A Embaixada de El Salvador no Brasil celebra nesta terça-feira, dia 24, os 35 anos do martírio do servo de Deus dom Oscar Arnulfo Romero e o Dia Internacional do Direito à Verdade com uma missa na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, em Brasília (DF). A Eucaristia terá início às 17h.
No dia 3 de fevereiro foi publicado o reconhecimento do martírio do arcebispo salvadorenho, morto em 24 de março de 1980, enquanto celebrava uma missa. El Salvador, na época, passava por uma guerra civil.
História
Nascido em 15 de agosto de 1917, em Ciudad Barrios (El Salvador), Oscar Romero foi para o seminário aos 13 anos. O curso de Teologia foi concluído em Roma, quando tinha 20 anos. Sua ordenação sacerdotal aconteceu em 1943.
De volta ao seu país, o então pároco já demonstrava os sinais da caridade e preferência pelos mais necessitados. Fazia parte de sua rotina as visitas aos doentes, as ajudas aos pobres que se dirigiam à casa paroquial pedindo auxílio, as aulas de religião nas escolas e a atuação como capelão do presídio.
Assim como no Brasil e em outros países latino-americanos, El Salvador enfrentava, na década de 1970, um regime ditatorial. Neste contexto, em 1977, Romero foi nomeado arcebispo do país, dois anos antes do golpe militar que deu origem à guerra civil que assolou El Salvador por mais de uma década e fez milhares de vítimas.
O arcebispo denunciava a injustiça e a miséria na região. Durante os conflitos entre grupos revolucionários e militares, ele criticava a atuação do governo, as injustiças e as interferências estrangeiras.
Na ocasião de seu assassinato, dom Romero celebrava uma missa na capela do Hospital da Divina Providência, em São Salvador, capital do país, em meio aos doentes de câncer e enfermeiros. Um franco-atirador pós fim à luta do pastor que buscava o entendimento entre os salvadorenhos.
Memória
A celebração em memória a dom Romero acontece na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil desde 2010, a pedido da Embaixada de El Salvador no Brasil. Neste ano, será realizada na catedral de Brasília.
Em 2014, por ocasião da memória de 34 anos da morte do mártir salvadorenho, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, lembrou que dom Oscar não esqueceu das raízes da fé e sempre buscou salvar o seu povo. “Procurou sempre indicar uma luz, um caminho, não temendo a própria vida”, comentou.
Ao comentar o Evangelho lido no dia, dom Leonardo afirmou que o bispo salvadorenho abrira caminhos com a própria vida e até hoje abre novos. “Com a própria vida abriu caminhos e nós achamos que com a morte terminou. Não! Ele continua hoje abrindo tantos caminhos. Até colocaram uma placa para todo mundo poder dizer ‘entramos aqui numa história de um povo, de uma vida’”, enfatizou fazendo referência à placa colocada pelo governo do país no aeroporto local. O letreiro afirmava que Romero foi a “voz do Senhor no momento mais difícil da história recente do país”.
Fonte: CNBB