Por Marcio Mittelbach
Terra Sem Males
Maior que a tragédia que levou 76 vidas terça-feira, 29/11, só mesmo a grandeza daquela missão. A delegação da Chapecoense voava rumo ao primeiro jogo da final da Copa Sulamericana. Atletas e jornalistas no auge de suas carreiras, que deviam se beliscar todo tempo pra checar se não estavam sonhando, se aquela viagem à Colômbia era mesmo real.
Uma das trajetórias interrompidas com a queda do avião foi de uma pessoa muito próxima da nação tricolor, o Caio Júnior então técnico da Chape. Querido e respeitado por onde passou e por onde não passou, foi ator decisivo na história do Paraná Clube como jogador, treinador e torcedor.
Sou jornalista. Certa vez, na faculdade, em 2006, quando eu ainda fazia as primeiras matérias para a disciplina de redação jornalística, tive a honra de entrevistar Caio. Foi no improviso. Ele estava abrindo a porta do carro pronto para ir pra casa depois de comandar uma manhã de treino. O carro estava estacionado atrás da arquibancada de visitantes da Vila Capanema, que iria reinaugurar dentro de semanas.
Enquanto eu me apresentava ele já ia dizendo que sim com a cabeça, que topava a entrevista. O papo era mesmo interessante. A pauta era o retorno à Vila, sobre as características da torcida. Foi incrível ver o brilho no olhar e a esperança com que ele falou, como alguém que já havia vivido dias incríveis defendendo a Camisa do Paraná Clube.
Mal sabia ele de tudo de bom que ainda iria viver ali e no mundo!
Obrigado Caio Júnior!