Centrais sindicais, sindicatos e estudantes querem barrar o projeto que congela orçamento por 20 anos
Por Manoel Ramires
Terra Sem Males
Centrais sindicais, sindicatos, trabalhadores e estudantes se concentraram em frente ao prédio histórico da UFPR nesta sexta-feira (11) pela manhã para protestar contra a PEC da Maldade, que congela recursos públicos por 20 anos. A mobilização faz parte da convocação do Dia Nacional de Greve neste dia 11 de novembro. A PEC 55 está tramitando no Senado Federal e já foi aprovada na Câmara como PEC 241. Ela passou pela comissão de constituição e justiça sem nenhuma alteração, uma vez que o relator Eunicio Oliveira (PMDB) rejeitou as emendas. A previsão é que a PEC seja votada em novembro em primeiro turno e em dezembro em segundo turno.

Marcha em Curitiba Foto: Manoel Ramires
Para os grevistas, a PEC traz grande retrocesso social, pois prevê congelamento de investimentos de um lado e mantém pagamento de juros da dívida pública de outro. A coordenadora geral do Sismuc e diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores Municipais (Confetam), Irene Rodrigues, alertou para os riscos de piora do atendimento à população em saúde e educação.

Foto: Manoel Ramires
“A gente precisa construir uma unidade nacional e tentar evitar essa PEC da Maldade. Se ela for aprovada, será nos serviços públicos municipais que o povo vai mais sentir. Por isso, estamos nos mobilizando nas cidades em todo o Brasil contra essa PEC”, destacou.
Irene ainda destacou que a luta não é salarial, mas pela estrutura social. “O mundo está escandalizado com essa PEC. Ninguém faz um ajuste fiscal tão duro. O país vai ampliar a desigualdade social”, afirma.
O alerta geral é que a PEC vai cortar dinheiro da educação e da saúde, principalmente por causa da redução do investimento no SUS. “Com os cortes, muito das verbas que vão para os remédios e farmácia popular serão cortados. O dano será grande”, alerta Nádia Brixter, diretora da APP-Sindicato.
Ocupações
Os secundaristas e estudantes também participaram da greve. No Paraná nasceu o movimento de ocupações de escolas contra a PEC 55 e a MP 746, que reforma o ensino médio. No auge, mais de mil escolas estiveram ocupadas. Para eles, o futuro está em jogo. “Sou estudante de farmácia e estou participando porque entendo que a intenção desse governo é transferir dinheiro público como medicamentos para a iniciativa privada. A gente quer uma saúde e educação públicas”, diz o estudante de farmácia da UFPR.