Por Manoel Ramires
Terra Sem Males
Para muita gente, a tentativa dos advogados de Lula de declarar o juiz Sérgio Moro suspenso para julgar seu caso é atitude desesperada. A defesa alega que o magistrado não possui imparcialidade e é tendencioso com relação ao ex-presidente. Moro, como é previsível, nega.
Mas Lula não quer discutir direito. Ele sabe que se depender do juiz e do STF, como no caso da nomeação dele como ministro, está perdido. O que o ex-presidente pretende é trazer Moro para o debate político. Aí ele nada de braçada.
Moro pode negar a vontade, mas ele participa de vários eventos da ex-oposição e ligados aos tucanos. Sobram fotos dele ao lado do candidato à prefeito João Doria Júnior. O tucano é dono da Lide. O juiz também participou do lançamento de dois livros em sua homenagem, um deles do filho de Miriam Leitão, Vladimir Neto.
Muita gente se perguntaria se há problema nisso. Claro que existe. O ciclo da Lava Jato não acabou. Logo, o livro não aborda uma história que já aconteceu, como em qualquer biografia, mas serve como mais uma ferramenta política.
A prova de que Lula traz Moro para a política é justamente a tréplica. Ao negar a evidente suspeição no caso, Moro não citou esses casos. A imprensa aliada do juiz se deu por satisfeita, já a mídia alternativa e o próprio Lula apontaram as lacunas.
Moro também disse que já podia ter prendido Lula. Outra declaração que virou prato cheio para os advogados. Em suma, disseram: querer não é poder.
Nos próximos dias Lula deve seguir insistindo que Moro fale nos autos, mas para fora, até que o seu verdadeiro pensamento não esteja mais estar vestido de juridiquês.
Esqueceram de mim
No debate entre Lula e Moro nenhum dos dois citou o outro livro escrito pela moça que copiava.
Guerra profana
A prisão de dez brasileiros tem muito mais a ver com o sionismo tupiniquim do que terrorismo.