Manifestações em Curitiba seguem mantidas para os dias 2 e 3, mesmo sem a confirmação de Lula.
A vinda do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva a Curitiba ainda é uma incógnita. Ele deve prestar depoimento ao juiz federal Sérgio Moro no âmbito da Lava Jato. Lula é investigado por supostamente ter recebido um apartamento triplex no Guarujá da construtora OAS. Contudo, a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do Paraná pediram o adiamento desse depoimento por medo de confrontos.
Por outro lado, o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, Gilberto Carvalho, afirma que a notícia veiculada é uma tentativa de desmobilizar os atos de apoio ao ex-presidente. Ele garantiu a realização dos protestos e ainda enxerga a possibilidade de Lula vir à cidade.
“Lula foi claro em Brasília: ele tá doido para vir, encontrar com o Moro e acabar com toda essa fantasia. Ele quer responder a todas as perguntas sem medo. Está mais do que claro que não tem provas e que essas acusações são um grande circo para impedir a eleição de Lula em 2018”, afirmou Gilberto Carvalho.
O ex-ministro do governo Lula ainda afirmou que a notícia sobre o adiamento é uma tentativa de tentar desmobilizar os movimentos sociais e ligados ao PT que prometem realizar atos em Curitiba nos dias 2 e 3 de maio. “Eles sabem que no Brasil todo se organizam caravanas para vir à Curitiba. A mobilização vai ser grande. Nós não cancelaremos os atos, pois não acreditamos que o Moro vai fazer essa mudança. Até porque não tem nada concreto, a não ser o pedido do secretário de segurança”, esclarece Carvalho.
Carvalho também disse que vai tentar se reunir com o secretário de segurança do Paraná, Wagner Mesquita, e com o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco. O petista argumenta que os atos da militância são sempre pacíficos. “Não faz sentido esse medo. Nós queremos mostrar que quem vem pra cá são os lutadores do povo e pelos direitos dos mais pobres. A população de Curitiba vai acolher pessoas que defendem trabalhadores”, define.
De acordo com a advogada Tânia Mandarino, até agora o juiz Sérgio Moro não emitiu nenhum parecer sobre o adiamento do depoimento que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva deve prestar em Curitiba no dia 3 de maio. “A gente está monitorando a justiça federal do Paraná e até essa hora não tem nenhum despacho do juiz Sérgio Moro”, registra. A possibilidade do adiamento do depoimento do ex-presidente foi noticiado pela imprensa paulista. Ela surge após a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do Paraná pedirem o adiamento do depoimento para o dia 10 de maio. A alegação é de que não houve tempo suficiente para preparar a segurança das pessoas.
Coletiva de imprensa
Nesta quarta-feira (22), às 11h, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, representantes dos movimentos sociais envolvidos na organização da Jornada de Lutas realizam coletiva de imprensa para tratar da mobilização, o planejamento e organização dos atos.
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Manoel Ramires
Terra Sem Males
Foto: Joka Madruga