Foto: Joka Madruga
Confira Nota de esclarecimento publicada pelo Sindijor-PR sobre hostilização de jornalistas na cobertura da greve dos servidores estaduais:
Presenciamos um momento histórico para a sociedade paranaense, numa das maiores demonstrações de mobilização e força popular da história recente do nosso Estado. Mas infelizmente registramos, novamente, jornalistas no exercício de sua profissão sendo impedidos de trabalhar e hostilizados. Situação que ocorreu de ambos os lados, tanto policiais quanto manifestantes. A cena, lamentavelmente, passou a ser recorrente em manifestações.
A ira de determinados setores da sociedade contra jornalistas é incompreensível. Confunde-se o patrão com o trabalhador, o jornalista com o empresário de comunicação. Somos todos, sem exceção, trabalhadores lutando dia a dia por um salário que garanta a subsistência de nossas famílias, expostos a jornadas extenuantes, condições inadequadas de trabalho e assédio de diversas formas, como todas as outras categorias.
Mais do que ninguém, defendemos a liberdade de expressão, a democratização dos meios de comunicação, o fim dos oligopólios e a proibição da concessão de veículos de comunicação a políticos. Faz mal para a nação, faz mal para a sociedade e faz mal para o trabalhador que, acuado, fica sem opções de locais de trabalho. Lutamos diuturnamente por essas bandeiras e contamos com o apoio da sociedade para empunhá-las.
A luta dos trabalhadores contra os proprietários dos meios de comunicação e eventuais posturas editoriais, de um ou outro “chefe” da mídia, não pode, jamais, se virar contra o jornalista que está na rua correndo atrás da notícia.
Culpar o jornalista pela conduta de um veículo de comunicação é o mesmo que culpar o bancário pelos juros exorbitantes cobrados pelos bancos, os enfermeiros pelas filas do SUS, os professores pela falta de estrutura nas escolas ou o servidor público pelas políticas equivocadas de determinado governante. Não caia nessa, somos todos trabalhadores, estamos todos do mesmo lado.
O SindijorPR tem apoiado, irrestritamente, o movimento legítimo do servidores públicos estaduais. Fato público e notório, assim se constrói a solidariedade de classe. Mas também defendemos o livre exercício profissional na cobertura das grandes manifestações. Os jornalistas não representam a opinião do veículo, apenas, são operadores da comunicação, seja qual for o proprietário da empresa de comunicação. Assim como um funcionário público não necessariamente precisa concordar com a atitude da sua chefia imediata, ou em última hipótese, com o próprio governador.
Fonte: Sindijor-PR