Um total de 588 pessoas está agora no Aquarius, o navio de busca e resgate das organizações Médicos Sem Fronteiras e SOS Mediterranée que atua no mar Mediterrâneo (entre a Europa e África). Um número desconhecido de pessoas está desaparecido, supostamente mortas, depois de um dia difícil de resgates na rota entra Líbia e a Itália. No último 1º de novembro, as equipes do Aquarius ajudaram três botes de borracha sob risco de afundamento, lotados de homens, mulheres e crianças. Além disso, o Aquarius recebeu 248 pessoas transferidas de um navio da Guarda Costeira italiana.
Com dezenas de pessoas na água gelada, houve muitos casos de hipotermia leve a moderada. A equipe médica também tratou pessoas com ferimentos antigos sofridos na Líbia, um país em que refugiados e migrantes estão expostos a níveis alarmantes de violência e exploração.
“Um homem tinha uma fratura exposta e deslocamento no seu tornozelo esquerdo havia um mês. Ele me contou que se feriu quando tentava escapar de tiros na Líbia”, disse o dr. Khirfan, do Médicos Sem Fronteiras. “Um outro homem teve seu braço quebrado há uma semana, quando estava detido arbitrariamente na Líbia.”
A grande maioria das pessoas resgatadas no Mediterrâneo passou pela Líbia. Elas contam a nossas equipes que sofreram abusos nas mãos de contrabandistas, grupos armados e milícias. Os abusos relatados incluem violência (inclusive sexual), detenção arbitrária em condições desumanas, tortura, exploração financeira e trabalho forçado.
As razões pelas quais as pessoas deixam seus lares é complexa, mas, quando estão no mar num bote inflável frágil e superlotado, todas são vulneráveis e precisam ser resgatadas e levadas a um lugar seguro. Muitas não sabem nadar e a maioria não tem colete salva-vidas. É uma situação de vida ou morte, e o risco de afogamento está sempre presente.
Confira abaixo fotos do resgate de autoria de Maud Veith/SOS Méditerranée:
Confira o vídeo:
Fonte: Médicos Sem Fronteiras