata será realizada na região da CIC, num trajeto entre as empresas metalúrgicas.
Os movimentos populares estudantis, sociais do campo e da cidade e ativistas dos partidos políticos de esquerda também se comprometeram em atuar pela viabilidade das mobilizações junto aos trabalhadores.
No interior do Paraná, os grandes sindicatos vão mobilizar suas bases, com ações programadas nas cidades de Londrina, Maringá, Toledo, Cascavel, Umuarama, Francisco Beltrão, Pato Branco. O MST também vai mobilizar em dez cidades-polo e em municípios pequenos.
A greve geral foi convocada pelas centrais sindicais (CUT, Força, CTB, CSB, CSP Conlutas, Intersindical, Nova Central e UGT) para derrubar a PEC 06/2019, da Reforma da Previdência, em defesa da educação, contra os cortes orçamentários promovidos pelo governo, e pela geração de empregos e contra a retirada de direitos.
Para o jornalista Breno Altman, convidado pela Frente Brasil Popular para fazer uma análise de conjuntura na plenária unificada, a greve geral é a tarefa mais importante da atual conjuntura, para desestabilizar o bloco conservador que governa o país e pela construção de uma saída democrática. “A tendência de desgaste ajuda a classe trabalhadora”, avalia.
Altman ponderou que os movimentos unificados, nesse momento, não devem cair no erro de “servir de massa de manobra” pedindo impeachment do presidente Bolsonaro, ele acredita que isso seria um propósito de algumas alas que o elegeram, como os militares. “É um momento delicado de construção de resistência popular”.
Greve Geral | Curitiba | Sexta-feira, 14 de junho
Concentração:
- de manhã nos locais de trabalho
- 11h no Centro Cívico
- 14h na Praça Santos Andrade
Encerramento: na Boca Maldita
Por Paula Zarth Padilha
Foto: Ana Paula Schreider/PT-PR